terça-feira, 3 de setembro de 2019

Preço dos fertilizantes para a soja são os mais altos em 9 anos, diz Cepea

Por Canal Rural em 03/09/2019.

fertilizante, adubo, fertilizantes
Foto: Gabriel Souza Martins/ Embrapa
O preço de um dos principais insumos agrícolas da soja (fertilizantes fosfatados e potássicos) registrou o patamar mais alto no primeiro semestre de 2019, ante mesmo período dos últimos 9 anos, aponta levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
“Esse cenário esteve atrelado a eventos registrados em 2018, como a greve dos transportadores rodoviários, o tabelamento dos fretes, a oscilação cambial devido entraves políticos e a valorização das matérias-primas no mercado externo”, diz a entidade.
O primeiro semestre é justamente o período em que os produtores compram os maiores volumes do insumo. Nesta temporada 2019/2020 a média de compras foi de 70%, ante os 62% dos últimos 9 anos. “Com estes preços nominais mais altos, os custos com adubos devem ser os mais elevados desde 2010 para o sojicultor brasileiro”, afirma o Cepea.
Nesta safra, que é o mais importante para a análise, as cotações dos fertilizantes subiram, em média, 38%, devido ao aumento cambial. No primeiro período, de 2010 a 2015, os fertilizantes se valorizaram 76%, mas recuaram em 2016 e 2017. Nesses anos, as cotações dos fertilizantes foram fortemente pressionadas pela desvalorização do dólar frente ao Real e pela grande disponibilidade das matérias-primas no mercado internacional.
Em 2018, o câmbio mais elevado tornou a encarecer os fertilizantes, principalmente no segundo semestre, quando os rumores da guerra comercial entre China e Estados Unidos e os entraves do cenário político eleitoral brasileiro desvalorizaram de forma expressiva a moeda brasileira em relação ao dólar. Acrescido a isso, o tabelamento dos fretes, como resolução da greve rodoviária, impactou ainda mais as cotações, de forma que, entre 2017 e 2018, o preço do adubo registrou elevação de 31%.
Em 2019, o dólar ficou ainda mais valorizado que no primeiro semestre de 2018 – passou de R$ 3,42 para $ R$ 3,84 nesse período e, como reflexo, as cotações dos fertilizantes potássicos e fosfatados registraram aumento médio de 21%. O KCl, por exemplo, passou de R$ 1.386 por tonelada para R$ 1.796 por tonelada. Já o MAP teve uma elevação de R$ 269 por tonelada entre um ano a outro, sendo comercializado a R$ 2.076 no primeiro semestre de 2019.

domingo, 1 de setembro de 2019

Lei & Marketing, o agro nacional precisa

Por José Luiz Tejon Megido, mestre em Educação Arte e História da Cultura pelo Mackenzie, doutor em Educação pela UDE/Uruguai e membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) em 30/08/2019 no site MilkPoint
Resultado de imagem para porteira e pastagem
Acrimat
A frase milenar “A mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”. A guerra de todas as guerras ocorre nas percepções das mentes humanas. Até o Papa entrou na crise da Amazônia pedindo orações e ajuda ao Brasil. Porém, a área da administração que trata disso chama-se marketing. Uma filosofia administrativa que coloca as percepções humanas no centro das decisões. A crise que vivemos agora no agronegócio, com a destruição da nossa reputação ambiental, tem um ângulo real: o crime, a ilegalidade não punida e combatida.
E por outro lado, uma ignorância do uso dos fundamentos da inteligência de marketing a serviço do agronegócio brasileiro.
1) O Brasil não sabe o que marketing significa, por isso não o utiliza, ou usa muito mal.
2) O Brasil não traduziu direito até hoje o conceito de agribusiness, criado em na Universidade de Harvard nos anos 50, por isso, não temos cadeias produtivas organizadas.
3) Associamos demandas de clientes e consumidores globais com ideologias político-partidárias erradas.
4) A concorrência do Brasil é forte e usa nossa ignorância de marketing contra o país.
5) Nossas realidades positivas não são transformadas em ativos valiosos percebidos. Com isso, perdemos valor e ficamos vulneráveis ao negativo, fakes e fatores incontroláveis.
6) Caímos na tentação ignorante da briga de rua, do ‘nós contra eles’, e perdemos aliados no mundo todo.
7) Precisamos de uma gestão de crise de reputação, de fundamentos de marketing e da aplicação da lei contra a ilegalidade no caso do desmatamento ilegal.
Temos no Brasil a Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), além da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e outras associações. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, tem ótimas intenções: CNA, OCB, instituições acadêmicas de nível e profissionais éticos e excelentes que dominam o saber dos fundamentos de marketing.
Marketing & Agribusiness são dois estágios do conhecimento humano, vitais para atuar no mundo de hoje. O professor Ray Goldberg, de Harvard, já rebatiza o agronegócio com o nome Agrocidadania, Agriceutica, saúde e meio ambiente, responsabilidade social, a cidadania no centro de tudo.
Brasil: o único país do mundo com nome de árvore. Que marca genial para marketing.