quinta-feira, 29 de junho de 2017

Tentativas de compra abaixo da referência são comuns no mercado do boi gordo

Por Isabella Camargo

Em 28/06/2017 no site Scot Consultoria

A oferta de animais terminados tem atendido com certa facilidade a demanda dos frigoríficos, dando espaço inclusive para que algumas empresas testem preços menores.

Das trinta e duas praças pesquisadas pela Scot Consultoria, ocorreram quedas em nove para o preço do boi gordo na última terça-feira (27/6).

Destaque para o Norte de Minas Gerais, onde a arroba do macho terminado ficou cotada em R$119,00, à vista, livre de Funrural, uma queda de 5,6% em relação ao início do mês. 

Na região as escalas de abate giram em torno de cinco dias.

Um ponto que merece destaque, muito foi comentado na última semana, é o mercado futuro do boi. Após desvalorização de quase sete reais na última semana para o vencimento de outubro, os preços estão se recuperando.

Confinamento de bovinos pode recuar até 15% em 2017

Por Alisson Freitas
Em 27/06/2017 no site Portal DBO
As oscilações da economia e os escândalos do setor de carnes nos últimos meses têm intensificado as incertezas do confinamento para 2017. O cenário da atividade  tornou-se ainda mais nublado após a derrapada da arroba no mercado futuro na última semana, quando chegou a registrar queda de quase R$ 10 na entrega para outubro em menos de dez dias.
De 13 a 21 de junho, a arroba saiu de R$ 128 para R$ 118,6, sendo a maior queda da história em dez dias, de acordo com acompanhamento da Agrifatto. A analista Lygia Pimentel destaca que esse cenário se dá em função das recentes crises no setor e a falta de firmeza no mercado físico.
“Nunca o mercado passou por situação parecida e é impossível relacionar o momento atual com qualquer outro na história. O pico de baixa de preços geralmente acontece em maio e o pico agora é em outubro. Ou seja, o mercado está prevendo que a arroba terá desvalorização de mais de R$ 10 nos próximos três meses”.
Com a arroba em baixa no mercado futuro, o confinamento deverá sofrer um baque maior do que o esperado no início do ano. “Começamos o ano projetando uma queda de 13% no confinamento. Após a delação da JBS revisamos nossos cálculos e agora acreditamos que o recuo será de 15%, alcançando o total de 3,9 milhões de cabeças”, explicou a analista. “Essa projeção ainda não leva em conta a suspensão das exportações dos EUA, que é um novo fator que pode influenciar ainda mais nessa estimativa”, acrescentou.
A incerteza de quanto será a remuneração pela entrega dos animais terminados deverá afastar grande parte dos agricultores, que viam na queda do preço da reposição a brecha para entrar na atividade neste ano por meio da integração lavoura-pecuária.
No entanto, a analista destaca que o cenário de redução não deve ocorrer em todo o país. Um dos exemplos é o Mato Grosso, onde a produção de milho é muito maior que a capacidade de armazenamento das fazendas, forçando os produtores a deixar o grão a céu aberto na lavoura.
Outro situação onde a atividade pode crescer é entre os produtores que fazem confinamento estratégico. “Eles já se planejaram para terminar os animais no cocho e devem fazer isso mesmo que o resultado seja negativo”, ressaltou Lygia Pimentel.
Apesar das projeções serem negativas, a analista destaca que assim como não eram previstas as turbulências que abalaram o setor nos três últimos meses, também é possível que alguma notícia positiva, como a retomada da JBS, reverta o cenário e a arroba volte a subir no mercado futuro, incentivando os produtores a confinar.
Fonte: Portal DBO

Cadeia precisa se unir para resolver embargo

Por Thuany Coelho
Em 27/06/2017 no site Portal DBO.


