terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Quando o leite dá dinheiro?

Publicado por MilkPoint
em 30/01/2016

produção de leite é uma atividade bastante heterogênea, com poucos parâmetros econômicos/financeiros padronizados que auxiliem o produtor a avaliar a performance do seu negócio ou mesmo o investidor, que pretende investir na produção de leite e busca referências objetivas que lhes permita simular cenários de rentabilidade para a atividade.

Isso é bastante diferente em outras cadeias do agribusiness brasileiro, como por exemplo, a soja. Nesta cadeia, o pacote tecnológico de produção é bastante definido (e difere pouco para as diferentes regiões produtoras), os custos de produção por hectare são públicos, bastante padronizados e monitorados, com razoável grau de assertividade, por organismos oficiais como a CONAB (www.conab.gov.br) e os níveis de produtividade por hectare são conhecidos. Assim, sem considerar as incertezas climáticas (também presentes no leite) e de mercado (ainda que, para o caso da soja, os preços futuros da Bolsa de Chicago sejam uma referência de mercado bastante difundida nas diferentes regiões produtoras), a atividade e sua rentabilidade são razoavelmente previsíveis.

Para tentar identificar padrões mínimos que ajudem a caminhar no sentido da parametrização financeira/econômica da produção de leite, utilizamos dados de 305 fazendas produtoras de leite no Rio Grande do Sul, monitoradas pela Transpondo (www.transpondo.com.br), empresa de consultoria dirigida por Wagner Beskow e parceira do MilkPoint Mercado. Usando dados anualizados, do quarto trimestre de 2015 ao terceiro trimestre de 2016, nesta primeira análise, utilizamos alguns parâmetros como a produção de leite/hectare/ano, a produção de leite diária e o investimento por litro de leite produzido, associando cada um deles ao resultado líquido por litro de leite (R$/litro). A primeira relação entre os indicadores é mostrada no gráfico 1, onde aparecem o resultado da atividade leiteira e a produção de leite por hectare por ano.

Gráfico 1. Resultado da atividade leiteira vs. produção por hectare. 

Resultado da atividade leiteira vs. produção por hectare.
Fonte: elaborado por MilkPoint Inteligência a partir de dados da Transpondo (www.transpondo.com.br).

Há uma boa relação (R2 = 0,84) entre a melhoria do resultado da atividade leiteira e o aumento da produtividade por hectare. Além da óbvia conclusão de maior aproveitamento do fator de produção terra (no cálculo deste resultado líquido é agregado o custo de oportunidade da terra), é interessante verificar que, para o período considerado, o resultado líquido da atividade, nestas propriedades, passa a ser consistentemente positivo (isto é, maior do que zero) somente em produtividades maiores do que 15.000 litros/hectare/ano. A mínima produtividade da terra associada a resultado positivo foi de 9.200 litros/hectare/ano. Este, portanto, pode ser um dos parâmetros a serem observados num sistema de produção já estabelecido ou em análises de cenários de novos investimentos em produção: deve-se buscar uma produtividade média acima de 15 mil litros/ha/ano para sistemas de produção de leite “vencedores”.

Um segunda relação entre as variáveis aparece no gráfico 2, que relaciona o mesmo resultado líquido da atividade leiteira com a escala de produção (em litros de leite/produtor/dia). Importante mencionar que a média de produção diária para os 305 produtores da amostra é de 935 litros/produtor/dia (o que é um volume médio elevado, mesmo para Rio Grande do Sul).

Gráfico 2. Resultado da atividade leiteira vs. volume por produtor por dia.
 
Resultado da atividade leiteira vs. volume por produtor por dia
Fonte: elaborado por MilkPoint Inteligência a partir de dados da Transpondo (www.transpondo.com.br)

O efeito de economias de escala na produção de leite aparece claramente aqui, apesar de uma relação causal um pouco menor do que a anteriormente analisada. Há muitos itens do custo de produção de leite diretamente associados à escala de produção – como, por exemplo, custos de remuneração de capital investido e manutenção de equipamentos (máquinas de ordenha, tanques de resfriamento, tratores, implementos, etc.). 

Adicionalmente, como indicam os sistemas de bonificação por volume utilizados pela maioria das empresas do mercado (e algo que também temos conseguido monitorar na prática, por meio das informações do MilkPoint Radar), há uma considerável diferenciação no preço pago ao produtor em função do volume comercializado. Assim, os melhores resultados por conta do aumento em volume de produção não são somente função dos menores custos, mas também da escala e dos melhores preços que esta propicia. Uma demonstração clara desta afirmação (ao menos para o caso destes 305 produtores no Rio Grande do Sul) é verificada no gráfico 3, que relaciona, com muito boa relação causal, o resultado líquido por litro de leite e o preço pago pelo produto.

