sexta-feira, 31 de março de 2017

Produção de aves e suínos ganha novas recomendações para suplementação com minerais orgânicos


Fonte: Ascom em 31/03/2017
No site Suinocultura Industrial - Grupo Gessulli.

A Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG) lançou a nova edição das “Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos”, considerada uma das maiores referências para a agroindústria mundial na formulação de rações.
A nova edição constatou, por meio de estudos, a eficiência dos minerais orgânicos na suplementação dos monogástricos, a partir do acompanhamento da inclusão dos ingredientes na dieta de suínos entre 30kg e 50kg e em frangos durante o período de crescimento. A análise apontou que, em forma orgânica, os níveis de minerais necessários para o desempenho dos animais são entre 33% e 50% menores do que na forma inorgânica, percentual que varia de acordo com a espécie e destinação para corte ou reprodução. Isso ocorre por conta da biodisponibilidade dos microminerais, que facilita a absorção dos nutrientes no trato digestivo, favorecendo, por exemplo, o ganho de peso e a eficiência alimentar da granja.
Outras vantagens relacionadas a esse tipo de suplementação de formulação orgânica são o menor impacto ambiental e o retorno para o consumidor. “Nossas recomendações do nível de microminerais orgânicos para as dietas têm uma redução significativa, que pode ser de até 50% do teor recomendado para o inorgânico, o que resulta no melhor aproveitamento pelo animal. Então, a primeira coisa a ser considerada é a redução da excreção de microminerais no meio ambiente por meio das fezes, que podemos observar na cama de frango. Isso reduz o risco de contaminação ambiental pela menor deposição de resíduos. E pode, inclusive, beneficiar os consumidores, que vão encontrar mais qualidade nos produtos avícolas e suinícolas por conta do desempenho que tiveram no campo”, explicou o professor do departamento de Zootecnia da UFV-MG, Horácio Rostagno, durante o lançamento da publicação.
Essa é a primeira vez que as tabelas orientam a diferenciação das recomendações da substituição de minerais inorgânicos por orgânicos e de vitaminas para suplementação. Além disso, a professora do Núcleo de Zootecnia da UFV-MG, Melissa Hannas, destacou que a edição contou também com atualizações relacionadas ao desenvolvimento e avanço genético dos animais. “Uma vez que temos avanços genéticos ligados, principalmente, à eficiência alimentar e conversão, tivemos que fazer esses ajustes no consumo e ingestão de nutrientes. Foram recalculadas todas as exigências para energia considerando mantença e produção. Em função disso, se tem a definição de proteína ideal para a formulação de rações. E outra novidade é a relação de nitrogênio essencial, que permite trabalhar com rações mais próximas do que o animal precisa”.
Experiência
No campo, alguns produtores já têm colocado em prática a utilização dos minerais em sua forma orgânica e os resultados têm mostrado eficiência e ganho de desempenho para as granjas. “Assim como os estudos têm comprovado a eficácia dos microminerais orgânicos, já temos acompanhado o desempenho de algumas indústrias na utilização desses ingredientes. Por exemplo, no caso avícola, é possível alcançar melhoras de carcaça, empenamento e produção de ovos. E a inclusão dessa fonte orgânica deve ser uma tendência para os próximos anos, porque está atrelada ao conceito de sustentabilidade, justamente pela questão de resultar em menos excreção para o meio ambiente”, relata a gerente técnica da Alltech do Brasil, Marlene Schmidt.




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Mercado do boi gordo cada vez mais claro

por Breno de Lima

em 31/03/2017 no site Scot Consultoria.

Com a maioria das empresas de volta às negociações a especulação diminuiu. Mas, de forma geral, ainda há muita cautela nas compras, pouca “vontade” para ampliar as escalas de abate, mesmo tendo ocorrido aumento nas referências em algumas praças.

O que também vale ressaltar é que nas regiões onde a pressão de baixa é maior, os negócios não avançam e o mercado trava.

Em São Paulo a referência para o boi gordo sofreu recuo e ficou em R$141,50/@, a prazo, na última quinta-feira (30/3).


O mercado está pressionado no estado e existem ofertas de até R$6,00/@ a menos, porém, neste patamar é difícil sair negócio.

No mercado atacadista de carne bovina houve queda na referência.

O lento escoamento da carne puxou a referência para baixo. O boi casado de animais castrados ficou cotado em R$9,21/kg, queda de 4,46%.

Óleo de neem pode controlar mais de 500 espécies de insetos e ácaros

Leonardo Gottems
Em 30/03/2017 em Agrolink.

“Diversos resultados de pesquisas realizadas a campo e em laboratório têm demonstrado a ação inseticida do óleo de neem (Azadirachta indica) em várias lagartas-pragas”. A informação é de Gerson Adriano Silva, professor de Entomologia Agrícola do Laboratório de Entomologia e Fitopatologia – Universidade Estadual Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF).
Segundo ele, a ação inseticida do óleo de neem já foi comprovada em mais de 500 espécies de insetos e ácaros. O professor destaca os resultados obtidos contra insetos pertencentes a espécies de lagartas, besouros, mosca, pernilongos, moscas-brancas, cochonilhas, percevejos, pulgões, tripes, pulgas, ácaros e carrapatos.
“O óleo de neem pode ser utilizado para o controle de pragas na agricultura orgânica e convencional. Dentre as lagartas controladas pelo óleo de neem destaca-se a traça-do-tomateiro (Tuta absoluta), broca-pequena (Neoleucinodeselegantalis) e broca gigante (Helicoverpa zea) no tomateiro, lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) no milho, bicho-mineiro (Leucopteracoffeella) no café, larva-minadora-das-folhas (Phyllocnistiscitrella) em citros e traça-das-crucíferas (Plutellaxylostella) no repolho; o complexo de lagartas que atacam a soja, o algodão e fruteiras”, alista.
O especialista explica que a ação inseticida do óleo de neem deve-se, em grande parte, a dois grupos de moléculas: os triterpenos e os limonoides. A azadirachtina é o triterpeno com maior atividade inseticida presente no óleo. A ação inseticida do óleo de neem sobre os insetos deve-se à inibição da alimentação; ação repelente à oviposição; efeitos neuroendócrinos, inibição do desenvolvimento de insetos imaturos e pode causar a morte por intoxicação aguda.
O óleo de neem é extraído da prensagem a frio de sementes da árvore de neem, uma planta originária da Ásia e caracterizada por apresentar crescimento rápido, tolerância ao estresse hídrico e a solos pobres em nutrientes. De acordo com Gerson Silva, uma planta adulta pode chegar a 20 metros de altura e a 80 cm de diâmetro de tronco. A produção de sementes inicia com três a cinco anos de plantio, com média de produtividade superior a 25 kg/planta.
“É importante salientar que o óleo de neem apresenta ação potencializada contra lagartas em estágios iniciais de desenvolvimento, e à medida que lagartas aproximam do momento de empupar a suscetibilidade ao óleo diminui. Uma das grandes vantagens do óleo de neem no controle de lagartas, em relação aos inseticidas convencionais, é o baixo risco de desenvolvimento de resistência, graças à composição complexa do óleo, formado por mais de 150 compostos biologicamente ativos”, conclui.

