8 de março de 2017
Ivan Formigoni em Farmnews
A cultivar de capim BRS Quênia, que alia importantes atributos de qualidade para alimentação animal, é lançada na Dinapec em Campo Grande (MS).
Com alta produção, forragem de qualidade e fácil manejo, o capim favorece a intensificação da produção animal e supre demandas de mercado por plantas da espécie Panicum maximum.
A cultivar híbrida foi desenvolvida pela Embrapa em parceria com a Associação para o fomento à pesquisa de melhoramento de forrageiras (Unipasto) e as sementes devem estar disponíveis no mercado em agosto deste ano.
Resultado de décadas de estudo, o capim BRS Quênia é a prova da experiência, dedicação e competência dos cientistas que trabalham com programa de melhoramento genético, no caso, de cultivares de Panicum maximum.
“O capim BRS Quênia é uma combinação perfeita e por ser híbrida supera em todos os quesitos”. A afirmação é de sua criadora, a pesquisadora Liana Jank, que há dois anos juntamente com outros pesquisadores, lançou no mercado o primeiro híbrido de panicum, a BRS Tamani.
Os estudos passaram por uma série de seleções: visual, resistência a pragas e doenças, desempenho animal, pastejo, resposta à adubação e produção de sementes. A planta se sobressaiu em todos os ensaios que foram conduzidos nos Estados de Mato Grosso do Sul, Brasília, Rondônia, Acre, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Quanto ao desempenho animal o capim BRS Quênia superou outras cultivares de panicum tanto nas águas quanto na seca.
A pesquisadora Liana Jank observa que mesmo não havendo diferenças significativas no ganho de peso, durante o período das águas, o desempenho animal foi 17,6% superior quando comparado com outra cultivar.
E nos ensaios realizados sob pastejo no Bioma Amazônia, o capim BRS Quênia também foi superior no ganho de peso animal comparado ao capim Tanzânia, com peso vivo superior a 860 quilos por hectare na média dos dois anos de estudos, o que equivale a 28,7 arrobas por hectare por ano.
Isso, segundo os pesquisadores, se deve ao fato de a BRS Quênia possuir colmos mais tenros, valor nutritivo superior com maior digestibilidade da matéria orgânica e maiores teores de proteína bruta. Ainda na região, em Rio Branco, no Acre, o comportamento da planta foi avaliado como intolerante ao encharcamento do solo, portanto, essa cultivar deve ser plantada em solos bem drenados – recomendam os pesquisadores.
“O principal diferencial da BRS Quênia, em relação às cultivares Tanzânia e Mombaça é a melhor arquitetura de planta, com touceiras de menor tamanho, maior densidade de folhas verdes e macias, colmos tenros e menores porcentagens de material morto, facilitando o manejo do pastejo e a manutenção da estrutura do pasto mais favorável ao elevado consumo da forragem pelo gado”, revela Liana Jank.
O lançamento do capim BRS Quênia faz parte da programação dos 40 anos da Embrapa Gado de Corte.
Eliana Cezar, Embrapa Gado de Corte: gado-de-corte.imprensa@embrapa.br
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