Gráfico 3. Resultado da atividade leiteira vs. Preço por litro de leite.

Resultado da atividade leiteira vs. Preço por litro de leite.
Fonte: elaborado por MilkPoint Inteligência a partir de dados da Transpondo (www.transpondo.com.br)

Mesmo assim, se considerarmos a faixa de 1000-1050 litros diários, os resultados variaram de um prejuízo de R$0,34 a um lucro de R$0,28.

Finalmente, associamos o resultado líquido da atividade com o nível de investimentos na atividade leiteira (medido em R$ por litro de leite produzido, por dia). Este indicador dá uma ideia de quão bem ou mal dimensionada está a estrutura de produção existente na fazenda e quanto deve crescer o volume de leite produzido por dia para atingir patamares aceitáveis neste indicador. Observe o gráfico 4.

Gráfico 4. Investimentos (R$/litro de leite por dia) vs. Resultado da atividade leiteira.
 
Investimentos (R$/litro de leite por dia) vs. Resultado da atividade leiteira.
Fonte: elaborado por MilkPoint Inteligência a partir de dados da Transpondo (www.transpondo.com.br)

Há uma clara relação entre o nível de investimentos dedicados à produção de leite e o resultado líquido da atividade. O gráfico 4 indica que resultados maiores do que zero com investimentos menores do que R$ 2000/litro produzido por dia, e os melhores resultados líquidos, com níveis de investimento entre R$ 700 e R$ 800/litro de leite produzido por dia.

Estes números indicam que, no estado do Rio Grande do Sul, se precisaria buscar que os investimentos na produção de leite ficassem entre R$ 700 e R$ 800/litro de leite produzido por dia, com uma produtividade mínima de 15.000 litros de leite/hectare ano, buscando atingir volumes crescentes (de preferência já iniciando acima de 1.000 litros/dia) para maximizar as economias de escala inerentes à atividade leiteira. E, depois disso tudo, negociar preços mais elevados em função de um volume de leite crescente e de qualidade (parâmetro aqui não mencionado). Se esta não é a receita do sucesso na atividade leiteira, certamente é um bom começo.