Governo de MT revê ICMS do boi em pé

Em 30/03/2017.

Cobrança que vinha sendo mantida em 7% deverá ser reajustada para 9% a partir de 1º de julho

O Governo de Mato Grosso comunicou nesta quinta-feira, 30, que a partir do dia 1º de julho deste ano a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente nas operações interestaduais de boi em pé passará de 7% para 9%. A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) discorda deste aumento e solicitará a manutenção dos 7%, conforme vinha pedindo.
A Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz-MT) publicou hoje no Diário Oficial o decreto nº 902, que revoga o decreto anterior (nº 777) que previa aumentar para 12% a alíquota a partir de sexta-feira, 1º de abril. Segundo o decreto, o ICMS de 7% terá vigência somente até o dia 30 de junho de 2017.
“Em função da operação Carne Fraca, Mato Grosso tem quatro plantas frigoríficas com férias coletivas. Isso prejudica a capacidade de abate dentro do Estado. Se os pecuaristas não estão tendo condições de abater aqui, o governo precisa manter a porta aberta lá fora para facilitar o escoamento da produção e a valorização do preço da arroba para o produtor”, observa o vice-presidente do Sistema Famato, Francisco Olavo Pugliesi de Castro.
A Famato irá solicitar uma reunião com representantes do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Secretaria de Desenvolvimento (Sedec) e Sefaz para discutir a necessidade de manter a cobrança de 7% e não de 9% do ICMS do gado em pé.
Fonte: Ascom Famato

Novo Riispoa terá penas mais severas

Não vou entrar no mérito das alterações mas acho uma evolução a diminuição do numero de artigos da RIISPOA de 952 para 542. JEPAlayon 

30 de março de 2017 - 11:38

Medidas prevêm multa máxima de R$ 500.000 e perda do SIF após três irregularidades gravíssimas em um ano

O ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e o presidente Michel Temer assinaram nesta quarta-feira, 29 de março, no Palácio do Planalto, o novo Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA). Entre as mudanças introduzidas na legislação está a elevação de penalidades.
Por meio de medida provisória, a multa máxima a ser aplicada, no caso de irregularidades, passa de R$ 15.000 para R$ 500.000, anunciou Maggi. Outra medida mais dura é a perda do selo SIF (Serviço de Inspeção Federal) por empresa que cometer três irregularidades gravíssimas em um ano.
As novas normas são voltadas para garantir segurança e inocuidade alimentar, além de combater fraude econômica. O regulamento engloba todos os tipos de carnes (bovina, suína e de aves), leite, pescado, ovos e mel. “O antigo decreto do RIISPOA, que hoje completa 65 anos, proporcionou que as regras sanitárias brasileiras fossem reconhecidas por mais de 150 países. Mas é justo e oportuno fazermos atualizações. O Brasil está diferente”, observou o secretário-executivo do Mapa, Eumar Novacki.
Agora, estão contempladas, lembrou Novacki temas ligados ao respeito ao meio ambiente, á sustentabilidade e ao bem-estar animal. A mudança, segundo ele, “não foi açodada e corrida”, tendo começado em 2007. “A revisão exigiu trabalho meticuloso, o envolvimento de 150 servidores e 33 colaboradores, entre cientistas da Embrapa e de universidades federais”. Além disso, passou por consulta pública e recebeu mais de 3.600 propostas de mudanças, todas analisadas.
A revisão do RIISPOA contempla a implantação de novas tecnologias, padronização de procedimentos técnicos e administrativos, maior harmonização com a legislação internacional, interação com outros órgãos públicos de fiscalização, ordenação didática das normas para facilitar a consulta e orientação e atualização de terminologias ortográfica e técnica.
Foi compatibilizado com legislações, como o Código de Defesa do Consumidor e com o decreto que institui o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA).
O secretário-executivo chamou a atenção para outra inovação, que incluiu especificidades e exigências próprias das pequenas agroindústrias. Blairo Maggi acrescentou que doenças que afetavam os animais, como zoonoses, no antigo RIISPOA, não estão mais presentes. Esse tipo de preocupação foi substituída por cuidados com patógenos, como a salmonella, que é um problema atual.
O novo regulamento estabelece a obrigatoriedade da renovação da rotulagem dos produtos de origem animal a cada 10 anos e determina  sete tipos de carimbos do Serviço de Inspeção Federal (SIF). O regulamento que era usado até esta quarta-feira é de 29 de março de 1952 e tem 952 artigos. Com as mudanças, o RIISPOA passa a ter 542 artigos.
A atualização do RIISPOA faz parte das ações do Plano Agro+, lançado no ano passado por Blairo Maggi para simplificar e modernizar o agronegócio. O novo regulamento também deixa bem clara a responsabilidade das empresas e do Estado na fiscalização sanitária dos produtos de origem animal.
Fonte: Mapa

Supremo mantém cobrança patronal para Previdência rural

Se todos os outros setores pagam sobre a folha salarial por que só o agronegócio deve pagar sobre a receita brutal? Não estudei o assunto mas penso que todos deveriam ter o mesmo tratamento. JEPAlayon.

