Ampliar fotoNa conjuntura atual, é impossível estimar o número de cabeças confinadas no ano.
A queda no preço dos insumos fez com que o confinamento iniciasse o ano de 2017 com expectativa de crescimento. No entanto, a situação se tornou complicada nos últimos meses e os produtores devem ter que quebrar a cabeça para fechar a conta no azul. Se em 2016 a cotação elevada do milho e relação de troca boi gordo/boi magro jogaram contra o produtor, este ano ele tem como principais inimigos as incertezas em relação ao futuro do setor e os constantes recuos no preço da arroba.
De acordo com levantamento da Scot Consultoria, atualmente a margem da atividade está extremamente apertada e, em muitos casos, entrega resultado negativo para o produtor. As projeções apontam que, levando-se em conta o preço do boi magro em R$ 1.710 em São Paulo, com custo da diária de R$ 7,20/dia para 90 dias no cocho e ganho de peso de 1,5 kg/dia, o confinador teria um custo total de R$ 2.358 por animal.
Caso o animal vá para o frigorífico com peso final de 495 kg (33@) e o rendimento de carcaça seja de 55% (272,2 kg/18,2@), o produtor teria gasto R$ 129,9 por arroba produzida. Se o preço médio do boi gordo, com base em SP, se mantiver em R$ 128, ele teria a receita de R$ 2.323/ animal, o que lhe daria prejuízo de R$ 34,80 por cabeça, equivalente a – 1,5%.
"Esse cenário não é universal, pois muitos produtores conseguem baratear a alimentação e encontraram diárias mais baratas. Mas, esse levantamento nos mostra que a margem da atividade está extremamente estreita e vai ser difícil fechar a conta”, destaca o analista da Scot Consultoria, Alex Lopes. “É impossível citar um único fator como peça-chave de desequilíbrio para essa conta. Todas as variáveis contribuem para esse resultado”, acrescentou.
Um dos principais fatores que pesam no bolso do confinador na hora de fazer sua programação é o preço da arroba no mercado futuro. No fechamento do dia 12 de junho, o pico de preço foi de R$ 127,9/@ com entrega para outubro, quando normalmente a cotação registra o seu pico. No ano passado, a entrega para outubro chegou a registrar R$ 167 em meados de maio/junho. “No último mês muitos produtores travaram o preço em R$ 138/@, o que certamente deve lhe assegurar uma margem mais confortável do que agora”, concluiu Lopes.
Na conjuntura atual, o analista afirma que é impossível estimar o número de cabeças confinadas no ano. “Assim como no boi gordo, o cenário está totalmente nublado. Não sabemos como o setor reagirá à crise político-econômica e qualquer previsão se torna equivocada”, finalizou.
Fonte: Portal DBO
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