Agrolink - “Quem plantar trigo neste ano pode se dar bem”, aponta T&F

0/01/17 - 09:48 
Aproxima-se a época na qual os agricultores começam a tomar as decisões sobre a área utilizada para o plantio de trigo para a próxima safra de 2017/18. O assunto é igualmente relevante para o setor de insumos e para cerealistas e cooperativas, porque determinará o aumento ou redução dos volumes de venda destes produtos no inverno. 
Na avaliação da Consultoria Trigo & Farinhas, há razões para acreditar que o preço do trigo pode subir no médio e longo prazo. “Quem plantar trigo neste ano pode se dar bem”, afirma o analista Sênior da T&F, Luiz Carlos Pacheco, que aponta diversas razões para apoiar a projeção:
  1. Ainda não há um levantamento concreto sobre a intenção dos triticultores brasileiros em aumentar ou reduzir a área, mas em conversas informais estas intenções parecem se tender mais para a redução do que ao aumento de área. Como muitos agricultores tomam suas decisões futuras sobre os resultados do ano anterior (em vez de olharem para frente), é muito provável que isto realmente ocorra. Com isto, é provável que vá faltar trigo para o abastecimento dos moinhos do sul do país, suscitando disputas por matéria prima e, consequentemente, aumento nos preços; 
  2. Analisando o quadro atual de oferta & demanda de trigo no Rio Grande do Sul, apostaríamos que a possibilidade maior é de tendência de alta nos preços domésticos, principalmente a partir de abril e maio, quando terminar a safra de soja. Se o dólar se mantiver abaixo de R$3,20/US$ o preço do trigo nacional sobe, sem pânicos; mas, se por alguma razão, migrar para algo como R$/US$3,40, o importado fica caro e haverá corrida para o trigo nacional (inclusive de moinhos do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste); 
  3. O trigo gaúcho está realmente muito, muito baixo (sua relação com o preço do Paraná está o dobro do normal), mas, a desvantagem é que o moinho não está olhando o preço do trigo, mas o preço da farinha, que continua baixíssimo, por falta de demanda do consumidor final; 
  4. Os preços do trigo argentino, que permaneceram ao redor de US$ 165,00/FOB durante quase 6 meses e, aliados à queda do dólar, mantiveram alta a sua completividade contra os trigos brasileiros (prova que ainda há trigo argentino sendo descarregado nos portos de Rio Grande e Paranaguá, mesmo depois de colhida uma supersafra), já subiram para US$ 182/t a partir de fevereiro; 
  5. Os trigos internacionais tendem a subir na onda de Chicago, diante da redução de 1,0 milhão de acres da área plantada nos Estados Unidos. Também na Europa a consultoria Stratégie Grains cortou, na última quinta-feira, 19, sua estimativa de produção de trigo para a safra 2017/18, que começa em julho deste ano e vai até junho do próximo, projetando uma colheita de 143,8 milhões de toneladas, 1,2 milhão a menos do que a projeção anterior. Com isto, qualquer problema que ocorra com o trigo que está atualmente em dormência (alguns dos quais entraram nesta fase sem o desenvolvimento apropriado) poderá elevar significativamente as cotações ao redor do Mundo; 
  6. Diante destes e outros fatores (como excesso de posições vendidas dos Fundos nos mercados futuros, por exemplo), Chicago já subiu o equivalente a R$ 50,00/tonelada nos últimos quatro meses e continua com tendência de alta, como mostram os gráficos; 
  7. A economia brasileira tende a crescer positivamente um mínimo de 0,5% em 2017 (dependendo de algumas medidas que estão sendo estudadas poderá crescer mais), retomando alguns empregos e, principalmente, a demanda por produtos por parte da população do país. Com o um dos principais problemas do trigo é o preço das farinhas que, por sua vez, está atrelado à venda dos subprodutos massas e biscoitos, se a economia retomar, poderá haverá haver elevação nos preços das farinhas, melhorando o custo-benefício dos moinhos e da remuneração dos agricultores; 
  8. O dólar baixo está mantendo os preços dos insumos importados em níveis mais baixos: houve redução no custo do trigo há 8 meses, quando o dólar caiu para próximo de R$ 3,15/US$ (passando de R$ 40,09/sc para R$ 39,89/saca) e, de lá para cá, o Deral do PR não alterou mais os custos variáveis como costumava fazer a cada 3 ou 6 meses. Se o dólar continuar no patamar em que está (próximo a R$ 3,20) e a inflação a cair, os custos tendem a permanecer inalterados. E se, por outro lado, os preços realmente subirem, como tudo indica, o lucro estará mais próximo. (Sabemos que este “se” atrapalha, mas tudo poderá ser concretizado e garantido se você operar mercados futuros). 
“A maioria dos fatores que influenciam os preços, tanto no mercado nacional como no mercado internacional apontam leve tendência de alta nos preços para 2017. Por outro lado, os preços dos insumos tendem a permanecer inalterados ou até cair. Com isto, os triticultores brasileiros que plantarem trigo na safra 2017/18 tem grandes chances de obterem bons lucros”, conclui Pacheco.

Agrolink
Autor: Leonardo Gottems

Portal DBO - Bastões marcadores aumentam a prenhez na IATF

30 de janeiro de 2017 - 17:57

Foi verificada uma diferença de 20% a mais de prenhez em vacas com alta expressão de cio em relação àquelas que não apresentaram cio