A união da cadeia produtiva de carne deve ser a saída para resolver a questão da suspensão de importações de carne bovina fresca brasileira pelos Estados Unidos. É o que diz Elcio Inhe, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan). “Temos que analisar exatamente o que está acontecendo. Eu acredito que a solução virá de um trabalho integrado de fiscalização, frigoríficos, da indústria veterinária e do pecuarista”.
No Animal Health Innovation Latin America, fórum global do setor de saúde animal realizado em São Paulo nesta terça, 27, ele afirmou que a entidade já teve reuniões com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mas que ainda não há uma certeza sobre a causa e que o sindicato ainda não recebeu laudos oficiais sobre a situação. “Sabemos que existe o problema, mas não ainda se é da reação vacinal. É muito difícil saber pelas fotos que vimos. Estamos procurando obter informações mais precisas, pois pode ser da vacina, mas também de como a aplicação foi feita”, explica.
Inhe diz que o importante agora é entender de vez os problemas e, com isso, melhorar os processos em todos os elos que compõem o setor. “Tem que investigar, até para ver se é da vacina - o que achamos que não é, ou então o problema seria muito maior. A gente sabe que são milhões de cabeças no país e nem sempre é um veterinário que está ali aplicando, então talvez o produtor precise tomar mais cuidado na aplicação da vacina, mas também colocar a culpa nele não faz sentido. E o frigorífico tem que fatiar até o fim se for preciso para descartar qualquer problema”.
Ele ainda reforça que é preciso resolver a questão com rapidez para “provar que nossa carne é boa e que foram casos isolados". Apesar de responder por apenas 3% das exportações brasileiras de carne in natura, a abertura do mercado norte-americano é importante para a imagem do produto brasileiro. "A gente sabe a oposição que existe lá dentro [nos EUA] para que nossa carne não entre, mas precisamos resolver o problema e voltar a exportar". 
Repercussão - Inhe, porém, não acredita que é necessário alarmismo sobre a questão. A mesma opinião é compartilhada pelo diretor presidente da Vetoquinol, Wolfgang Haag, que também participou do fórum. “Não é uma crise mundial, são altos e baixos no negócio. O mercado aqui é bem desenvolvido, não pode jogar um caso em cima de todo o mercado”, diz o alemão, que mora no país há quase dois anos.
Ele reforça, contudo, a necessidade de corrigir o problema e reforçar o sistema de auditoria sanitária para evitar novos casos. “Quando você erra, tem que ter um plano e resolver, treinar as pessoas. O agronegócio aqui é gigante, mas pode ser ainda maior e produzir com mais qualidade se os animais forem melhor fiscalizados”.
Mudanças na vacina - Na semana passada, o Mapa divulgou que a vacina contra a febre aftosa passará por mudanças. O primeiro passo será retirar o vírus C de todas as doses produzidas no país, já que um estudo do Centro Panamericano de Febre Aftosa concluiu que não há mais a circulação desse tipo na América do Sul. Essa nova vacina já será aplicada no ano que vem. Outra alteração será a redução da dose, de 5 ml para 2 ml, por não ser mais necessária uma dose reforçada da vacina no país. Segundo Elcio  Inhe, ela entrará no mercado em 2019. 
Fonte: Portal DBO

Exportações brasileiras de soja continuam aquecidas

Por Felippe Reis

Em 27/06/2017 no site Scot Consultoria

Resultado de imagem para soja planta
Diário com a Natureza

Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, até a quarta semana de junho, o Brasil exportou 7,18 milhões de toneladas de soja grão.

O volume diário embarcado foi de 449 mil toneladas, um aumento de 27,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Se o ritmo de embarque se mantiver até o fim do mês o país exportará, em junho, um volume total de 9,43 milhões de toneladas.

Para curto prazo a perspectiva é de que a demanda em alta no mercado externo mantenha o bom ritmo da exportação do produto.

SOJA - 28/06/2017

Preços médios da soja em R$/saca de 60 kg
UFCIDADECOMPRAVENDA
PR
Paranaguá68,0068,50
Ponta Grossa65,0065,50
Norte63,0063,50
Oeste62,0062,50
Sudoestes63,0063,50
RS
Rio Grande68,5069,00
Missões64,0064,50
Planalto Central64,0064,50
MT
Cuiabá58,5059,00
Rondonópolis58,5059,00
Primavera56,0056,50
Canarana50,0050,50
Sorriso52,2052,70
Lucas do Rio Verde53,0053,50
Campo Novo dos Parecis53,5054,00
Sapezal52,5053,00
MS
Campo Grande54,5055,00
Dourados55,5056,00
S.G. Oeste54,0054,50
Chapadão do Sul54,0054,50
DF
Brasília58,5059,00
GO
Mineiros56,5057,00
Rio Verde57,0057,50
Jataí56,5057,00
SP
Santos68,5069,00
Rancharia62,0062,50
Ourinhos62,0062,50
Orlândia62,0062,50
MG
Uberlândia60,5061,00
Uberaba60,5061,00
Unaí58,5059,00
BA
Luis Eduardo Magalhães58,5059,00
MA
Balsas58,0058,50

Mercado do boi gordo em ritmo lento

Por Breno de Lima

Em 27/06/2017 no site Scot Consultoria.

Resultado de imagem para boi gordo
Midiamax

Poucos foram os ajustes registrados na abertura do mercado da última segunda-feira (26/6). De maneira geral as cotações ficaram estáveis em relação ao fechamento da semana passada.

