Por MilkPoint em 04/06/2017
De acordo com o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea), a produção em abril foi 1,1% menor que a de março na “média Brasil”, indicando a menor disponibilidade sazonal de leite no campo. Contudo, pesquisadores do Cepea indicam que a valorização do leite no campo continua limitada pela fraca demanda na ponta final da cadeia. O menor poder de compra de consumidores brasileiros tem reduzido a demanda por lácteos e, consequentemente, pressionado as cotações ao longo de toda a cadeia.
Segundo pesquisa do Cepea realizada com o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o valor do leite UHT negociado no mercado atacadista do estado de São Paulo (o maior do País) caiu 0,79% de abril para maio, com média de R$ 2,61/litro. Pesquisadores do Cepea comentam que essa queda sinaliza a dificuldade de o mercado absorver novas altas, tanto dos derivados lácteos quanto da matéria-prima.
Em Minas Gerais e Goiás, o ICAP-L registrou as maiores quedas dentre os estados acompanhados pelo Cepea, de 2,8% e de 2,1%, respectivamente, de março para abril. Mesmo com a menor oferta no campo, a dificuldade no repasse das altas ao consumidor limitou a valorização da matéria-prima no estado mineiro, que foi de apenas 0,96% de abril para maio. Em Goiás, os preços do leite ao produtor ficaram praticamente estáveis, com leve queda de 0,17%.
Em São Paulo e no Rio Grande do Sul, a captação recuou 0,9% e 0,7%, respectivamente, mas em Santa Catarina e no Paraná, a produção aumentou 0,1% e 1,7%. A baixa disponibilidade de leite no campo nesses estados acirrou a competição entre laticínios. Como consequência, em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, os preços registraram altas acima da observada para a “média Brasil” (de 2,15%, 1,97%, 1,92% e 1,56%, na mesma ordem).
Segundo agentes, a produção no Sul deve se elevar no próximo mês, devido ao clima favorável, aos preços acessíveis de grãos para a alimentação do rebanho e também às pastagens de inverno, cenário que, por sua vez, pode pressionar as cotações.
Assim, a maioria dos agentes entrevistados (43,5%), que representa 63,3% do leite amostrado, acredita em queda de preços do leite ao produtor para junho. Outros 35,2%, que representam 30,2% do volume amostrado, indicam estabilidade, e 21,3% dos colaboradores (que têm participação de 6,5% do volume) apostam em nova alta nas cotações.
Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquido) em MAIO/17 referentes ao leite entregue em ABRIL/17. Clique na imagem para ampliar*
Tabela 2. Preços em estados que não estão incluídos na “média Brasil” – RJ, MS, ES e CE. Clique na imagem para ampliar*
As informações são do Cepea-Esalq/USP.
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