Por BeefPoint em 17/11/2017
Angus Pastoral Company: o nome é o jogo da família
Quando seu sobrenome é Angus, sua carreira já está quase predeterminada. Foi o que aconteceu com a família Angus de Clermont em Queensland, na Austrália, com John e Clova iniciando uma empresa de carne bovina em 1960.
A Angus Pastoral Company é atualmente administrada por Blair e Josie Angus e seus quatro filhos, com 161.870 hectares espalhados por quatro propriedades, com 35 mil bovinos Angus Belmont Red credenciados pela União Europeia (UE).
A empresa é verticalmente integrada, comercializada através da Signature Beef, que tem sete marcas distintas, vendendo na Austrália (para restaurantes, foodservice e atacado) e exportando para mais de 30 países.
“Quando as pessoas percebem que Angus é o sobrenome da família, dizem: você deve estar brincando”, disse Tess Camm, que supervisiona a marca Signature Beef e é sobrinha de Josie.
As propriedades de Angus Pastoral Co estão espalhadas por duas regiões de Queensland, distantes em sete horas de carro.
A propriedade da casa, a Estação de Kimberley, foi comprada em 1978 e está cercada pela Sondella (91) e pela Chesterfield (96), na região de Moranbah, que tem solo argiloso preto e vermelho e tem um clima seco e quente, recebendo uma precipitação média anual de 600mm.
Em contraste, a Carpentaria Downs (’05) é uma região de basalto com clima de monção, recebendo uma média anual de 700mm. É aí que é feito seu programa cria.
O rebanho composto combina Angus com o Belmont Red, uma raça desenvolvida pelo CSIRO na década de 1950 para os trópicos australianos, com alta fertilidade, alta resistência aos carrapatos, tolerância ao calor e bom crescimento.
Os animais
Tess Camm supervisiona a marca Signature Beef da família Angus.
O rebanho se une no final de janeiro para a parição de novembro, que aproveita a estação chuvosa de Carpentaria Downs.
Cerca de 200 fêmeas de elite são selecionadas para reprodução com touros internos, e um programa de inseminação artificial é usado. A genética Angus também é terceirizada da Dulverton Angus em NSW.
“Ao selecionar um touro, avaliamos a silhueta do animal, estrutura larga, muito comprimento”, disse Tess. “”Nós não estamos apenas criando por quilogramas, mas o chef está feliz com o que está no prato, com as melhores características de consumo”.
Tess disse que uma parte de seu programa de reprodução avalia visualmente os animais para selecionar aqueles com pelos finos e sedosos e pele macia e flexível.
“Parece não convencional, mas acompanhamos os animais e descobrimos que ele leva a uma carne de granulação mais fina. Em vez de linhas grossas de marmoreio na carne, essa é mais fina, com distribuição uniforme.”
A família Angus escolheu desmamar os bezerros com cerca de oito a nove meses de idade. “Há uma nutrição diferente no norte – é menos denso de nutrientes – e, portanto, temos que manejar adequadamente para criarmos os melhores bezerros”.
Rebanho
Em Carpentaria Downs, a taxa de animais é de cerca de um animal por 10 hectares e eles se alimentam de pastagens de capim azul, buffel e leguminosa stylo. Os pastos descansam por longos períodos, sendo rotacionados aproximadamente a cada quatro meses.
Após o desmame, os animais são transportados para suas propriedades do sul. Com cerca de 24 meses de idade, o gado é retirado das pastagens e enviados para os confinamentos da Angus Pastoral Co, selecionados em três fluxos, projetados para atender aos requisitos dos usuários finais.
Os programas de engorda duram 70, 120 ou 200 dias, dependendo do mercado ao qual os animais são destinados, adaptados às suas sete marcas. Tess disse que a Angus Pastoral Co começou a agregar valor em 1999 pela empresa Signature Beef, após anos vendendo através de processadores convencionais.
“O comitê do The Mackay Show pediu que os produtores locais de carne fornecessem bifes para um churrasco comunitário. O feedback que a família Angus recebeu foi ótimo, o público adorou sua carne. Eles viram que tinham um produto melhor que a média, mas recebiam um preço médio.”