Muitas indústrias ainda aguardavam fora do mercado para traçarem suas estratégias de compra para o restante da semana.

Em São Paulo, a referência para a arroba do boi gordo ficou em R$127,50, à vista, livre de Funrural, estabilidade frente ao levantamento da última sexta-feira (23/6).

No mercado atacadista, após a queda da referência para a carcaça bovina na última semana, não houve alteração.

O boi casado de animais castrados está cotado em R$8,90/kg.


quarta-feira, 28 de junho de 2017

Produção global de leite tende a se recuperar lentamente

Por MilkPoint em 23/06/2017.

Resultado de imagem para produção de leite

Os níveis da produção global de leite continuam a se recuperar após a forte contração no fim de 2016, informa o Rabobank em seu relatório trimestral sobre o mercado de lácteos. No entanto, o ritmo da retomada é mais lento do que o esperado por analistas do mercado.

De acordo com análise do banco holandês, os preços mais altos ao produtor e as condições climáticas mais favoráveis estão dando um “necessário alívio” para os produtores de leite ao redor do mundo depois de três anos de declínio nas cotações do produto.

Os preços nos EUA continuam acima dos valores na Europa e Oceania, estimulados pela demanda local e exportações maiores, em função do dólar ligeiramente mais fraco. A expectativa do Rabobank é que se as margens de produção seguirem boas, a produção de leite nos EUA continuará a crescer, depois de um leve tropeço no primeiro trimestre deste ano. Nos primeiros quatro meses do ano, a alta foi de 2% sobre igual intervalo de 2016. Além disso, o consumo doméstico de manteiga e queijo também deverá continuar a aumentar no país.

O Rabobank observa que as cotações médias ao pecuarista na Europa subiram no fim de 2016, mas permaneceram em patamares apenas moderadamente interessantes, o que levou a diferentes respostas por parte dos produtores. Pecuaristas na Irlanda, Polônia e Itália continuam a expandir a produção e também houve uma arrancada na produção tardia no Reino Unido no segundo trimestre deste ano.

No entanto, a produção como um todo na Europa cresce mais lentamente do que muitos esperavam, diz o relatório. No primeiro trimestre, foi 1,1% inferior a igual intervalo em 2016, e as indicações são de que a produção deve ficar atrás nos grandes países produtores também no segundo trimestre.

O fraco crescimento da produção na União Europeia, num período do ano em que os níveis de oferta de gorduras lácteas estão naturalmente deprimidos, e o forte aumento da demanda nos EUA têm contribuído para uma escassez global de gorduras lácteas, levando os preços da manteiga e do creme de leite a “níveis excepcionais”. Neste ano, a tonelada alcançou quase US$ 6 mil, segundo o Rabobank, praticamente o dobro do patamar de 2016. “No curto prazo, para aliviar a pressão, processadores ficarão certamente tentados a elevar os preços ao produtor para estimular maior oferta de gordura láctea”, afirma o relatório.

O Rabobank destaca ainda que a recuperação da produção de leite na América do Sul continua em ritmo lento, mas estável. No Brasil, os custos começaram a recuar e a produção e o consumo estão em recuperação. Ainda conforme o relatório, a Argentina também deve voltar a ampliar a produção no segundo semestre do ano.

Na Nova Zelândia, há mais otimismo com a nova safra do que havia nos últimos três anos e os preços iniciais ao produtor estão ao redor de 6,50 dólares neozelandeses por quilo de sólidos de leite. Conforme o banco holandês, o clima favorável na safra deve estimular um forte crescimento da produção.

Na China, relata o Rabobank, os preços ao produtor têm perdido força, restringindo o crescimento do volume de grandes fazendas de produção e forçando pequenos produtores a deixar a atividade. Isso significa que “mesmo um crescimento medíocre do consumo tem conseguido superar o aumento da oferta”.

Como os estoques no país asiático estão baixos, a expectativa do Rabobank é que os níveis de importação da China terão de aumentar muito mais rápido no segundo semestre de 2017 e que o crescimento da importação em todo o ano ficará perto dos 20% já previstos.

De uma maneira geral, diz o banco, a expectativa é que recuperação da produção mundial continuará. Para a instituição, o aumento estrutural da demanda por gorduras lácteas é uma questão que levará mais tempo para ser solucionada, e há necessidade de que os preços se ajustem para refletir as mudanças nos padrões de consumo. Será preciso também novos incentivos de longo prazo para estimular a produção de mais gordura.

As informações são do jornal Valor Econômico.