Em 30 de março de 2017 - 17:10

A decisão terá impacto em 15 mil processos que estavam suspensos em todo o Judiciário e aguardavam a manifestação da Corte

Por 6 votos a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje, 30, manter a validade da cobrança da contribuição ao Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), imposto cobrado sobre a receita bruta da produção dos empregadores rurais. Parte do valor arrecadado com o Funrural é usada pelo governo para financiar os benefícios previdenciários dos trabalhadores rurais, como auxílio-doença e aposentadoria.
O Supremo julgou um recurso do governo federal contra decisão proferida pela Justiça Federal, que considerou a cobrança ilegal. A controvérsia foi provocada por uma lei que entrou em vigor em 2001.
O texto trouxe nova regulamentação para a contribuição ao fundo e reproduziu trechos de normas semelhantes, que foram declaradas inconstitucionais pelo Supremo. No entendimento dos ministros que formaram a maioria, houve uma emenda constitucional posterior ao julgamento e autorizou a cobrança.
Para o presidente da Aprosoja Brasil, Marcos da Rosa, a medida não vai resolver o problema de caixa do governo, que é deficitário. “As commodities estão em baixa no mercado internacional e a arroba do boi está com preço muito ruim no Brasil. Os produtores de milho e soja, por causa da seca, acumularam dívidas para os próximos dois ou três anos e uma parte das dívidas estão vencendo agora no mês de março, com os preços extremamente defasados no caso da soja. A cobrança não vai resolver o problema de caixa do governo e é um duro golpe nas contas dos produtores”, afirmou. Na visão da Aprosoja Brasil, a solução mais razoável teria sido dar quitação geral aos passivos e cobrar doravante. “Não sabemos ainda o que será feito, mas a verdade é que a partir de agora todos os produtores tem que recolher independente se ajuizaram ou não ações na Justiça”.
A decisão terá impacto em 15 mil processos que estavam suspensos em todo o Judiciário e aguardavam a manifestação da Corte.
Votaram a favor da cobrança os ministros Alexandre de Moraes, Luis Roberto Barroso, Luiz Fux, Carmem Lúcia, Dias Tóffoli e Gilmar Mendes. Seguiram a recomendação do relator Edson Fachin os ministros Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em nota divulgada à imprensa, mostrou-se a favor do entendimento que prevaleceu no Supremo. A CNA "entende que todos os setores produtivos têm a obrigação de contribuir para o financiamento da Previdência Social".
"Para a CNA, a forma de contribuição por meio de uma alíquota incidente sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção é a maneira mais justa e vantajosa para a maior parte da produção rural brasileira. Essa forma de contribuição não onera a folha de pagamento e faz com que o produtor rural pague quando realmente detém capacidade contributiva, ou seja, quando há comercialização de sua produção", diz a nota, assinada por João Martins da Silva Junior, presidente da CNA.
Pelo facebook, o produtor rural em Mato Grosso e presidente da Câmara Setorial da Soja, do Mapa, Glauber Silveira, considerou o julgamento "político, que deve levar à falência milhares de produtores". Ele prossegue" "Enquanto se esperava do Supremo Tribunal do país um julgamento técnico e que realmente colocasse fim a esta cobrança inconstitucional, vemos o julgamento político em virtude do nosso país estar passando por um momento de dificuldade pela má gestão do governo, e para piorar vemos a CNA apoiar tal modelo sem ao menos consultar sua base ou justificar. Observamos o posicionamento equivocado de nossa entidade mãe. Para se ter uma ideia um produtor que planta mil hectares de soja e colhe 60 sacas, vendendo a 60 reais pagará de Funrural para a previdência R$ 82.800,00; plantando milho na dafrinha e colhendo 130 sacas por ha e vendendo a um preço de 20 reais irá contribuir com mais R$ 59.800,00 o que daria um total de R$ 142.600,00 para a previdência. Para produzir isto o produtor neste tamanho de área precisa em média 3 funcionários, o que daria de contribuição previdenciária para cada funcionário por mês de R$ 3.961,00. E a CNA vem me dizer que isto é melhor que pagar sobre a folha, e pior, conheço muitos produtores de áreas deste tamanho que trabalham, pai e filhos, e que irão pagar este valor e pior, ao ficarem velhos não têm direito a previdência; se quebrarem, não têm direito a receber condizente com este recolhimento, irão se aposentar recebendo um salário mínimo. E vem a CNA e o Supremo dizer que isto é justo? Pode ser justo para atividades que seu custo maior (sic) é a mão de obra, como no caso do café, frutas etc. Na verdade, hoje a própria legislação trabalhista asfixiante tem levado o produtor a reduzir mão de obra, as máquinas são cada dia maiores, ou seja, o Funrural é um assalto governamental no bolso do produtor.
Fonte: Portal DBO, com Agência Brasil e Estadão Conteúdo

Especial Sucessão Familiar, Fazenda Riachão: "desmistifiquei a frase de que santo de casa não faz milagres"

Por Raquel Maria Cury Rodrigues (MilkPoint) 
Em 29/03/2017


O que é preciso para garantir a permanência dos jovens no campo e, consequentemente, a sucessão familiar nas propriedades? Essa é uma questão que tem preocupado produtores, empresas e especialistas ligados ao setor. Muitos jovens rurais não querem ficar no campo, preferindo mudar para a cidade. Os principais motivos são a busca de oportunidades de emprego, além da mudança no padrão de vida, com maior facilidade de acesso aos meios de comunicação e a vida social urbana. Há também os conflitos familiares, que estimulam a preferência do jovem em prestar serviços em troca de um salário do que trabalhar dentro da propriedade - onde a remuneração pelo seu trabalho nem sempre é definida com exatidão.

A faixa etária da população do campo é alta e, com o passar do tempo e o envelhecimento dos pais, a tendência é que as propriedades sejam vendidas ou haja a transição da pecuária leiteira para outra atividade que demande menos mão de obra, como a pecuária de corte ou a silvicultura. A permanência do jovem no campo é também uma questão bastante complexa, pois envolve aspectos econômicos e sociais, já que é preciso que haja melhorias nos setores da saúde, educação e comunicação. Sucessão não é sinônimo de herança, mas sim uma obra contínua de modernização do negócio da família. Então, nada mais natural do que planejar e organizar o formato no qual haverá uma transferência do comando do atual responsável para um dos possíveis sucessores.

