A Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG) lançou a nova edição das “Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos”, considerada uma das maiores referências para a agroindústria mundial na formulação de rações.
A nova edição constatou, por meio de estudos, a eficiência dos minerais orgânicos na suplementação dos monogástricos, a partir do acompanhamento da inclusão dos ingredientes na dieta de suínos entre 30kg e 50kg e em frangos durante o período de crescimento. A análise apontou que, em forma orgânica, os níveis de minerais necessários para o desempenho dos animais são entre 33% e 50% menores do que na forma inorgânica, percentual que varia de acordo com a espécie e destinação para corte ou reprodução. Isso ocorre por conta da biodisponibilidade dos microminerais, que facilita a absorção dos nutrientes no trato digestivo, favorecendo, por exemplo, o ganho de peso e a eficiência alimentar da granja.
Outras vantagens relacionadas a esse tipo de suplementação de formulação orgânica são o menor impacto ambiental e o retorno para o consumidor. “Nossas recomendações do nível de microminerais orgânicos para as dietas têm uma redução significativa, que pode ser de até 50% do teor recomendado para o inorgânico, o que resulta no melhor aproveitamento pelo animal. Então, a primeira coisa a ser considerada é a redução da excreção de microminerais no meio ambiente por meio das fezes, que podemos observar na cama de frango. Isso reduz o risco de contaminação ambiental pela menor deposição de resíduos. E pode, inclusive, beneficiar os consumidores, que vão encontrar mais qualidade nos produtos avícolas e suinícolas por conta do desempenho que tiveram no campo”, explicou o professor do departamento de Zootecnia da UFV-MG, Horácio Rostagno, durante o lançamento da publicação.
Essa é a primeira vez que as tabelas orientam a diferenciação das recomendações da substituição de minerais inorgânicos por orgânicos e de vitaminas para suplementação. Além disso, a professora do Núcleo de Zootecnia da UFV-MG, Melissa Hannas, destacou que a edição contou também com atualizações relacionadas ao desenvolvimento e avanço genético dos animais. “Uma vez que temos avanços genéticos ligados, principalmente, à eficiência alimentar e conversão, tivemos que fazer esses ajustes no consumo e ingestão de nutrientes. Foram recalculadas todas as exigências para energia considerando mantença e produção. Em função disso, se tem a definição de proteína ideal para a formulação de rações. E outra novidade é a relação de nitrogênio essencial, que permite trabalhar com rações mais próximas do que o animal precisa”.
Experiência
No campo, alguns produtores já têm colocado em prática a utilização dos minerais em sua forma orgânica e os resultados têm mostrado eficiência e ganho de desempenho para as granjas. “Assim como os estudos têm comprovado a eficácia dos microminerais orgânicos, já temos acompanhado o desempenho de algumas indústrias na utilização desses ingredientes. Por exemplo, no caso avícola, é possível alcançar melhoras de carcaça, empenamento e produção de ovos. E a inclusão dessa fonte orgânica deve ser uma tendência para os próximos anos, porque está atrelada ao conceito de sustentabilidade, justamente pela questão de resultar em menos excreção para o meio ambiente”, relata a gerente técnica da Alltech do Brasil, Marlene Schmidt.
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