Carne: Blairo Maggi vai aos EUA reverter embargo

Por:  -Leonardo Gottems 


Resultado de imagem para embargo de carne brasileira
  Canal Rural

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, fez um esclarecimento nesta sexta-feira (23.06) com respeito ao embargo à carne brasileira (in natura) imposto pelo governo norte-americano. De acordo com ele, trata-se de um problema conhecido, que já estava sendo resolvido, e que na semana que vem será negociado por ele diretamente nos Estados Unidos.
“Fomos informados há alguns dias da ‘não conformidade’ que está aparecendo na carne brasileira, no que diz respeito a abcessos na carne que está indo. Esses abcessos são reações à vacinação contra febre aftosa. O Brasil é o único país que exporta para os EUA [com status] livre de aftosa com vacinação”, explicou.
O ministro lembra que, tão pronto recebeu essas informações procedeu a cancelar cinco plantas que estavam habilitadas para exportação: “Já tínhamos tomado essa providência, e estamos finalizando uma nova forma, nova metodologia de inspeção dessas carnes nos frigoríficos, uma nova IN (Instrução Normativa) para sermos mais rigorosos”.
Segundo ele, como se trata de uma suspensão temporária, na semana que vem ele espera finalizar os planos já feitos no Mapa. “Assim que os norte-americanos receberem as informações do Brasil, pretendo me deslocar até os EUA com uma equipe para fazer as discussões necessárias e reestabelecer esse mercado tão importante que o Brasil conquistou nos últimos anos”, adianta.
Maggi lembra que podem existir mais interesses envolvidos do que apenas a sanidade animal: “Temos que entender que estamos exportando carne para o nosso maior concorrente, e há uma pressão muito grande dos produtores norte-americanos desde a época da liberação para que haja um embargo e não se permita a chegada de carne brasileira lá. Concordamos com a decisão, mas temos que lutar porque é um mercado muito importante”.
Sobre as vacinas, o ministro garante que vai abrir “imediatamente uma sindicância, uma investigação para ver que tipo de reagente está sendo utilizado e se, de fato, está deixando esse resíduo nas carnes enviadas. É um mercado novo, que tem comprado parte dianteira dos bovinos, que é onde foi feita a vacinação”. 
“Estamos bastante atentos ao assunto, que não surgiu hoje. Já havíamos feito a suspensão de cinco plantas para evitar a suspensão, mas não foi possível. Vamos correr atrás e resolver esse assunto o mais breve possível, já que a pecuária brasileira passa um momento de grande dificuldade, com preços baixos para os produtores, e esse era um canal muito importante para a manutenção dos preços aqui no Brasil”, conclui. 

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Escândalos arranham imagem da carne brasileira no exterior

Por Alisson Freitas
Em 23/06/2017 no site Portal DBO

Mais um terremoto abalou a cadeia produtiva de carne bovina brasileira nesta semana. Após encontrar irregularidades na carne importada do Brasil, os Estados Unidos anunciaram a suspensão das compras do produto. As autoridades brasileiras afirmaram que as falhas encontradas são relacionadas à reação alérgica à vacina contra febre aftosa e que não trazem nenhum risco sanitário. No entanto, o setor segue apreensivo pois é o terceiro grande escândalo nos últimos três meses. Antes dele ocorreram a Operação Carne Fraca, em março, e a delação da JBS, em maio.
“Sem dúvida essa sucessão de escândalos suja a imagem da carne brasileira no mercado externo. Todo o trabalho feito de abertura de mercados realizado nos últimos anos pode ir por água abaixo caso essa situação não seja revertida rapidamente”, destacou o diretor-secretário da Informa Economics FNP, José Vicente Ferraz.
Embora os embarques de carne bovina para os EUA  ainda não tenham grande representatividade em termos de volume e receita, o embargo imposto deixa o mercado receoso de que outros importantes parceiros comerciais do Brasil também tomem a mesma decisão. Recentemente, representantes da União Europeia criticaram o sistema de produção da carne brasileira, ameaçando impor restrições caso nenhuma medida seja tomada.
Outro desdobramento deve ser a dificuldade de negociações com os demais importadores. “Sem dúvida os compradores aproveitarão a oportunidade para pressionar os preços e pagar mais barato pela carne brasileira”, prevê Ferraz.
O analista também destaca que a série de problemas seria solucionada de forma mais efetiva caso a situação político-econômica fosse outra. “Atualmente o Brasil não tem governo. Os gestores estão totalmente perdidos e não têm a menor credibilidade tanto dentro do País como fora dele. Eles estão mais preocupados em abafar as denúncias de corrupção do que em resolver os problemas da economia”.
Papel do Mapa – Para reverter este cenário, Ferraz acredita que é necessário que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) dê uma resposta rápida e inicie um trabalho de recuperação da credibilidade da imagem da carne brasileira no exterior junto a outras entidades e que combata constantemente as denúncias de corrupção no setor.
“No caso da carne fraca o governo deu uma resposta rápida e efetiva a princípio, mas depois acabou cometendo um grave erro. Eles deveriam exigir que o Ministério Público e a Polícia Federal viessem a público para assumir que se precipitaram e divulgaram informações erradas”.
Em nota em sua página no Facebook, o ministro do Mapa, Blairo Maggi, lamentou a suspensão dos embarques e afirmou que irá aos Estados Unidos prestar todos os esclarecimentos em relação a produção de carne brasileira.
Vale ressaltar que quando a Operação Carne Fraca foi deflagrada, na segunda quinzena de março, os EUA mantiveram as importações de carne do Brasil, enquanto outros países impuseram embargos temporários. Desde então as autoridades sanitárias americanas passaram a reinspecionar todos os carregamentos que chegavam do Brasil. Nesse período, 11% dos produtos foram rejeitados, conforme informou o Departamento de Agricultura Americano (USDA).
Sem risco sanitário - Em entrevista ao Portal DBO, Enrico Ortolani, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP, destacou que os nódulos encontrados pelas autoridades americanas são causados por uma reação alérgica dos animais à vacina de febre aftosa e não têm nenhum tipo de risco sanitário. Ele ressaltou que o problema é comum entre os países que fazem esse tipo de vacinação. No entanto, alertou que o descarte da área da carcaça onde está o caroço é um procedimento básico da indústria frigorífica no momento da toalete.
Inspeção em xeque – As discussões em relação a falhas e corrupção na inspeção de produtos de origem animal têm ganhado força desde a deflagração da Operação Carne Fraca. O Mapa endossa a ideia de que a fiscalização seja feita por fiscais terceirizados. A medida é fortemente criticada por entidades do setor, que afirmam que isso enfraqueceria todo o processo de inspeção pois tiraria a autonomia do fiscal. 
Fonte: Portal DBO