Para homenagear fazendas leiteiras que têm um histórico familiar, o MilkPoint está lançando o Especial Sucessão Familiar. A ideia, é entrevistar propriedades que deram certo e vêm se desenvolvendo ao longo de gerações. Para estrear, trouxemos a história da Fazenda Riachão, localizada no município de Major Isidoro, sertão do estado de Alagoas. O proprietário se chama José Rodrigues Neto e ele é engenheiro civil de formação, mas, devido a influência da sua tradicional família na pecuária de leite, não exerceu a profissão e ingressou na atividade em 1984, com 17 vacas e 75 hectares herdados de seu pai.


Fazenda Riachão - produção de leite - Alagoas

Fazenda Riachão - produção de leite - Alagoas
Rebanho da Fazenda Riachão 

José sempre acreditou no diferencial do melhoramento genético e logo em 1986 foi a Minas Gerais comprar matrizes para compor a base genética do rebanho. Produtor de visão e preocupado com o futuro de seu negócio, o “seu Bedeu” como é conhecido, incentivou seus dois filhos a se aprofundarem na área, pois o negócio havia crescido e necessitava de uma administração mais técnica, já que surgiram muitos problemas administrativos e até financeiros. 

Em 2003, seus dois filhos se interessaram pela área e foram morar em Viçosa/MG, ingressando na Universidade Federal de Viçosa (UFV). Um dos filhos, Guilherme Amaral, é bacharel em Tecnologia de Laticínios e o outro, Leonardo Amaral, é engenheiro agrônomo e especialista em pecuária leiteira pelo programa de formação de técnicos de um convênio da universidade. 

Em 2013, Bedeu e Leonardo iniciaram um trabalho de dedicação diária e muito planejamento. Na sequência, passaram a colher bons frutos, pois a experiência na região, aliada a técnica e gestão econômica da propriedade, fizeram com que a fazenda - mesmo passando por anos de seca na região - crescesse ano a ano com sustentabilidade e apresentando um bom retorno do investimento. Neste mesmo ano, a fazenda, que possui 545 hectares, possuía um rebanho de 430 animais entre vacas, novilhas e bezerras. No total, haviam 155 vacas em lactação produzindo 1850 litros de leite/dia, sendo necessária a venda de animais para complementar a renda da propriedade. Atualmente, a Riachão detém 475 fêmeas com 195 vacas em lactação. A produção diária saltou para 3950 litros de leite com meta para produzir em 2019, 5500 litros.
especial sucessão familiar - milkpoint
Leonardo entre as palmas forrageiras 

Segundo Leonardo, os fatores que levaram à expansão da fazenda foram: 

- Estruturação do rebanho;
- Melhoria no acasalamento dos animais;
- Melhoria na nutrição e reprodução do rebanho e outros índices técnicos;
- Melhoria na produtividade dos volumosos; principalmente a palma forrageira, além de introdução do sorgo forrageiro, aumentando o suporte da fazenda;
- Trabalho de gestão de pessoas, além de remunerações mais dignas, o que acarretou em colaboradores mais engajados e eficientes com o serviço;
- Conhecimento do negócio a partir da gestão econômica de indicadores, facilitando a administração e tomadas de decisões.

A raça dos animais do rebanho é Girolando, com predominância dos graus de sangue 3/4 HZ e 1/2 HZ. “100% do rebanho é proveniente de inseminação artificial. O sistema de produção no período das chuvas (maio até agosto) é a pasto com suplementação concentrada no cocho (a recria e vacas secas ficam exclusivamente no pasto). No período das secas (setembro até abril), as vacas em lactação se alimentam de palma forrageira, cevada, silagem de sorgo e concentrado. O confinamento é explorado para as categorias de cria de bezerras e lote de novilhas em reprodução e o semiconfinamento para a recria e vacas secas”, pontuou Leonardo. 

Fazenda Riachão - produção de leite - Alagoas
Rebanho da Fazenda Riachão 
Processo de transição de gerações

De acordo com Leonardo, o primeiro passo para encarar esse desafio foi a busca pela capacitação na atividade leiteira aliada à visão empresarial que seu pai sempre teve. “Ele sempre buscou a evolução para se manter na atividade e tornar aquele patrimônio construído ao longo de sua vida um negócio viável e atrativo economicamente. Com o conhecimento e a prática adquirida em minha formação, junto às ferramentas de gestão, com números confiáveis na mão e diagnósticos da fazenda, consegui conquistar a confiança não só do ‘paitrão’, mas também, dos funcionários, que executam as atividades. Desmistifiquei a frase de que ‘santo de casa não faz milagres’. A transição vem sendo feita de forma gradativa. Todos os dias vamos para a fazenda e as responsabilidades estão sendo passadas de pai para filho ao longo do tempo. As tomadas de decisões são feitas de forma conjunta”, destaca. 

Resolução de conflitos e a profissionalização da família

Na Fazenda Riachão, os envolvidos acreditam que em toda convivência, há divergências de opiniões, principalmente entre pessoas de gerações diferentes. Porém, eles optam pelo bom senso de ambas as partes - que com certeza querem o melhor para o negócio familiar. A profissionalização da família é feita a partir de leitura de artigos técnicos e informações de novas tecnologias, sendo discutidas entre técnico e o produtor. Também, é realizado um balanço ao final de todo ano agrícola, para ser discutido entre os membros da família os resultados técnicos e econômicos da propriedade. Os índices são comparados com fazendas eficientes da região Sudeste e assim, novas metas e melhorias são traçadas.

“A maior dificuldade que vejo na sucessão familiar é a situação econômica encontrada nas fazendas no momento da sucessão. Além disso, há uma desmotivação na visão dos sucessores que, ao encarar o negócio, concluem que alguém tem que deixar a atividade para uma boa remuneração, o que pode ser um fator impulsionador de conflitos. Por isso, é importante a capacitação dos sucessores. Nós não podemos ser vistos com um custo a mais quando saímos para a faculdade. Temos que ser encarados como uma ferramenta que resultará em melhorias, aumento de renda e lucratividade na atividade. Ambos os envolvidos podem ser bem remunerados, adquirindo a confiança de toda família”.

Para os proprietários que optarem pela sucessão rural em suas propriedades, Leonardo deixa um recado: “Capacitem seus filhos, pois eles podem sim fazer com que sua fazenda seja um ótimo negócio rural e deem sequência na bela missão de passar o legado da família de geração em geração. E aos sucessores, digo que a atividade leiteira já é caracterizada por altos investimentos para se produzir um litro de leite por dia, então, estratégias devem ser criadas para maior eficiência na utilização dos recursos já existentes”.


