Por Alisson Freitas
Em 05/05/2017 no site Portal DBO
Depois de quebrar a cabeça para fechar as contas em 2016, os confinadores encontraram um cenário econômico completamente diferente neste ano, com queda nos preços das principais matérias-primas da atividade, principalmente milho e boi magro. Apesar do cenário positivo, ainda não é certo que o número de animais confinados cresça neste ano.
De acordo com a analista Lygia Pimentel, da Agrifatto, a baixa nos preços dos insumos só deve influenciar no segundo giro da atividade, com entrega de animais entre outubro e dezembro. “É muito provável que teremos um aumento considerável no número de animais confinados no segundo semestre, mas ainda não é possível dizer se ele será suficiente para compensar a provável queda do primeiro giro”, explica.
A analista ressalta que o primeiro giro do confinamento deste ano, com animais sendo entregues entre junho e julho, ainda foi prejudicado pelos altos preços do ano passado. “Muitos produtores acabaram desistindo de confinar ao ver a cotação da reposição na época, sabendo que já era esperada uma queda na arroba do boi gordo para este ano. Vamos aguardar e ver qual será o tamanho do baque”, destacou Lygia Pimentel.
O analista de mercado da Scot Consultoria, Alex Lopes, reforça que ainda é impossível fazer uma previsão sobre o número de cabeças confinadas, pois isso também depende da estratégia de manejo de cada propriedade. “Muitos produtores optam por fazer a recria com suplementação a pasto para apenas terminar os animais no cocho. Com isso, ele consegue um giro maior e coloca mais animais no confinamento”
Mercado futuro – Outro fator que deve impactar a atividade é o preço da arroba no mercado futuro, que tem registrado baixas desde o início do ano. A ferramenta é muito utilizada no planejamento anual dos confinadores, pois permite que eles saibam o valor que vão receber na entrega dos animais antes mesmo de colocá-los no cocho.
No fechamento do mercado futuro da BM&F Bovespa desta quinta-feira, 4 de maio, o preço do boi gordo registrou pico de R$ 138,9/@, com entrega para outubro. Em meados do mesmo mês no ano passado, o preço máximo da arroba, também com entrega para outubro, era de R$ 166,8/@. “A provável maior oferta de animais terminados para outubro deve impedir que os preços subam no mercado futuro. Acredito que eles devem permanecer no patamar de R$ 140/@”, destacou Alex Lopes.
A instabilidade da arroba de boi no mercado futuro já era esperada pela Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon), que mesmo com a queda nos custos de produção reforça a importância do controle de gastos do produtor, como afirmou o gerente técnico da Assocon, Bruno Andrade. “Já sabíamos que não haveria valorização da arroba. A única forma de o produtor produzir uma arroba rentável e garantir uma boa margem é produzir animais dentro do seu orçamento, tendo todos os gastos na ponta do lápis”, conclui.
Números – Em levantamento preliminar, a Agrifatto estima que sejam confinadas mais de 3,9 milhões de cabeças em 2017. Outra consultoria que atua no setor, a Agroconsult, espera que sejam abatidos mais de 5 milhões de bovinos de confinamento. Além dos animais terminados no cocho, a consultoria também leva em consideração animais oriundos de Terminação Intensiva a Pasto (TIP).
Fonte: Portal DBO
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