O uso de programas/softwares na gestão das propriedades

Por Ricardo Ferreira Godinho 
postado em 22/06/2017 em MilkPoint

uso de softwares para ajudar na gestão das propriedades por si só pode não ser a solução. Ajuda, sem dúvidas, mas, outras questões precisam ser consideradas antes de sua adoção para que eles não sejam utilizados de forma errada. Se isso acontece, normalmente há uma generalização e o usuário tende a achar que não funciona, que não deu certo ou não atendeu as expectativas.

Pesquisas realizadas nacionalmente apontam que os produtores rurais são resistentes quanto ao uso das tecnologias de informação e comunicação para auxílio na gestão. Por outro lado, existem também vários projetos e políticas públicas que visam ampliar suas utilizações, mas os produtores desconhecem ou não se interessam por essas ferramentas.

Nos fóruns de discussão do MilkPoint e do EducaPoint, observou-se um ponto que vai de encontro a estas pesquisas nacionais, pois por meio dos comentários dos leitores, se identificou que as pessoas às vezes têm receio de usar planilhas (e não necessariamente o caderno) porque acham difícil ou, acreditam que os funcionários não se adaptariam.

No campo, se nota que o uso destas tecnologias primeiramente tem que passar pela adoção de controles e pela utilização das informações que podem ser geradas. É preciso saber o que eu quero, para depois ir ao mercado em busca de um software que me responda ou auxilie nesta resposta, lembrando que as informações e as decisões de controle auxiliam para que uma fazenda não perca o foco, direcionando seus passos em prol de seus objetivos.

O uso de programas/softwares na gestão das propriedades

No caso de fazendas maiores, controlar é a função administrativa que se refere às relações interpessoais dos administradores em todos os níveis da fazenda com seus respectivos subordinados. No caso de fazendas menores, ou até mesmo sem funcionários, basta pensar nos “níveis administrativos/empresariais” os quais o produtor precisa pensar diferente em função de cada nível em que se encontra.

Controle pode ser definido como “o processo de produzir e usar informações para tomar decisões, sobre a execução de atividades e sobre os objetivos”. Implica em usar informações continuamente recebidas para tomar decisões que direcionem um determinado sistema ao objetivo desejado. A partir das informações obtidas no processo de controle é possível tomar decisões sobre:

- Que objetivos devem ser atingidos pela fazenda ou sistema de produção;
- O desempenho da fazenda ou sistema de produção em comparação com os objetivos definidos;
- Riscos e oportunidades no trajeto desde o início das atividades até o objetivo estabelecido;
- O que deve ser feito para assegurar a realização dos objetivos propostos;
- A eventual necessidade de mudar o objetivo estabelecido.


