quinta-feira, 6 de abril de 2017

Tecnologia pode facilitar identificação de cio e pré-parto em vacas

Realizada pela UFMS em parceria com a Embrapa, pesquisa monitora temperatura corporal dos animais a fim de definir momento certo para apartação

Marina Salles em 05/04/2017
Está em andamento na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul um estudo que conecta duas áreas do conhecimento em prol de avanços para a pecuária. Orientado pelo pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Pedro Paulo Pires, esse é o primeiro mestrado autorizado pela Universidade a ser conduzido por dois alunos, sendo um da ciência da computação e outro da veterinária. O objetivo é identificar padrões de temperatura que permitam alertar para a ocorrência de cio e pré-parto em vacas de corte.
A tecnologia funciona da seguinte forma: “Por meio de um identificador eletrônico (bolus), que fica no estômago dos animais, monitoramos remotamente a sua temperatura corpórea. Os dados são transmitidos sempre que a vaca passa próxima ao bebedouro, onde é instalada uma antena, que capta o sinal do bolus a até 40 metros de distância”.
O estudo, que começou com a criação de hipóteses baseadas na fisiologia dos animais sobre o momento-chave desses eventos no ciclo reprodutivo, está agora em fase prática, de pesquisa a campo. “Estamos buscando confirmar os padrões de temperatura para cada evento, de forma que no futuro o produtor possa receber no seu smartphone um alerta sobre a hora certa de inseminar uma vaca ou colocar um touro de cobertura”, afirma o pesquisador da Embrapa.
No caso do parto, a aplicação seria voltada principalmente para vacas Nelore prenhes de touros europeus, cruzamento que segundo Pires gera bezerros maiores – podendo ocasionar problemas no momento do nascimento dos bezerros. Além da tecnologia do monitoramento da temperatura, ele também conta que faz parte do projeto instalar portões automáticos na propriedade para “sequestro” dessas vacas em pré-parto. “A ideia é que quando se aproximem dos portões, eles abram (conforme o sinal do chip de identificação) e elas fiquem presas ali, em um ambiente com água e alimento”, afirma. O sequestro deve acontecer até dois dias antes do nascimentos dos bezerros, nas imediações do bebedouro.  
A tese será apresentada por Fernando Rech, cientista da computação, e Nathália Albanezi Anachi, veterinária, dentro de um ano. Além da orientação de Pires, os mestrandos contam com o suporte de Quintino Izídio Neto, também da Embrapa, no desenvolvimento do trabalho. 

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