Por Ivan Formigoni
Em 10/04/2017 no site Farmnews
No Brasil cerca de 95% da carne é produzida em regime de pastagens, o que aumenta a competitividade do nosso produto, uma vez que é o regime com o menor custo de produção e não compete com a alimentação humana.
No entanto a carne bovina brasileira ainda confere um diferencial por não apresentar riscos associados à BSE (Encefalopatia Espongiforme Bovina) ou “mal da vaca louca”, que está relacionado ao uso de proteína animal na alimentação do rebanho.
Os aspectos relativos à segurança alimentar, neste caso, da carne, incluem todo o sistema de produção, desde o alimento fornecido para o gado até a carne embalada presente nas gondolas do supermercado.
Logo é primordial o desenvolvimento de tecnologias associadas à segurança alimentar em toda a cadeia produtiva.
Um dos exemplos é o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose (PNCEBT), instituído pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), desde 2001.
Com foco neste programa a Embrapa Gado de Corte vem desenvolvendo vacinas e métodos diagnósticos tanto para prevenção quanto para detecção e monitoramento das condições sanitárias dos rebanhos e do produto final, carne.
Especial atenção tem sido dada ao desenvolvimento de vacinas para a prevenção e erradicação da brucelose bovina, importante zoonose causada principalmente pela bactéria Brucella abortus, que acarreta grandes perdas econômicas à cadeia da bovinocultura de corte e leite.
Em humanos, a brucelose é uma doença severa e debilitante que requer um prolongado tratamento com antibióticos e que muitas vezes deixa sequelas irreversíveis. A vacinação é reconhecidamente uma das formas mais eficazes de prevenir e erradicar diversos tipos de infecções e desenvolvimento de doenças em humanos e animais.
Outra importante linha de pesquisa realizada na Embrapa Gado de Corte é a detecção de bactérias patogênicas como Escherichia coli e Salmonella enterica na carne e seus derivados.
Durante o abate, os animais podem ter suas carcaças contaminadas e veicularem esses microrganismos nos cortes das carnes ou nos produtos processados derivados.
A contaminação pode ocorrer a partir de bactérias presentes na carcaça externa, a partir do trato intestinal ou linfonodos do animal abatido, durante as etapas de abate, transporte, armazenamento e distribuição da carne, além da manipulação humana sem condições higiênicas.
O importante aqui é destacar que a Embrapa Gado de Corte tem contribuído para colocar o Brasil em posição diferenciada na segurança dos alimentos e das cadeias produtivas pecuárias e, sobretudo para a garantia da segurança alimentar da nação.
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