Tecnologias de informação e comunicação na agropecuária (TIC)
O termo informática é abrangente e engloba alguns componentes para o tratamento da informação, dentre eles a Tecnologia da Informação (TI) e o Sistema de Informação (SI). A tecnologia da informação surgiu da necessidade de se estabelecer estratégias e instrumentos de captação, organização, interpretação e uso das informações. É uma coleção de recursos, incluem pessoas, informações de uma organização e infraestrutura tecnológica.

Tecnologia de informação pode ser definida como sendo "todo e qualquer dispositivo que tenha a capacidade para tratar dados e/ou informações, tanto de forma sistêmica como esporádica, independentemente da maneira como é aplicada".  O potencial da informação depende do usuário e do uso que se faz dela, e uma série de características determinam o valor da informação para a fazenda:

- Precisa: sem erros – informações incorretas costumam ser geradas devido ao lançamento de dados incorretos como entrada no processo de transformação;
- Completa: contém todos os fatos relevantes no processo em análise;
- Confiável: dependente da confiabilidade dos dados de origem e dos métodos de coleta de dados;
- Relevante: importantes para os tomadores de decisão decidirem sobre um determinado processo ou decisão;
- Clara: deve ser simples – informações detalhadas e complexas não são úteis aos tomadores de decisão. Devem estar filtradas em quantidades compatíveis com as necessidades e as capacidades de processamento do tomador de decisão;
- Veloz: entregue quando necessária – nem antes, nem depois;
- Acessível: deve ser facilmente acessível por usuários autorizados, no formato adequado e no momento certo;
- Segura: acesso somente por pessoas autorizadas.


Um pesquisador brasileiro afirmou há quase duas décadas que “a informática ganhará cada vez mais espaço na gestão da empresa agropecuária, entretanto, deverá passar por significativas reestruturações de visual e funcionamento, em busca de maior simplicidade e interatividade para o usuário. Softwares que demandem menos esforços na coleta de dados a campo e que gerem resultados de fácil interpretação terão preferência”.

Em 2014, a Embrapa publicou um trabalho no qual afirma que nas próximas duas décadas, o setor agropecuário desempenhará, paulatinamente, um papel mais multifuncional. Se vislumbra maior dependência de conhecimentos, tecnologias e inovações. As interfaces entre as ciências agrárias e as outras áreas do conhecimento serão ampliadas. A velocidade das mudanças também se acelerará.

A implantação de novos sistemas de informação requer mudanças organizacionais. A informação tem-se mostrado uma ferramenta de alto valor estratégico para qualquer organização e a implantação de um novo sistema de informação, adequando às novas necessidades de flexibilidade e agilidade que o mercado exige, requer a realização das mudanças estruturais necessárias na organização.

Alguns sintomas comuns que evidenciam uma má coordenação da relação entre sistemas de informação e a organização têm forte relação com as pessoas, tais como o empregado que ignora o sistema por não ter domínio de sua utilização ou ainda, porque o sistema não atende às reais necessidades da fazenda ou usuário; o baixo moral dos funcionários afetados pelas mudanças estruturais e hierárquicas, e os resultados abaixo do esperado.

Para que estes e outros problemas não ocorram, devem ser considerados, no desenvolvimento de qualquer sistema de informação, os fatores como as particularidades de uma atividade (por exemplo: leite, agricultura, corte), o tamanho e a estrutura da fazenda, os controles já existentes e os que precisam ser implantados, a forma de entrada de dados e estilo gerencial. O estudo detalhado desses fatores, combinado com a análise das necessidades de informação da organização, estabelece uma base sólida para a definição do sistema de informações e das mudanças organizacionais necessárias.

Neste sentido, é preciso identificar aplicativos de sistemas de informação que se adaptem aos objetivos e às prioridades estabelecidas pela fazenda. É preciso considerar que algumas vezes os planos organizacionais não estão disponíveis ou não foram formulados, dificultando o alinhamento e o planejamento da tecnologia da informação. Ao basear-se somente nas propostas apresentadas pelos usuários, o projeto irá refletir os preconceitos existentes na empresa em relação ao uso do computador, bem como a atitude mais agressiva de alguns gestores em apresentar os conflitos de poder na fazenda.

Pesquisadores do setor de sistemas de informação apontaram que há uma clara tendência de que a adoção da tecnologia da informação e comunicação (TIC) na agricultura é reconhecida - pela maioria do público que participou da conferência European Federation Information Technologies in Agriculture, Foodand Environment (EFITA) - como um problema permanente.

