Em 08/06/2017 no site MilkPoint
Nos últimos anos, acompanhamos a jornada de centenas de produtores decididos a melhorar a gestão de suas fazendas de leite. Em geral, essas pessoas chegam aos nossos cursos e treinamentos cansadas de uma rotina repleta de problemas: custos crescentes, conflitos com funcionários, processos descontrolados, qualidade do leite comprometida, clientes insatisfeitos.
Então, ao conhecerem conceitos e ferramentas capazes de reverter essa situação, é natural que haja o impulso de sair mudando tudo (e todos) na fazenda. Quando isso acontece, nosso conselho é um só: pare agora! Isso porque embora seja compreensível a urgência em mudar quando tudo parece estar errado, a chance desse comportamento comprometer todas as melhorias de gestão é enorme. Lembre-se: colocar a carroça na frente dos bois interrompe qualquer viagem.
Em vez de uma gestão mais eficaz, o que vemos nesses casos são produtores e gerentes perdidos em meio às várias frentes de trabalho abertas, sem conseguir executar corretamente nenhuma delas. Da mesma forma, em vez de pessoas mais engajadas, temos funcionários assustados com o grande volume de novidades, informações e procedimentos e, por consequência, inseguros em relação à própria capacidade (e vontade) de permanecer no emprego. O resultado é o que ninguém quer: bagunça e insatisfação. De quebra, temos o produtor desmotivado, achando que sua fazenda não tem mais jeito.
Para barrar a ansiedade e evitar a frustração, há algum tempo quebramos a implantação do Sistema MDA – modelo de gestão desenvolvido pela Clínica do Leite – em etapas bem definidas, construindo uma jornada que permite avançar um passo de cada vez, no ritmo adequado à realidade de cada fazenda. Independentemente do modelo que você decida adotar, essa é a nossa recomendação para a aplicação de qualquer novo conceito ou ferramenta de gestão na fazenda: vá devagar.
Inicie por você, mudando o seu comportamento como gestor e colocando em prática primeiro aquilo que depende apenas de alterar a sua mentalidade ou a sua própria rotina. Na sequência, escolha um território/setor (a ordenha, o bezerreiro, o escritório) onde haja pessoas mais proativas e abertas a novidades. É lá que você deve dar início às mudanças, pois essas pessoas têm o papel de contagiar as demais a partir da melhoria do ambiente e do fluxo de trabalho. Quando as coisas estiverem indo bem nesse pedacinho da fazenda, parta para o próximo e assim sucessivamente.
Observe que, nessa lógica, nem sempre o primeiro território a ser mudado é aquele onde a urgência parece ser maior. Você pode estar com problemas sérios na ordenha, mas se na oficina os funcionários têm um perfil mais aberto e facilitador, comece por ela. Em pouco tempo, os benefícios da mudança na oficina serão sentidos por todos, fazendo com que os outros empregados também queiram que isso aconteça no local onde eles trabalham – inclusive na problemática ordenha. E aí a mágica estará feita: as pessoas, cada vez mais engajadas, serão o motor da transformação que você precisa.
Então não esqueça: quando se trata de gestão, paciência e persistência são virtudes indispensáveis. Boa jornada!
Então, ao conhecerem conceitos e ferramentas capazes de reverter essa situação, é natural que haja o impulso de sair mudando tudo (e todos) na fazenda. Quando isso acontece, nosso conselho é um só: pare agora! Isso porque embora seja compreensível a urgência em mudar quando tudo parece estar errado, a chance desse comportamento comprometer todas as melhorias de gestão é enorme. Lembre-se: colocar a carroça na frente dos bois interrompe qualquer viagem.
Em vez de uma gestão mais eficaz, o que vemos nesses casos são produtores e gerentes perdidos em meio às várias frentes de trabalho abertas, sem conseguir executar corretamente nenhuma delas. Da mesma forma, em vez de pessoas mais engajadas, temos funcionários assustados com o grande volume de novidades, informações e procedimentos e, por consequência, inseguros em relação à própria capacidade (e vontade) de permanecer no emprego. O resultado é o que ninguém quer: bagunça e insatisfação. De quebra, temos o produtor desmotivado, achando que sua fazenda não tem mais jeito.
Para barrar a ansiedade e evitar a frustração, há algum tempo quebramos a implantação do Sistema MDA – modelo de gestão desenvolvido pela Clínica do Leite – em etapas bem definidas, construindo uma jornada que permite avançar um passo de cada vez, no ritmo adequado à realidade de cada fazenda. Independentemente do modelo que você decida adotar, essa é a nossa recomendação para a aplicação de qualquer novo conceito ou ferramenta de gestão na fazenda: vá devagar.
Inicie por você, mudando o seu comportamento como gestor e colocando em prática primeiro aquilo que depende apenas de alterar a sua mentalidade ou a sua própria rotina. Na sequência, escolha um território/setor (a ordenha, o bezerreiro, o escritório) onde haja pessoas mais proativas e abertas a novidades. É lá que você deve dar início às mudanças, pois essas pessoas têm o papel de contagiar as demais a partir da melhoria do ambiente e do fluxo de trabalho. Quando as coisas estiverem indo bem nesse pedacinho da fazenda, parta para o próximo e assim sucessivamente.
Observe que, nessa lógica, nem sempre o primeiro território a ser mudado é aquele onde a urgência parece ser maior. Você pode estar com problemas sérios na ordenha, mas se na oficina os funcionários têm um perfil mais aberto e facilitador, comece por ela. Em pouco tempo, os benefícios da mudança na oficina serão sentidos por todos, fazendo com que os outros empregados também queiram que isso aconteça no local onde eles trabalham – inclusive na problemática ordenha. E aí a mágica estará feita: as pessoas, cada vez mais engajadas, serão o motor da transformação que você precisa.
Então não esqueça: quando se trata de gestão, paciência e persistência são virtudes indispensáveis. Boa jornada!
* Diretor da Clínica do Leite, é professor da Esalq/USP, professor titular em Bovinocultura de Leite, com 43 anos de experiência em gestão de fazendas.
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