sexta-feira, 28 de abril de 2017

Composição química dos alimentos: saiba como amostrar a silagem


desempenho animal desejado depende da formulação da dieta, a qual é fortemente influenciada pelos dados de composição química dos alimentos que a compõe. A deficiência de nutrientes na ração leva a um desempenho abaixo do esperado e o excesso deles, além de afetar a resposta animal, impacta sobre rentabilidade porque os custos com alimentação se elevam. Portanto, a composição de nutrientes nos alimentos deve variar o mínimo possível. Para que isso ocorra, aamostragem dos alimentos se torna um fator chave na nutrição animal.

Atenção especial deve ser dada as fontes forrageiras, pois as mesmas são as que possuem maior quantidade na dieta e as que mais apresentam variação na composição entre todos os ingredientes (alimentos concentrados sofrem pouca variação). Para forragens, não é correto utilizar valores de composição química derivados de banco de dados (tabelas de programas de formulação, por exemplo). Portanto, o valor nutritivo de uma forragem, neste caso a silagem, é específico de cada fazenda (na realidade, específico de cada silo – lembrando que silo é a estrutura onde a silagem fica armazenada). Assim, como amostrar e a frequência amostral são tópicos relevantes para quem usa silagem na dieta dos animais.

Neste texto, ênfase será dada às silagens estocadas em trincheiras, bolsas e silo superfície, pois o esquema de amostragem é similar para as três estruturas. Nas Figuras 1 e 2 estão demonstrados os passos que deverão ser seguidos (Do ‘A’..... até o ‘G’). Quando o silo estiver aberto, a primeira etapa (A; Figura 1) é remover silagem ao longo de todo o painel (de cima para baixo e lado a lado). Essa remoção pode ser feita mecanica ou manualmente. A partir da silagem removida que ficou depositada no chão (B), recolha, com as mãos, cerca de 8 porções e as coloque em um balde limpo (C).

Figura 1. Procedimento amostral que deve ser adotado no silo

Composição química dos alimentos: saiba como amostrar a silagem

Transporte o balde até uma superfície rígida e limpa (D; Figura 2), retire todo o conteúdo do balde e o homogeneize bem (E). A partir do conteúdo homogeneizado, dividá-o em quartos (F) e, em um saco plástico limpo, coloque o conteúdo de um quarto (G). Vede o saco plástico e identifique-o adequadamente, colocando o nome do amostrador, da propriedade, a data da coleta e a identidade da amostra (Ex: silagem de milho).

Como enviar a amostra ao laboratório? Para a determinação da composição química e perfil fermentativo, eu sugiro que a amostra seja congelada (não resfriada) e, posteriormente, por meio de uma caixa de isopor seja transportada/enviada até o laboratório de interesse.

Figura 2. Manipulação da silagem e finalização do procedimento amostral após a coleta no campo.

Composição química dos alimentos: saiba como amostrar a silagem
Qual é a frequência amostral a ser adotada?
O correto é repetir este procedimento 3 a 4 vezes ao longo do desabastecimento do silo. Caso um rebanho com alta exigência nutricional esteja sendo alimentado, esta frequência pode ser aumentada, pois os valores de matéria seca da silagem podem variar muito e, esta variação, afeta o balanceamento dos nutrientes.

Fique atento aos seguintes pontos quanto à amostragem:
1. Amostras da forragem no momento da colheita não representam a futura silagem. Portanto, se o interesse é saber a composição química da silagem aguarde a abertura do silo;
2. Descarte a silagem deteriorada antes de realizar a remoção do painel;
3. Não retire amostras com as mãos diretamente da face do silo;
4. Faça o procedimento de forma aleatorizada, ou seja, não seja tendencioso escolhendo ou descartando material (com exceção do apodrecido);
5. Não coloque a amostra a ser encaminhada ao laboratório em sacos de papel, pois a mesma é úmida;
6. Silagem não é um alimento ‘estático’, pois a mesma se deteriora rapidamente. Portanto, após ensacá-la, congele-a imediatamente.
7. Não se esqueça de identificar a amostra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário