Os dados do MilkPoint Radar, referentes ao leite pago no mês de Abril (e fornecido em Março), apontam para uma nova alta nos preços aos produtores, ainda que em menor intensidade.
O gráfico 1 mostra a evolução dos preços médios Brasil, de setembro a abril. O preço líquido, em média simples (média do preço pago a cada produtor, sem considerar o volume de cada produtor) terminou o mês em R$ 1,357/litro, aumento de cerca de 3 centavos em relação ao mês anterior. O preço médio ponderado pelo volume, por sua vez, fechou em R$ 1,464/litro, cerca de 2 centavos a mais que no mês de março.
Gráfico 1: Evolução dos indicadores de preços líquidos do MilkPoint Radar, de setembro de 2016 a abril de 2017.
Fonte: MilkPoint Radar
Se compararmos a variação de preços entre os meses de janeiro a abril desse ano com o mesmo período do ano passado (tabela 1), é possível observar que a variação foi bem maior em 2016 e que o aumento nos preços tende a ser mais suave este ano.
Tabela 1: Variação de preços entre os meses de janeiro e abril.
Fonte: Cepea/MilkPoint Radar
Ainda que mais ameno que em 2016, o aumento de preços pode ser sentido em todas as faixas de produção. A maior alta nos preços está relacionada aos produtores com produção entre 500 litros/dia e 1.000 litros/dia, com aumento de 4 centavos em relação ao mês anterior. Além disso, as duas primeiras categorias (produtores abaixo de 250 litros/dia e de 250 a 500 litros/dia) apontaram alta de 3 centavos, as categorias entre 1.000 a 3.000 litros/dia e de 3.000 a 6.000 litros/dia apontaram aumento de 2 centavos e, por fim, a categoria acima de 6.000 litros/dia apontou alta de um centavo em média – gráfico 2.
Gráfico 2: Preços líquidos por faixa de produção (leite pago em abril).
Fonte: MilkPoint Radar
O cenário de alta foi a realidade de grande parte dos produtores que participam do sistema: entre os usuários que inseriram os dados, tanto de março quanto de abril, 69,6% apontaram altas nos preços, enquanto 9,4% declararam estabilidade e 21,0% baixa nos preços. Os motivos relatados pelos participantes que não apresentaram alta foram, principalmente, produtores com contratos em preços fixados em meses anteriores, além de participantes que tiveram perda de bônus de qualidade
Gráfico 3: Tendência de variação do preço líquido – abril x março
Fonte: MilkPoint Radar
Neste mês, o sistema contou com 747 dados de venda de leite. A média por produtor foi de 1.546 litros, volume -3,9% menor do que no mês anterior. O volume total diário monitorado foi próximo a 1,13 milhão de litros/dia.
Os dados também indicam uma nova redução na oferta de leite: os produtores que inseriram dados nos dois últimos meses apresentaram uma queda no volume diário médio de -2,9% em março em relação a fevereiro. Contudo, esta queda na produção é menor do que a variação historicamente observada entre os dois meses, segundo dados do IBGE, que é de -5,8%.
Gráfico 4: Variação de oferta entre os meses – IBGE vs Radar
Os dados também indicam uma nova redução na oferta de leite: os produtores que inseriram dados nos dois últimos meses apresentaram uma queda no volume diário médio de -2,9% em março em relação a fevereiro. Contudo, esta queda na produção é menor do que a variação historicamente observada entre os dois meses, segundo dados do IBGE, que é de -5,8%.
Gráfico 4: Variação de oferta entre os meses – IBGE vs Radar
Fonte: IBGE/MilkPoint Radar
Entre os principais estados produtores de leite, todos apresentaram a mesma tendência. Quanto aos preços, o cenário foi de alta geral, indo de 2 centavos (em Minas Gerais) até 5 centavos (em Goiás e São Paulo). Já em relação a oferta, pudemos verificar quedas na produção de todos os estados analisados, sendo a maior delas vista em São Paulo (-6,5%) e a menor observada no Rio Grande do Sul (-0,5%).
Gráfico 5: Variação de preço por produtor nos principais estados em produção de leite – Pagamento de abril (leite de março) x março (leite de fevereiro).
Gráfico 5: Variação de preço por produtor nos principais estados em produção de leite – Pagamento de abril (leite de março) x março (leite de fevereiro).
Fonte: MilkPoint Radar
Dentre os preços líquidos médios destes estados, recebidos em cada faixa de produção, podemos ver que a tendência de preços foi semelhante à média nacional: produtores com maior volume diário ganham mais em média do que produtores com mais baixa produção. A maior média de preços pode ser observada nos estados de Goiás, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, na faixa acima de 6.000 litros/dia, de R$ 1,62. Já o menor preço médio foi observado no Rio Grande do Sul, para produtores abaixo de 250 litros/dia, de R$ 1,16. Os preços médios de cada faixa de produção dos principais estados produtores podem ser observados no gráfico abaixo.
Gráfico 6: Preço médio recebido por produtor nos principais estados em produção de leite – Pagamento de abril (leite de março) x março (leite de fevereiro).
Gráfico 6: Preço médio recebido por produtor nos principais estados em produção de leite – Pagamento de abril (leite de março) x março (leite de fevereiro).
Fonte: MilkPoint Radar
Em relação à qualidade, podemos ver que os teores de gordura e proteína apresentaram altas neste mês, fechando em 3,71% (+0,3%) e 3,29% (+0,9%) respectivamente. Os dados de CBT também apresentaram alta, com 89 mil UFC/ml (+85,4%). Já o resultado de CCS, por sua vez, apresentou queda, fechando em 406 mil/ml (-1,2%). Tais informações podem ser vistas na tabela 1 abaixo.
Tabela 2: Indicadores MilkPoint Radar – Pagamento de abril x março.
Tabela 2: Indicadores MilkPoint Radar – Pagamento de abril x março.
Fonte: MilkPoint Radar
* Preço líquido (média nacional)
** Considerando produtores que colocaram dados nos dois meses
** Considerando produtores que colocaram dados nos dois meses
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