Capacitem seus filhos, pois eles podem sim fazer com que sua fazenda seja um ótimo negócio rural e deem sequência na bela missão de passar o legado da família de geração em geração Leonardo Amaral

Laticínio Tudo Bem 

O leite produzido pela Fazenda Riachão é destinado ao Laticínio Tudo Bem, também pertencente à família de Bedeu. Hoje, a fábrica, que fica em Limoeiro de Anadia, conta com 13 funcionários e fez aniversário de um ano neste mês de março. O leite chega ao laticínio em caminhões adequados durante a noite e é processado em maquinário com tecnologia de ponta.
Laticínio Tudo Bem - Alagoas

Laticínio Tudo Bem - Alagoas

Os produtos são entregues a sete municípios alagoanos: Maceió, Arapiraca, Penedo, São Miguel dos Campos, Barra de São Miguel, Marechal Deodoro e Rio Largo. Com muita leveza, irreverência e ousadia, a Tudo Bem visa expandir a distribuição dos produtos para outros estados e também prioriza a diversificação da sua produção. 

“Somos guerreiros”, diz Guilherme. “Nascemos com o sonho de levar produtos mais saudáveis e saborosos às pessoas, resgatando aquele gostinho fresco do campo. Nosso intuito é passar uma mensagem do bem, de maneira mais informal e carinhosa, com irreverência, inovação, preocupação com as pessoas, com os animais e com meio ambiente”. 

Toda linha é fabricada com uma tecnologia pioneira no Nordeste, priorizando a redução de gordura, sódio e lactose zero. “Levar o bem para as pessoas é nossa missão. Essa é a nossa luta”.

Pessoas são solução

Prof. Dr. Paulo Machado*
Em 27/03/2017 no site MilkPoint.

Com muita frequência, ouvimos produtores de leite afirmar que, entre todos os desafios enfrentados na fazenda, a gestão de pessoas é o mais difícil. A maioria, inclusive, se refere aos funcionários como “o grande problema”. E isso diz muito sobre o quanto o relacionamento entre gestores e empregados costuma ser conduzido de forma equivocada na pecuária leiteira. Afinal, as pessoas são a principal alavanca para o sucesso de qualquer negócio. De nada adianta termos instalações modernas, a melhor nutrição e genética de ponta, se não houver quem opere isso tudo de forma eficiente.

Os funcionários, portanto, devem ser vistos como solução e não como problema. Para tanto, precisamos criar um ambiente de trabalho que permita seu engajamento. No Sistema MDA, consideramos três condições essenciais para que isso aconteça: conexão, participação e criação. Primeiro, é preciso fazer com que as pessoas entendam o propósito do negócio em que estão inseridas e se conectem com ele. O próximo passo é envolvê-las nas decisões relacionadas ao trabalho. Como consequência, abre-se um espaço para os funcionários criarem, sugerindo ações que contribuam de forma efetiva para o crescimento do negócio.

Essas três condições, se implementadas, fazem com que as pessoas tenham o sentimento de autorrealização, uma das cinco necessidades identificadas por Maslow em sua famosa “pirâmide das necessidades humanas”. As demais necessidades — básicas ou fisiológicas, de segurança, sociais e de reconhecimento — são igualmente importantes para que o indivíduo possa expressar todo seu potencial produtivo. Porém, a autorrealização se mostra ainda mais relevante, pois está relacionada à motivação interna (intrínseca).

Portanto, mesmo que as demais necessidades não sejam atendidas, se essa for, a pessoa se engajará. Um exemplo muito comum, que ilustra a importância da autorrealização, é o dos funcionários que abandonam seus empregos, deixando para trás salário, segurança, convívio social e até reconhecimento, e se aventuram em um negócio próprio. Por um sonho, se lançam ao desconhecido. E passam a trabalhar 14 ou mais horas por dia, sem salário, mas dão tudo de si e de suas famílias para o sucesso da nova empreitada.

Deveríamos transformar nossas fazendas em negócios novos, capazes de encantar as pessoas. E isso exige que os empregados sejam tratados como sócios. Precisamos mostrar a eles que existe um sonho comum realizável. Esse sonho, obviamente, tem que ser materializado a partir de histórias, fatos e dados, e compartilhado com as pessoas por meio do convívio diário, da perambulação, das reuniões semanais e das celebrações.

Como consequência, o sonho será desdobrado em realizações palpáveis e de curto prazo, como, por exemplo, a implantação do 5S na ordenha. Desse modo, todos passam a ser envolvidos nas tarefas e, após o alcance do resultado, celebram juntos as conquistas. E assim, dia após dia, o negócio vai sendo organizado e melhorado. Compartilhado com todos, o sonho gera imensa alegria de trabalhar, pois o sucesso do negócio significa também o sucesso das pessoas.

Esse é o caminho para que os empregados da fazenda se sintam valorizados e, assim, desejem sempre melhorar o resultado do trabalho realizado no cotidiano. Se você ainda não conseguiu esse engajamento na sua propriedade, é hora de repensar o modelo de gestão. E lembre-se: para qualquer problema que se apresente, a solução passa pelas pessoas.

*Diretor da Clínica do Leite, é professor da Esalq/USP, professor titular em Bovinocultura de Leite, com 43 anos de experiência em gestão de fazendas.