De 2001 até 2013, em sete eventos consecutivos, os especialistas em agroinformática reforçaram essa realidade. Os participantes destes eventos foram questionados se têm problemas com a adoção de TIC na agricultura. Os que responderam “sim” variaram de 72% na edição do evento de 2001 a 96,7% em 2005, sendo que na edição de 2013, 78,9% dos participantes continuaram com esta afirmativa.

Nos Estados Unidos, no período de 2003 a 2013, verificou-se um crescimento no uso de computadores, que chegou a 70%. A utilização de computador nos negócios agrícolas também tem aumentado ao longo deste período, que saltou de 30% para 40%. Em 2013, o aumento foi de 65% com relação ao acesso à internet. .

No Brasil, os dados são muito defasados, pois o país utiliza - para caracterizar o produtor rural que tem acesso a computador e internet - os dados desagregados do Censo Agropecuário de 2006, realizado pelo IBGE. Segundo estes dados, no Brasil, o número de estabelecimentos agropecuários com computador variava de 1,16% (Região Nordeste) a 9,59% (Região Sul) e com acesso à internet, de 0,4% (Região Norte) a 3,95% (Região Sudeste). Provavelmente estes dados se alteraram muito nos últimos 10 anos se considerarmos a popularização dos smartphones, da internet móvel e rural e o aumento da quantidade de aplicativos disponíveis para estes equipamentos direcionados ao meio rural.

As ferramentas atualmente disponibilizadas pela tecnologia da informação e comunicação possibilitam que a gestão das fazendas seja aprimorada pelos gestores. Essas ferramentas auxiliam o processo de tomada de decisões reduzindo custos e melhorando a comunicação interna e com clientes, fornecedores e prestadores de serviços. Uma pesquisa publicada em 2004, apontou a existência de 34 softwares destinados à gestão e controle de atividades da pecuária brasileira. Já em 2008, outra pesquisa apontou a existência de 402 softwares para agronegócios, distribuídos em quatro categorias que abrangem várias cadeias produtivas do agronegócio: administração/gerenciamento, manejo animal, cultivo vegetal e controle de processo e/ou de atividades rurais.

Outro trabalho publicado em 2011 com dados de 2010 apontou um total de 1143 softwares para agropecuária e a categoria administração/gerenciamento concentrava 40,9% dos produtos; 25% eram para controle de processo e/ou atividades rurais, 20,6% para manejo animal e 13,5% cultivo vegetal. A quantidade de produtos dedicados à agropecuária é um reflexo da importância econômica e social do agronegócio brasileiro, juntamente com a evolução tecnológica e produtiva do setor.

Por meio da análise destes softwares e aplicativos no campo, as pesquisas constataram que os produtores rurais são resistentes quanto ao uso das tecnologias de informação para o auxílio na gestão e que eles têm dificuldades em utilizar e extrair o potencial dos sistemas de informações. Muitos produtores não conseguiram utilizar o potencial das ferramentas por desconhecimento conceitual relacionado a sistemas de gestão.

Por outro lado, o uso das tecnologias de informação por produtores alterou o comportamento perante a tecnologia, tornando-os menos receosos quanto ao seu uso. Alguns se tornaram mais motivados, curiosos e passaram a conhecer novas técnicas de informática e administração. Dados apontam ainda que os produtores ainda não perceberam que os computadores e programas de gestão são ferramentas úteis para a melhoria da gestão e que eles auxiliam no aumento da qualidade do trabalho e agilidade na execução das tarefas, além de melhorar a produtividade na gestão.

Nestas pesquisas, alguns produtores relataram que se sentiram inseguros com relação aos seus dados armazenados nos computadores. Embora tenham recebido informações sobre o controle de acesso e meios de armazenamento, esses produtores demonstraram não desejar compartilhar informações referentes aos negócios, mais precisamente informações financeiras, e temem que outros possam conseguir acesso se estiverem no computador.

Enfim, o uso deste recurso parece ser um caminho inevitável. Estas tecnologias estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia, da alimentação do rebanho ao controle leiteiro na sala de ordenha, da identificação de animais doentes ao aleitamento de bezerras, do controle do leite entregue ao laticínio ao custo de produção, entre outros.

Ao adotá-las precisamos ter mais segurança quanto ao que queremos, considerar as pessoas que estarão envolvidas, a realidade da fazenda, a complexidade da tecnologia, a depreciação, entre outros fatores que julgarmos importante, para então realizar uma boa escolha entre as diversas opções disponíveis no mercado. Assim, aproveitamos ao máximo os benefícios e resultados que este tipo de tecnologia pode proporcionar.

Para saber mais sobre controles financeiros e gestão da propriedade, acesse o EducaPoint e participe dos cursos do instrutor Ricardo Godinho:

Planejamento da produção leiteira e Gestão financeira de propriedades leiteiras.


