Por Ivan Formigoni
Em 22/06/2017 no site Farmnews
Cotrisoja
Na safra 2014/2015, 6% da produção brasileira de soja teve algum tipo defeito, indicando que há espaço para melhoria na qualidade e produtividade da soja.
Esse é um dos dados de um estudo inédito da Embrapa, realizado junto ao setor produtivo, que acompanhará 4 safras consecutivas e gerará soluções para incrementar a qualidade e produtividade da soja no Brasil.
Os primeiros dados, obtidos no monitoramento da safra 2014/2015, já fornecem subsídios importantes para a adoção de melhorias na produtividade da soja.
Acesse os dados da importância da soja para o mercado de exportação nacional (clique aqui) e também da importância do agronegócio para a economia como um todo (clique aqui).
A média de grãos avariados foi de 6%, e esse grupo soma os grãos mofados, ardidos, queimados, fermentados, imaturos, chochos, germinados e danificados por percevejo.
Apesar de estar dentro da exigência legal brasileira, cuja determinação é para que o armazenador tolere até 8%, há regiões que apresentaram amostras de até 30% de grãos avariados.
Com relação ao teor de proteínas da soja, cuja média nacional foi 36,18%, houve grande variação entre as microrregiões de cada estado, com amostras entre 30 e 41% de teor de proteína no grão.
Os teores mais altos de proteínas foram encontrados em Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, e os teores mais baixos em São Paulo.
No indicador referente ao teor de óleo, a média nacional foi em torno de 22%, não havendo grande variação entre as microrregiões dos estados e entre os estados. “Esse valor é considerado muito bom pelas indústrias esmagadoras de grãos e produtoras dos diferentes tipos de óleo de soja comercializado”, explica Mandarino.
Já o índice de acidez do óleo médio registrado no Brasil foi de 2,24%. O Goiás apresentou médias superiores a 4% nos grãos, o que é bem superior ao 0,7% que a indústria preconiza para o índice ótimo de acidez no óleo do grão de soja.
Santa Catarina apresentou os menores índices de acidez, com média de 1,06%, bastante próximos do ótimo preconizado pela indústria. As diferenças entre os estados são atribuídas a diferentes condições climáticas e de manejo da cultura.
Pesquisadores da Embrapa também avaliaram a presença de clorofila nas amostras. A presença de clorofila nos grãos colhidos está associada aos grãos verdes, o que é indesejável.
Na safra de 2014/2015, o Brasil produziu 2,3 milhões de toneladas de sementes de soja, o que representa 63% de todas as sementes utilizadas no País, de acordo com a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem).
Do ponto de vista sanitário, a qualidade da semente foi muito boa, na safra 2014/2015. “Houve casos bastante pontuais com problema de infecção de fungos ou presença de bactérias”, explica o pesquisador Ademir Assis Henning, da Embrapa Soja.
Os danos mecânicos, provocados especialmente durante a colheita, foram considerados expressivos pelos pesquisadores. Os mais altos índices de danos desse tipo foram constatados no Rio Grande do Sul (10,1%), Minas Gerais (8,3%), Paraná (7,9%) e Goiás (7,5%).
Os demais estados apresentaram valores um pouco abaixo da média brasileira (6,8%). “A principal fonte de ocorrência de danos mecânicos é a operação de trilha, durante a colheita”, afirma o pesquisador Francisco Carlos Krzyzanowski. “
O dano causado pela deterioração por umidade foi o segundo mais importante parâmetro que afetou a qualidade da semente de soja brasileira.
Na média, os estados que apresentaram os maiores índices desse problema foram Goiás (4,3%), Santa Catarina (4,0%) e Mato Grosso do Sul (3,7%). “Elevados índices de deterioração por umidade estão relacionados ao atraso do início de colheita ou ao retardamento do início de secagem”, explica o pesquisador José de Barros França Neto.
O vigor é o atributo de qualidade da semente que melhor expressa o desempenho da planta. Quanto ao vigor de sementes, o índice médio brasileiro da semente brasileira foi de 77,6%, o que é considerado um alto vigor, explica França.
Adaptado de Lebna Landgraf
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