Dilema dos frigoríficos: Boi inteiro x Boi castrado

Por Adilson Rodrigues
Em 13/03/2017 no site Blog PecNética

Peço licença aos meus ávidos seguidores para tratar de um assunto mais abrangente, mas se está aqui é porque também envolve genética. Hoje, os frigoríficos vivem um verdadeiro dilema, entre incentivar ou não a castração de bovinos.
A manobra da indústria existe e ocorre de forma comedida, pela dificuldade em pagar maiores bonificações. Boi castrado é matéria-prima para o mercado gourmet, baseado fortemente na alimentação fora de casa, onde, segundo o IBGE, o brasileiro deixa 25% da renda.
É uma demanda parelha com a dos cortes para churrasco, no qual se exige maciez, uma capa de gordura generosa e marmoreio caprichado. A diferença é que também necessita de padronização nos cortes.
Quando falamos em nicho de carne de qualidade, soa aos ouvidos como algo pequeno, todavia não se iluda. É um mercado consolidado e crescente. Para se ter ideia, a indústria ainda não atende metade da demanda.
Reflexo direto é a importação de 1.100 toneladas de cortes especiais pelo Brasil, um negócio na ordem de R$ 25 milhões mensais (ABIEC). Agora se o horizonte é tão promissor, por que os frigoríficos não investem pesado neste setor?
Para responder a pergunta, terei de contar um pouco de história. Há 20 anos, os matadouros aceitavam apenas animais castrados e sobrava produto, permitindo longuíssimas escalas de abate, que beiravam os 20 dias.
No embalo da franca expansão, os empresários investiram forte no parque industrial. O tiro no pé veio com a diminuição do rebanho nacional, devido à saída de pecuaristas por pressão da agricultura e o crescente abate de fêmeas.
O resultado não poderia ser outro que um aumento avassalador da taxa de ociosidade frigorífica, beirando os 50%. Este índice é matador porque o mesmo gasto no abate de 400 cabeças/dia é empregado no abate de 200/dia.
E o que antes eram quase três semanas caiu para apenas cinco dias de escala atualmente. A solução foi aceitar a desova de bois inteiros, prática crescente no passo em que o pecuarista também descobriu as vantagens de produzir boi inteiro.
Bois inteiros queimam 15% mais energia para mantença em comparação aos capados. Por outro lado, crescem 23,48% mais, ganham 24% mais peso e convertem 11,11% mais alimento.
Só que normalmente ficam fora dessa conta 10% a mais de custos com a manutenção da fazenda, a maior dificuldade de manejo e as diversas lesões, inclusive nos cascos.
Para o frigorífico não foi de todo ruim, pois detectou ótimos compradores de cortes magros. Falamos dos chilenos, árabes, russos e mais recentemente os chineses.
Casou o fato de as carcaças bovinas com menos gordura reduzirem a necessidade de toalete para atender o gosto da massa do consumo interno. Na alimentação do dia a dia (entenda por segunda a sexta), a dona de casa não paga, mas aceita maciez e despreza gordura.
Dois coelhos com uma cajadada só! Aqui está a base dos programas de qualidade que premiam entre 3% e 10% para bois inteiros, muitos dos quais vinculados a raças específicas.
Oportunidades para o pecuarista organizado faturar um pouco mais com a produção de bois castrados existem, porém, não a rodo.
Há grifes de carne que remuneram entre 10 e 15% sobre a cotação do boi gordo de hoje. Até pouco tempo pagava-se 20%.
Montagem Castração
Antes de usar o burdizzo ou o canivete, se pergunte produzir o quê? Pra quem?

Vale a pena castrar o gado?

Se não desejar o diferencial da facilidade de manejo e aumentar o giro da boiada, fica a dica do PecNética, antes de sacar o burdizzo ou o canivete se pergunte: produzir o quê? Pra quem?
Prêmio de 10% para boi castrado equivale a vender boi inteiro sem qualquer bônus. Um plus de 15% representa ganhos reais de 5%.
Atente também à idade do animal à castração. No Sul, esmacula-se ao nascimento ou aos 90 dias, e opiniões se dividem entre os períodos de desmama e sobreano, de forma a aproveitar a ação da testosterona no crescimento por mais tempo.

Abater fêmea é melhor que castrar macho?

Não se engane: se produzir bois castrados custa 10% mais caro do que engordar boi inteiro, terminar fêmea custa 20% mais. O rendimento de carcaça obtido através do desenvolvimento muscular é muito inferior na fêmea.
Uma perda entre 2% e 3%, para ser exato.
Para saber mais sobre a castração de bovinos, não deixe de conferir a matéria de capa que assino na Revista AG de Março. Tenha acesso exclusivo clicando aqui.  Muito desta citada eficiência produtiva passou pelo investimento em genética bovina.
Além disso, quanto mais se pressionar para AOL (Área de Olho de Lombo – indicador de rendimento carcaça) menos se obtém de marmoreio. Concluindo: apenas 18% da carcaça torna-se carne de qualidade diferenciada. O restante passa por uma implacável limpeza de gordura.

quinta-feira, 30 de março de 2017

BOI/CEPEA: MERCADO FÍSICO AINDA SENTE IMPACTO DE OPERAÇÃO NO SETOR

Cepea, 30/03/2017 

Os preços do boi gordo estão em queda no mercado físico nacional. No geral, o setor pecuário ainda vem absorvendo os impactos da operação Carne Fraca, da Polícia Federal. Segundo pesquisadores do Cepea, poucos negócios têm sido realizados no mercado de boi gordo, motivados pela maior urgência de compradores ou de vendedores. Além disso, verifica-se forte disparidade entre os valores negociados. No acumulado de março (até o dia 29), o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa (estado de São Paulo) caiu 2,26%, fechando a R$ 141,74 nessa quarta-feira, 29 – até o dia 16, antes de a operação ser divulgada, o Indicador registrava baixa de 0,2%. No mercado atacadista de carne com osso da Grande São Paulo, os efeitos da insegurança de agentes e a demanda retraída também têm sido evidentes, fazendo com que os preços retomem patamares que não eram observados desde agosto de 2016. 
Fonte: Cepea – www.cepea.esalq.usp.br

JBS dará férias coletivas a funcionários de dez unidades

Em 29/03/2017 no site Portal DBO

A JBS dará férias coletivas aos funcionários de dez de suas 36 unidades de abate de bovinos no Brasil a partir da próxima segunda-feira, em medida para ajustar a capacidade da empresa às restrições impostas ao setor, impactado pela operação Carne Fraca, da Polícia Federal.
De acordo com comunicado da maior processadora de carne bovina do mundo, o período de férias será de 20 dias, que pode ser prorrogado por mais dez se necessário. "A medida é necessária em virtude dos embargos temporários impostos à carne brasileira pelos principais países importadores, assim como pela retração nas vendas de carne bovina no mercado interno nos últimos dez dias", disse a JBS.
As unidades da JBS que terão férias coletivas estão localizada nos Estados de Mato Grosso (4), Mato Grosso do Sul (3), São Paulo (1), Goiás (1) e Pará (1). De acordo com a empresa, "é imprescindível ajustar os volumes de produção para normalizar os níveis de estoques de produtos destinados ao mercado interno, assim como reescalonar a programação de embarques de produtos para os clientes do mercado externo que ficaram represados durante esse período, de forma a não sobrecarregar os sistemas de recebimento e estocagem dos mesmos".
A JBS anunciou na semana passada a suspensão da produção de carne bovina em 33 de suas 36 unidades no país por três dias bem como a redução na sua capacidade produtiva desde o começo desta semana, enquanto monitorava os desdobramentos das restrições à carne do Brasil por vários mercados consumidores. Desde então, China e Hong Kong, entre outros mercados, retiraram bloqueios para a importação de carne brasileira.
A empresa reiterou que está empenhada na manutenção do emprego dos seus 125 mil funcionários no Brasil.
Fonte: Reuters

