terça-feira, 5 de maio de 2020

O BRASIL QUE NÃO PAROU

Por Instituto Milenium em 07/04/2020.

Agronegócio: entenda como está esse negócio no Brasil – Solo Rico ...
Solo Rico Agrociências

Em meio ao isolamento e à ameaça de uma profunda crise econômica e social, um setor se planejou, manteve as atividades e está sendo responsável por amenizar os impactos do novo coronavírus no Brasil: o agronegócio. O segmento, que sempre foi protagonista na economia, está ativo e, com isso, as famílias brasileiras continuam com alimento na mesa. Mais do que isso: o país permanece abastecendo o mundo, causando reflexo positivo para a atividade econômica.
Em entrevista ao Instituto Millenium, a advogada e consultora graduada pela Faculdade de Direito de Curitiba, Samanta Pineda, falou sobre como o agro se preparou para este momento e de que forma a crise afeta o setor. Ouça!
De acordo com Pineda, o agro brasileiro continua vendendo 80% da soja para a China, e segue sendo o maior exportador de carne. “O setor sempre foi o protagonista da economia, por ser o responsável pelo superávit da balança comercial. Em um momento de crise, com o fechamento do comércio e a paralisação da prestação dos serviços, o agro é a esperança de que a economia brasileira siga funcionando”, disse.
Se, por um lado, o agronegócio ainda garante estabilidade econômica; por outro, gera conforto para a população brasileira neste momento delicado. A advogada destaca que ainda não há uma percepção geral da importância em acompanhar essa cadeia, em função de 85% das pessoas viverem nas cidades. No entanto, Pineda destaca que é devido à atuação do agro que há a possibilidade de quarentena, uma vez que não há risco de desabastecimento dos mercados.
Até agora, o maior impacto aconteceu no setor da cana de açúcar, por conta da queda do consumo de etanol. Outro baque pode vir das exportações, uma vez que os países asiáticos são grandes consumidores de produtos brasileiros, assim como a Europa e os EUA. No entanto, Samanta Pineda destaca que o Ministério da Agricultura tem trabalhado com habilidade, em contato com os compradores e repensando prazos e formas de contratação.
Especialista em direito socioambiental pela PUC do Paraná, a advogada destacou a importância de acompanhar as ações durante o surto, uma vez que há decisões diárias desde o início da epidemia no Brasil. “A gente percebe que muitas medidas vem sendo tomadas diariamente. O Ministério da Agricultura criou o comitê de gerenciamento de crise, que vai desde a parte de manter o produtor rural no campo, produzindo o que é essencial para o consumidor; até a logística, para que não haja desabastecimento. Toda a cadeia produtiva vem sendo contemplada por medidas governamentais para garantir uma quarentena segura”, disse, ressaltando que o agro está na lista de serviços considerados essenciais.
Financiamento é obstáculo
O diretor da Fiagril, Luiz Gustavo Silva, destacou as medidas que a empresa, uma das maiores do setor, adotou desde o início da crise. A sede, no Cuiabá, está fechada, com 100% dos funcionários trabalhando em esquema de home office. As lojas estão com o menor número de pessoas possível, apenas em atividades necessárias – como a emissão de nota fiscal, por exemplo. Os funcionários da linha de frente estão recebendo todo o material recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como máscaras e álcool em gel. O empresário destacou que o trabalho virtual não impediu as atividades. “Continuamos a financiar o produtor com insumos, fertilizantes, sementes e químicos. Estamos funcionando da mesma forma. A diferença é que antes, tudo era muito presencial, e agora estamos fazendo os negócios por telefone”, disse.
Luiz Gustavo afirmou que a pandemia do novo coronavírus impõe alguns desafios para o agro no país. Um deles é a questão logística, que é feita majoritariamente por via terrestre. Até agora, não há grandes entraves: as estradas estão liberadas para o trânsito de produtos e os restaurantes e lojas de conveniência estão abertos, garantindo suporte e comodidade para os caminhoneiros. No entanto, a questão está sendo monitorada com muita atenção.
O principal desafio, no entanto, é a questão do crédito e do financiamento. “Todo o agro é financiado por instituições financeiras. Estamos falando de 15% do Produto Interno Bruto só na parte de grãos. Estamos aguardando o apoio dos grandes bancos para poder suportar a demanda financeira que temos do financiamento da safra”, disse Luiz Gustavo Silva.

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Aflições Econômicas - Somos tão idiotas assim?

Exportações de suínos em abril aumenta em 23,35% em volume; frango sobe só 0,92%

Por Letícia Guimarães em 04/05/2020 no site Notícias Agrícolas.

Exportação de carne suína em Santa Catarina bate recorde histórico ...
Santa Catarina News

De acordo com dados divulgados na tarde desta segunda-feira (4) prela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações de carne suína fecharam o mês com bom desempenho tanto em volume embarcado quanto em faturamento. Já a carne de frango teve apenas leve aumento no volume, mas em matéria de preço, ficou no vermelho. 
De acordo com Douglas Coelho, sócio da Radar Investimentos, para carne de aves, a válvula para regular a produção é mais flexível do que a suína, e a queda nas exportações pode estar muito mais ligada à intenção do granjeiro de alojar menos animais em função de custo alto, do que um encerramento da demanda. 
No caso da proteína de aves, o valor em mil dólares por média diária ficou 6,67 menor do que no mesmo mês do ano passado, comparando US$ 23.792,1 faturados este mês com os US$ 25.493,4 no ano passado. 
O preço por tonelada também caiu 7,53%, passando de US$ 1.603,9 em abril de 2019 para US$ 1.483,2 este ano. Os volumes embarcados aumentaram pouco, 0,92%, comparando a média de embarque diário de 15.894,4 toneladas no ano passado com as 16.041,4 em abril deste ano. 
Já no caso dos suínos, o desempenho do produto teve resultados positivos, mesmo com a pandemia do coronavírus. O aumento do faturamento em mil dólares por média diária foi 40,47% superior em abril de 2020, US$ 7.699,3, comparando com os US$ 5.481,1 no mesmo mês no ano passado. 
O preço por tonelada teve alta de 13,88%, chegando a US$ 2.448,1 este ano em comparação com US$ 2.149,8 ano passado. 
Em matéria de volume embarcado, o aumento foi de 23,35%, passando de 2.149,8 toneladas na média diária em abril de 2019 para 2.448,1 no último mês de abril. 
 
No caso da carne suína, Douglas Coelho explica que é fato que a demanda externa deve continuar bem aquecida porque há um déficit mundial da proteína.

"O plantel chinês está longe de ser recuperado, e houve um enxugamento, fechamento de mais de 20 unidades processadoras de bovinos e suinos nos Estados Unidos, e querendo ou não, nós temos produto de qualidade e o mercado conseguiu absorver um pouco".