Em pleno Cerrado, a fazenda do produtor rural Paulo Bonato, de Cristalina, em Goiás, registrou a maior produtividade de trigo no Brasil, com 139,8 sacas por hectare ou 8,3 mil quilos por hectare (kg/ha) de grãos. Para se ter uma ideia, a média nacional é de 46,66 sacas.
O agricultor atingiu 101 hectares (em média) na sua propriedade com a cultivar da Embrapa BRS 254, que traz alta qualidade industrial, com índices maiores de glúten. No Cerrado brasileiro, porém, a variedade mais utilizada vem sendo a Embrapa BRS 264, com 65% das lavouras que a utilizam.
O plantio foi feito por Bonato no dia 8 de Maio e a colheita foi finalizada no dia 21 de Setembro. O custo de produção foi um pouco mais alto que a média com R$ 3,7 mil por hectare, sendo que o promédio é de R$ 2,8 mil a R$ 3,2 mil por hectare.“O custo dele é um pouco maior, pois necessita de mais insumos, mais investimento, mais irrigação, usa mais defensivos, utiliza adubos foliares e micronutrientes”, contou o engenheiro- agrônomo responsável pela área de fomento do trigo da Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal, Cláudio Malinski.
Foram usados 190 quilos de sementes por hectare. “96% germinaram. Credito essa produtividade a um conjunto de fatores: manejo adequado, cuidado em trocar o ativo dos fungicidas utilizados, ênfase aos aspectos nutricionais. E o clima que realmente ajudou muito. É uma grande satisfação produzir tão bem”, relatou o agricultor Bonato.
“Os produtores rurais da região já conhecem bastante a cultura do trigo. Eles sabem conduzir bem a lavoura, fazem boas adubações com tratos culturais muito bem adequados. Somando-se a tudo isso, a genética do trigo é muito boa, e em 2017 contamos com a ajuda do clima, já que o frio fez com que o trigo desempenhasse seu potencial genético mais a contento”, analisou Claudio Malinski, que também atribuiu a produtividade a temperaturas mais frias.
A triticultura de sequeiro no Cerrado foi iniciada em 1975, na região do Programa de Assentamento Dirigido do Alto Paranaíba, em Minas Gerais.
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