Pryscilla Paiva, editora de Tempo do Canal Rural em 13/06/2019.
Spudman |
O mais recente relatório do Centro Americano de Meteorologia dos Estados Unidos (NOAA) informou que as chances de haver um El Niño no Brasil até o próximo verão é de mais de 50%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, dia 13. A atualização mostra uma pequena diminuição do percentual em relação ao relatório anterior, mas o fenômeno ainda está mantido até o início de 2020.
“O oceano Pacífico ainda vai continuar mais quente do que o normal e, mesmo que no decorrer dos próximos meses o fenômeno se desconfigure, o oceano estará aquecido trazendo impactos no comportamento da atmosfera e no clima do Brasil”, afirma Desirée Brandt, meteorologista da Somar.
Além disso, a meteorologia têm observado que, mesmo com um possível enfraquecimento do fenômeno como um todo, trechos do Pacífico leste vão aquecer mais. Dessa forma, mesmo que não venha mais a se configurar um El Niño, os impactos para o Brasil serão maiores.
“Para a América do Sul, neste ano os efeitos serão muito mais sentidos do que no verão passado, justamente por conta desse aquecimento maior do oceano próximo à costa da América do Sul”, diz Desirée Brandt. As consequências disso para o nosso inverno são chuvas acima da média para o Rio Grande do Sul, o que atrapalha a instalação das lavouras de inverno como o trigo.
Para a próxima safra, o grande impacto dessa condição é que, assim como no ano passado, as pancadas chegam antes, já no início da primavera, mas de forma alguma significa consolidação do regime de chuva.
“Com o Pacífico Leste mais aquecido teremos a formação de bloqueios atmosféricos e a chuva pode falhar em alguns estados produtores do Sul e principalmente entre o Sudeste e Centro-Oeste”, diz Brandt.
Segundo ela, no ano passado o aquecimento do Pacífico oscilou muito e as chuvas chegaram antes e se mantiveram em algumas áreas a exemplo do Paraná que até antecipou o fim do vazio sanitário. O fato contribuiu para não termos tantas falhas na distribuição da chuva, já neste ano a configuração é outra. Mesmo sendo dois inícios de primavera de El Nino, não dá para esperar uma repetição das condições climáticas. “Nenhum ano é igual ao outro, por isso nossa palavra final é monitoramento”.
O gráfico acima, gerado pelo NOAA, mostra que de agosto de 2019 a março de 2020 a barra vermelha fica próxima de 50% de possibilidade do fenômeno. As barras em cinza mostram as condições inferiores para as chances de neutralidade climática; e as barras em azul, as chances mínimas para um La Niña.
Cada marcação do gráfico sugere um trimestre (ASO - agosto, setembro outubro), (SON - setembro, outubro e novembro), (OND - outubro, novembro dezembro), (NDJ - novembro, dezembro e janeiro), (DJF - dezembro, janeiro e fevereiro) e por fim (JFM- Janeiro, Fevereiro e Março). Os aquecimentos do oceano são mensurados em três trimestres móveis.
Cada marcação do gráfico sugere um trimestre (ASO - agosto, setembro outubro), (SON - setembro, outubro e novembro), (OND - outubro, novembro dezembro), (NDJ - novembro, dezembro e janeiro), (DJF - dezembro, janeiro e fevereiro) e por fim (JFM- Janeiro, Fevereiro e Março). Os aquecimentos do oceano são mensurados em três trimestres móveis.
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