Referências bibliográficas 
ALBERTIN, R.M.M. Estratégias de governança de tecnologia da informação: estrutura e práticas. Rio de Janeiro, RJ : Elsevier, 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE SOFTWARE. Mercado brasileiro de software: panorama e tendências. São Paulo, 2014.

AUDY, J.L.N; ANDRADE, G.K; CIDRAL, A. Fundamentos de Sistemas de Informação, Porto Alegre: Bookman, 2005.

BAMBINI, M.D.;MENDES, C.I.C.; MOURA, M.F.; OLIVEIRA, S.R.M. Software para agropecuária: panorama do mercado brasileiro. Parcerias Estratégicas, v. 18, n. 36, p. 175-198, 2015.

BATISTA, E. O. Sistemas de informação: o uso consciente da tecnologia para o gerenciamento. São Paulo: Saraiva, 2006.

BORGES, Vânia de Oliveira. A tecnologia de informação e comunicação como ferramenta de apoio ao produtor rural no processo de gestão. 2015. Dissertação de Mestrado. Universidade do Estado de Minas Gerais.

CANZIANI, J.R.F. Assessoria administrativa a produtores rurais no Brasil. 2001. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

COMITÊ GESTOR DA INTERNET NO BRASIL. Pesquisa sobre o uso das tecnologias da informação e da comunicação no Brasil 2011. São Paulo, 2012.

EMBRAPA. Visão 2014-2034: o futuro do desenvolvimento tecnológico da agricultura brasileira: síntese / Embrapa. Brasília, DF: Embrapa, 2014. Página 24.

GOMES, H. F. Interdisciplinaridade e Ciência da Informação: de característica a critério delineador de seu núcleo principal. DataGramaZero, Rio de Janeiro, v.2, n.4, ago.2001. Disponível em: http://www.dgz.org.br/ago01/Art_04.htm>.

MACHADO, J.G.C.F.; NANTES, J.F.D. Adoção da tecnologia da informação em organizações rurais: o caso da pecuária de corte. 2011. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/gp/v18n3/09.pdf>.

MAXIMIANO, A.C.A. Introdução à Administração. 8ª edição. São Paulo: Atlas, 2011.

MENDES, C. I. C.; BUAINAIM, A. M.; FASIABEN, M. C. R. Acesso ao computador e à internet na agricultura brasileira: uma análise a partir do Censo Agropecuário. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DEECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL, 51., Belém, PA, 2013. Novas fronteiras da agropecuária no Brasil e na Amazônia: desafios da sustentabilidade: anais. Belém, PA: SOBER, 2013.

MENDES, C. I. C.; BUAINAIM, A. M.; FASIABEN, M. C. R.. Uso de Computador e Internet nos estabelecimentos agropecuários brasileiros. In: MASSRUHÁ, S.M. F.S.; LEITE, M. A. A.; LUCHIARI JUNIOR, A.; ROMANI, L. A. S. (Org.). Tecnologias da Informação e Comunicação e suas relações com a agricultura. 1ed. Campinas: Embrapa Informática Agropecuária, v. 1, p. 39-52, 2014.

MENDES, C. I. C.; OLIVEIRA, D. R. M. S.; SANTOS, A. R. (org.). Estudo do mercado brasileiro de software para o agronegócio. Campinas: Embrapa Informática Agropecuária, 2011. 184 p.

OLIVEIRA, D.R.M.S.; SANTOS, A.R. (org.). Estudo do mercado brasileiro de software para o agronegócio. Campinas: Embrapa Informática Agropecuária,2011. p. 131-146.

PEREIRA, M.J.L.B.; FONSECA, J.G.M. Faces da Decisão: as mudanças de paradigmas e o poder da decisão. São Paulo: Makron Books, 1997.

QUINTAIROS, P.C.R.; OLIVEIRA, E.A.A.Q.; CAMPOS, A.R.; SILVA JUNIOR, L.C.F. A tecnologia da informação na gestão da pecuária de corte: um estudo sobre a utilização do software GPEC em empresas do Estado do Tocantins. Latin American Journal of Business Management, v. 3, n. 1, 2012.

TURBAN, E.; MCLEAN, E.; WETHERBE, J. Tecnologia da Informação para Gestão: Transformando Negócios na Economia Digital. Porto Alegre: Bookman, 2004.

WALTON, R.E. Tecnologia de informação: o uso de TI pelas empresas que obtém vantagem competitiva. São Paulo: Atlas, 1993.

Saiba mais sobre o autor desse conteúdo

Ricardo Ferreira Godinho    São João Batista do Glória - Minas Gerais