Mercado do boi gordo especulado, com praças sem referência de preços

por Alex Santos Lopes da Silva

Em 30/03/2017 no site Scot Consultoria

Mercado especulado, pressionado em algumas regiões, enquanto em outras já ocorrem aumentos nos preços de referência da arroba do boi gordo.

Mesmo com a retomada gradual da exportação, a situação comum é de compradores de boiadas aguardando, analisando como os concorrentes se posicionarão quando voltarem às compras para então negociarem.

Nas praças pecuárias onde as ofertas lançadas ao mercado estão exageradamente baixas, e negócios não foram efetivados de maneira expressiva, decidimos manter os preços vigentes, até que o fluxo de mercadorias se estabeleça de verdade.

Há frigoríficos que abriram a última quarta-feira (29/3) ofertando até R$4,00/@ abaixo das ofertas do dia anterior.

Uma vez que o mercado está sem referência, recomenda-se aos vendedores, cuidado.

quarta-feira, 29 de março de 2017

Mercado do boi gordo pressionado

por Breno de Lima

em 29/03/2017 no site Scot Consultoria.

O cenário vigente, apesar das notícias positivas em relação ao mercado externo, ainda é de pouco volume de negócios.

As ofertas de compra, com cotações deprimidas, são correntes, mas os vendedores, pecuaristas, estão retraídos e vendendo somente para pagar os compromissos imediatos.

Especula-se que as cotações de balcão deverão sofrer ajustes quando o mercado voltar à normalidade, mas naquelas praças onde a queda foi profunda, a recuperação certamente será mais difícil ou parcial.

Em função desse cenário obscuro, o melhor é aguardar.

Um dos efeitos, da bronca com a carne bovina é que o consumidor ficou com medo da carne embalada e preferiu a carne desmontada na sua frente. Em função disso, no mercado atacadista a carne desossada vendeu menos e a com osso mais.

No Sul do Tocantins, os compradores estão fora das compras e por isso a referência do dia anterior foi mantida.

UE cobra garantias sobre a carne do Brasil

Em 28/03/2017 no site Portal DBO.

Conversa com comissário do bloco nesta terça, 27, não foi conclusiva. Nova reunião acontece na quinta

Na manhã de hoje, 28, em encontro com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, o comissário para Saúde e Segurança Alimentar da União Europeia, Vytenis Andriukaitis, informou que parte dos 27 países-membros do bloco europeu cobra uma atitude mais dura em relação ao Brasil.
“Ele [Andriukaitis] me disse que há uma pressão muito forte”, afirmou Maggi. Juntos, os 27 países da União Europeia com os quais o Brasil negocia formam o terceiro maior mercado consumidor da carne brasileira, atrás apenas da China e de Hong Kong. Além disso, segundo o ministro, por ser mais exigente, o mercado europeu paga mais caro pelos produtos que importa.
De acordo com Maggi, Andriukaitis chegou a sugerir que o sistema de controle sanitário brasileiro seja submetido a uma auditoria externa. Aos jornalistas, Maggi disse não fazer objeção à sugestão do comissário europeu.
“O anúncio da operação da PF contaminou todo o processo de informação no Brasil e no exterior. Os consumidores externos também estão pensando em carne de papelão, em produtos cancerígenos, enfim, que não temos controle sobre o processo de produção”, disse o ministro, ao relatar aos jornalistas a preocupação manifestada pelo comissário europeu.
A conversa com o comissário europeu não foi conclusiva. Uma nova reunião foi agendada para esta quinta-feira, 30, quando Maggi entregará a Andriukaitis e sua equipe documentos detalhando os progressos das investigações da PF; das inspeções e testes laboratoriais feitos pelo próprio ministério, bem como todas as informações fornecidas pelas próprias empresas sob suspeita.
“São os dados que já estão aí colocados, que já disponibilizamos a outros países e no nosso site. Vamos fornecer tudo detalhadamente para que eles tenham a noção da responsabilidade de cada um e até aonde já chegaram as investigações”, disse Maggi.
“Reconquistar a confiança [externa] no sistema brasileiro demora. Não se faz por decreto. O governo terá que se manifestar e estar presente em muitos desses países para, junto com a iniciativa privada, mostrar que os produtos brasileiros são de boa qualidade”, acrescentou o ministro.
Hong Kong - O ministro Blairo Maggi comemorou a decisão de Hong Kong de suspender parte do embargo à carne brasileira, restringindo as limitações aos produtos dos 21 frigoríficos investigados, cujas exportações foram suspensas pelo próprio ministério. “Aguardávamos esse anúncio durante a semana. Hong Kong e China importam 30% dos nossos produtos. Estamos felizes com essa retomada, mas também muito atentos, pois temos que restabelecer a imagem da mercadoria brasileira”, repetiu o ministro.