Em 2006, a Signature Beef foi estabelecida à medida que a família começou a exportar sua carne bovina. Isso levou ao desenvolvimento de um conjunto de marcas à medida que o mercado se desenvolveu.
Blair Angus, fundador da Signature Beef com sua carcaça vencedora no John Angus Memorial no Mackay Show.
Marcas
Sua marca principal é a Kimberley Red, classificada pelo Meat Standards Austrália (MSA) e de animais alimentados com grãos, comercializados no mercado doméstico antes de ser a primeira marca da família Angus a ser exportada.
A marca que leva o nome da empresa, Angus Pastoral Co, é semelhante à Kimberley Red, com 120 dias em engorda, mas é credenciada pela UE ao invés do MSA e é de animais de zero a dois dentes, exportados para toda a UE.
A família Angus foi uma das primeiras produtoras de gado a aproveitar a cota de carne de alta qualidade produzida com grãos da UE destinada à Austrália, possuindo os animais requeridos para satisfazer as exigências rigorosas de rastreabilidade, biossegurança e qualidade da carne.
“O gado recebe seus tratamentos de saúde padrão, mas como estamos no norte, eles sofrem poucas condições de saúde”, disse ela.
Cerca de 60% da produção é vendida através das marcas Kimberley Red e Angus Pastoral Co.
Em contrapartida, outra marca da Signature Beef é a Sondella, que fica com cerca de 35% da produção.
Essa marca é de animais classificados pelo MSA, engordados com programas de 70 dias de grãos para animais de menor estrutura ou de amadurecimento mais precoce, com 240 kg de peso de carcaça para clientes domésticos, do Oriente Médio ou chineses, que “preferem cortes de tamanho moderado”.
A Sondella também usa animais fornecidos do confinamento Wonga Plains.
A marca de butique da Signature Beef é Oino Gustus, que fica com cerca de 5% dos melhores animais “selecionados à mão”.
Estes estão em um programa de engorda com grãos de 200 dias e têm aquela pelagem sedosa e a pele macia. A Oino Gustus é classificada pelo MSA e credenciada pela UE e os animais são abatidos com 340 kg de peso de carcaça para mercados da UE, chineses e mercados domésticos.
“Estamos pegando o gado que os clientes conhecem e adoram da Kimberley Red, e aumentando o marmoreio através de um programa de engorda mais longo”.
Outras marcas da Signature Beef incluem Boss, que utiliza os bovinos que não cumprem as especificações exigidas, bem como a Signature Veal e a Signature Wagyu, ambos usando fornecedores externos.
Cerca de 350 bovinos são abatidos todas as semanas na Northern Cooperative Meat Company, a cerca de 1300 km de distância, um dos oito únicos na Austrália que tem credenciamento para refrigeração para mercados chineses.
Depois que a carcaça é refrigerada por 36 horas, é avaliada para uma variedade de qualidades da carne e requisitos de acesso ao mercado, incluindo gordura, cor da carne, teor e distribuição de marmoreio, ossificação e, em seguida, avaliadas visualmente para determinar o mercado mais adequado para essa carcaça.
Tess disse que Blair e Josie estão fortemente envolvidos na indústria pecuária.
Blair é presidente da Beef Australia, que administra uma exposição de carne em Rockhampton e também está no comitê consultivo do Cattle Council. Josie é diretora do Trade and Investment Queensland.
“O pai de Blair era açougueiro e, por toda sua vida, Blair não viu um novilho em um caminhão, mas viu o formato dos músculos e como ele ficava no prato. Ele tem uma compreensão inata sobre criação de gado para depois apresentá-lo ao usuário final.”
Kimberley Red
Segundo a própria empresa, trata-se de uma carne de textura fina que é verdadeiramente única e de consistência incomparável.
“A Kimberley Red é mais do que carne bovina – é uma tradição nascida de gerações de pessoas que não comprometeriam a qualidade. As habilidades de criação de bovinos de corte, de seleção, nutrição e manejo são passadas através das gerações.”
Fonte: Weekly Times e Signature Beef, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
Nenhum comentário:
Postar um comentário