Fonte: Agência Brasil

Hong Kong reiniciou importações de carne do Brasil

Decisão adotada nesta terça-feira acompanha comportamento de outros importantes compradores estrangeiros, como China, Chile e Egito

Hong Kong reabriu, nesta terça-feira, 28, a importação da carne brasileira. Na noite de ontem, houve teleconferência entre técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e autoridades de governo de Hong Kong, para esclarecer dúvidas que ainda existiam a respeito da Operação Carne Fraca. Veja aqui a lista atualizada sobre a situação dos mercados.
Permanecem fora frigoríficos que estão sendo auditados, em virtude da  suspensão temporária de licenças de exportação, adotada pelo próprio Mapa. A decisão foi adotada, desde a semana passada, pelo governo brasileiro com o objetivo de tranquilizar os consumidores do exterior e evitar prejuízos aos demais frigoríficos exportadores.
O anúncio da reabertura foi feito pelo Centro de Segurança Alimentar (CFS) ao consulado brasileiro no país, em resposta às últimas informações fornecidas pelas autoridades do país. O ajuste entra em vigor imediatamente. No último sábado, a mesma decisão de reabrir mercado, depois de embargo e restrições decorrentes da Operação da PF, havia sido tomada pela China, Chile e Egito, que também figuram entre os principais importadores.
Clique aqui e baixe a tabela com a lista atualizada sobre a situação dos mercados 
Fonte: Mapa

terça-feira, 28 de março de 2017

Ainda é baixa a movimentação no mercado do boi gordo

por Isabella Camargo

No site Scot Consultoria em 28/03/2017.

Os negócios ainda acontecem de forma lenta no mercado do boi gordo.

De maneira geral, os frigoríficos ainda estão fora das compras, aguardando um cenário mais claro, principalmente quanto às exportações, após a operação “Carne Fraca”.

Já aqueles que voltaram às compras, negociam de maneira comedida, mantendo as escalas curtas e os estoques enxutos. Além disso, alguns frigoríficos estão pulando dias de abate.

Tentativas de compra abaixo da referência são comuns em todo o país.

Em São Paulo, algumas indústrias oferecem até R$5,00/@ abaixo da referência, entretanto, possuem dificuldade em fechar os negócios. No estado, as escalas de abate giram em torno de três dias.

Assim como na última semana, a dica ainda é de cautela nas negociações. Alguns importantes compradores voltaram às compras, o que deve colaborar com um cenário menos incerto.

Que doenças devem aparecer no rebanho neste outono-inverno?

Marina Salles
Em 27/03/2017 no site Portal DBO.

Na atividade agrícola e pecuária tudo depende do clima, que influencia desde o crescimento do pasto até o aparecimento de doenças no rebanho. Para saber como o pecuarista pode se preparar para este outono-inverno, o Portal DBO entrevistou o professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, Enrico Ortolani, e o meteorologista Celso Oliveira, da Somar.
Abril - De acordo com Oliveira, o que mais chama a atenção logo no início do outono é que o mês de abril não será como o do ano passado. “Em 2016, abril foi seco e quente por conta do El Niño, que provocou bloqueios atmosféricos impedindo que frentes frias chegassem ao Sudeste, Centro-Oeste e Paraná”, afirma. Este ano, embora a expectativa seja de que o norte de Minas; Goiás e Mato Grosso registrem chuvas abaixo da média histórica, que vai de 1961 a 1990, o volume deve ficar acima do registrado em 2016. No Sul, segundo o meteorologista, os acumulados devem ultrapassar a média histórica em abril.
Diante desse cenário para o começo da estação, Ortolani alerta para a necessidade de vermifugar o rebanho. “Mais chuvas favorecem a persistência de larvas na pastagem, aumentando o risco de verminoses”, diz. Daí a importância de seguir o calendário, e não esquecer nenhuma etapa do processo. “O ideal é fazer a vermifugação preventiva no esquema 5-8-11, ou seja, em maio, agosto e novembro”.
A escolha do vermífugo também deve ser cautelosa, dada a resistência cada vez maior a esses medicamentos. Ortolani recomenda que o produtor deixe de lado produtos à base de ivermectina e doramectina e, no banco de reserva, a abamectina e eprinomectina, que pertencem à mesma família das outras duas. Sobram como opção vermífugos injetáveis como a moxidectina, o levamisole e o albendazole. “Uma outra possibilidade seria o uso de triclorfon via oral, pois ele atua muito bem sobre os vermes resistentes. Por ser organofosforado, porém, há risco de intoxicação em caso de dosagem maiores, além da possibilidade de aborto. Assim, só seu veterinário deve decidir pelo uso e ser responsável pela aplicação”, afirmou o médico veterinário já em um artigo publicado na Revista DBO.
Maio/Junho - “Em maio, o clima é mais seco tanto no Sudeste como no Centro-Oeste, com uma queda acentuada na quantidade de chuvas”, diz Oliveira. Os volumes ficam dentro da média com uma distribuição melhor do que houve no ano passado.
“No Sul, teremos chuvas mais fortes, acima da média principalmente em Santa Catarina, e que devem exceder a média histórica”, afirma o meteorologista. A segunda quinzena do mês também é marcada pela entrada de ondas de frio pelo Sul, com a possibilidade de ocorrência de geadas. “A diferença em relação ao ano passado é que o frio não deve ser duradouro, com uma madrugada que seja, ou duas, podendo trazer essas geadas”. Entre a segunda quinzena de maio e primeira de junho, ondas de frio mais intensas chegam ao Centro-Sul do Brasil, aumentando o risco de geadas.
Para Ortolani, o excesso de chuvas no Sul já deixa o alerta de que é preciso se preocupar com clostridioses, como a hemoglobinúria bacilar. A doença, bastante comum na região Sul do Brasil, é ocasionada pela bactéria C. haemolyticum, podendo causar anemia intensa e icterícia, provocando febre, abatimento e morte súbita dos animais. A prevenção deve ser feita com a vacinação dos animais jovens.
Julho - Em julho, são esperadas chuvas acima da média no Centro-Oeste, Sudeste e Sul, havendo alerta para precaução com o aparecimento de um El Niño, que promete ser mais fraco do que aquele registrado em 2015. Segundo Oliveira, a principal diferença será resultante do aquecimento desuniforme das águas do Pacífico, que pode provocar oscilações no clima. “Com o fenômeno, dificilmente teremos chuvas persistentes no Sudeste e Centro-Oeste. A tendência é de que haja uma flutuação no inverno, com um mês mais seco seguido de um mês mais úmido”, explica o meteorologista da Somar. O El Niño, no entanto, deve perder intensidade no decorrer do segundo semestre, tendo curta duração. 
Por volta dessa época, considerando que o tempo estará mais seco no Centro-Oeste, é importante ter atenção também a doenças respiratórias em bovinos que entram no confinamento. Nesse sentido, a dica do professor Ortolani é evitar a formação de poeira nas instalações. 
Fonte: Portal DBO