A Embrapa Pantanal acaba de concluir uma pesquisa sobre o uso de bastões marcadores para auxiliar na detecção do cio e melhorar a prenhez de IATF (Inseminação Artificial por Tempo Fixo) em vacas de rebanho de corte no Pantanal e Cerrado. O bastão marcador é uma técnica que constitui da aplicação de tinta colorida na região sacro-caudal das vacas logo depois da retirada de implantes utilizados na inseminação.
A intensidade da monta avaliada pela retirada da tinta vai indicar se a vaca tem alta expressão de cio, média expressão de cio ou se está sem cio. Apesar de a IATF não necessitar de detecção de cio, o estudo em questão foi realizado e validado após outros trabalhos demonstrarem que vacas que expressam cio antes do momento da IATF têm maiores taxas de prenhez, o que é de grande interesse para o produtor.
De acordo com o pesquisador Eriklis Nogueira, da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), a marcação com a tinta será modificada após tentativas de monta por rufiões ou das próprias vacas nos lotes de IATF, que apresentam comportamento homossexual e montam umas às outras. Esse contato elimina ou atenua a intensidade da tinta. Assim, se a marcação permanecer forte, significa que a vaca está sem cio; se desaparecer, indica que o animal tem alta expressão de cio; se houver pouca remoção da tinta, a vaca apresenta média expressão de cio.
A pesquisa envolveu 3.830 vacas Nelore, todas entre 30 e 50 dias pós-parto, das fazendas São Bento, Bom Jardim, Morrinho, Ventania e Bocaiúva, localizadas no Mato Grosso do Sul, em áreas do Pantanal e do Cerrado. Foi verificada uma diferença de 20% a mais de prenhez em vacas com alta expressão de cio em relação àquelas que não apresentaram cio.
O estudo foi além da viabilidade do uso dos bastões marcadores em gado de corte – Eriklis diz que a técnica é bastante utilizada em vacas leiteiras. Após detectar o nível de cio, a pesquisa avançou na sugestão de tratamento para aumentar a taxa de prenhez entre os animais de menor expressão de cio, com a aplicação de indutores de ovulação.
Desafio
A partir desses resultados, os pesquisadores precisavam encontrar uma solução para aumentar a taxa de prenhez entre os dois últimos grupos. Eriklis explica que eles resolveram testar a hipótese de aplicar o hormônio liberador de gonadotrofina (indutor de ovulação) apenas nessas vacas. Essa fase do experimento foi desenvolvida em 1.750 vacas das fazendas Bom Jardim, Panorama, Ventania e Riviera, localizadas também em áreas de Cerrado e Pantanal.

Esses animais passaram pelas fases de protocolos semelhantes ao experimento anterior. A maioria deles, 966 (ou 55,2%), se enquadrou no escore de alta expressão de cio e não precisou de tratamento adicional na IATF. Já nos animais que não apresentaram ou apresentaram pouco cio, a aplicação adicional de hormônio melhorou significativamente as taxas de prenhez de IATF.
Uma das vantagens do uso de bastões marcadores é justamente o custo-benefício: aumenta-se a taxa de prenhez com menor carga de trabalho e economia. “A observação de cio no campo é um procedimento muito trabalhoso. O bastão marcador é um auxiliar muito interessante”, explicou o pesquisador. Outra técnica que está sendo testada agora em janeiro é o uso de drones para filmar as montas e observar as manifestações de cio.
A pesquisa foi realizada por Eriklis Nogueira, Juliana Correa Borges Silva (Embrapa Pantanal), Walvonvitis Baes Rodrigues (bolsista da Embrapa Pantanal), Márcio Ribeiro Silva (Melhore Animal Consultoria), Ailson Silva (Genesis Reprodução Animal), Jean Jara (Uniderp), além de Alexandre Oliveira Bezerra, Karine Casanova da Silva e Nathalia Albanese Anache (alunos de mestrado da UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Em breve a Embrapa Pantanal divulgará a publicação técnica do grupo com todos os resultados do experimento e orientações para o uso da técnica.
Fonte: Embrapa

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Silagem de bagaço de laranja na alimentação de cordeiros: consumo de nutrientes, desempenho e avaliação econômica

Valença, R.L.¹; Ferreira, A.C.D.²; Santos, A.C.P.³; Silva, B.C.D.³; Santos, G.R.A.³; Lima, J.U.N.² e Pereira, M.A.£
1.Universidade Estadual Paulista (UNESP). Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias. Jaboticabal. SP. Brasil. 
2.Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão. SE. Brasil. 
3.Universidade Federal da Bahia. Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia. Salvador. BA. Brasil. 4.Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos. Universidade de São Paulo. Pirassununga. SP. Brasil.

RESUMO 

Avaliou-se a inclusão da silagem de bagaço de laranja pré-seco (SBL) em substituição ao milho na dieta de cordeiros no consumo de nutriente, desempenho e custo benefício das dietas. Foram utilizados 20 cordeiros com peso corporal (PC) médio inicial de 25,37 ± 1,94kg, estes foram confinados até que atingissem 35 kg, suas dietas possuíram níveis crescentes de SBL em substituição ao milho (0, 33, 66 e 100%). A ingestão de fibra em detergente ácido não foi influenciada (p>0,05) pela inclusão da SBL, já a ingestão de matéria seca (MS), matéria orgânica, proteína bruta, fibra em detergente neutro e energia metabolizável (Mcal/ kg MS) reduziram linearmente (p<0,05) com a inclusão de SBL. O ganho de peso total, bem como a conversão e eficiência alimentar não diferiram (p>0,05) em função dos níveis de substituição do milho pela SBL. Já o ganho de peso diário reduziu com a inclusão da SBL, efeito contrário foi observado para os dias de confinamento. O custo total foi maior para o tratamento com 100% de SBL. A margem líquida deste foi a única negativa. Contrariamente o tratamento com 100% de farelo de milho exibiu a maior margem líquida, seguido do nível de 66% de substituição. O custo com a mão de obra foi responsável por mais de 60% do custo total, chegando a 71,16% no tratamento com 100% de SBL. O tratamento sem SBL mostrou-se o mais rentável entre os níveis de substituição pelo subproduto.


quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Portal DBO - Guandu é alternativa para bovinos na seca

24 de janeiro de 2017 - 16:24

BRS Mandarim é opção para recuperação de pastagem degradada e ganho de peso dos animais no inverno 

A Embrapa Pecuária Sudeste apresenta a forrageira Guandu BRS Mandarim durante a Dinapec, que ocorre de 8 a 10 de março, em Campo Grande (MS). Além de ser um opção para recuperação de pastagem degradada quando consorciada com braquiária, tem se observado ganho de peso dos animais no inverno. 
Segundo a agrônoma Lívia Mendes de Castro, da área de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pecuária Sudeste, observou-se significativo ganho de peso vivo do gado na estação seca. “No inverno, quando geralmente ocorre queda de peso, os bovinos que se alimentaram do Guandu BRS Mandarim tiveram aumento do peso”, conta.
Enquanto a maior parte do pasto, na época de estiagem de chuva, apresenta qualidade baixa, o guandu permanece verde e suas flores e vagens atraem os animais. 
O guandu é uma tecnologia de baixo custo de implantação, fácil manejo e tem alto potencial para adubação verde, melhorando a fertilidade do solo. Por ser uma leguminosa, fixa Nitrogênio nas raízes. Dessa forma, em sistemas de consórcio com braquiária, o produtor recupera o pasto sem a necessidade de usar adubação nitrogenada. Além disso, auxilia na descompactação do solo, permitindo que o sistema radicular da gramínea consorciada atinja profundidade maior e seja mais resistente à seca.
A persistência do guandu na área é por volta de três anos, sendo necessário novo plantio após esse período. A linhagem BRS Mandarim pode ser plantada em qualquer tipo de solo, por ser resistente a baixa fertilidade. Mas não tolera solos encharcados. 
Para outras informações consulte a Embrapa Pecuária Sudeste pelo site www.embrapa.br/pecuaria-sudeste ou pelo Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC). 
Fonte: Embrapa

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Manejo correto de pasto eleva produção de carne em 40%

Portal DBO

23 de janeiro de 2017 - 17:33

Em estudo da Embrapa Gado de Corte, animais registraram ganho de peso de 760g por dia em pasto de 30 cm com a forrageira Xaraés

"Só de fazer o manejo correto do pasto, é possível aumentar de produção animal de 30% a 40%", afirmou o pesquisador Ademir Zimmer, da Embrapa Gado de Corte, em palestra na Showtec 2017, em Maracaju, MS, no dia 19.
Pesquisas da Embrapa Gado de Corte mostraram que no quarto ano de experimento com o capim Xaraés, o animal ganhou 760 gramas de peso por dia em pasto de altura de 30 cm, em 370 dias, com taxa de lotação de 2,8 UA/ha, resultando em 1.170 kg/ha. O custo desse modelo é de R$ 1,80 por animal/dia (mais adicionais) e custo total de R$ 1.330 por hectare. O total da receita com o pasto a 30 cm, considerando o quilo do peso a R$ 4,95, foi de R$ 5.800, com a margem de lucro de R$ 4.470. Melhor resultado de altura de pasto.
Comparando com a altura do pasto em 15 cm, a margem de lucro foi de R$ 2.420. O ganho de peso foi menor: 450 gramas/dia, com taxa de lotação maior: 3,4 UA/ha, e um tempo maior para a engorda, quase o dobro: 620 dias, com ganho animal por área menor: 1.030 kg/ha.
Com altura de 45 cm, com a taxa de lotação praticamente igual ao pasto de 30 cm de altura: 2,7 UA/ha. Mas o ganho animal por dia e por área foi menor: 600 gramas/dia e 930 kg/ha, respectivamente, e margem da receita menor: R$ 2.990
Para a produção de leite, Zimmer mostrou resultados em pastos de capim mombaça, que obteve melhores resultados quando à altura de entrada nos pastos foi de 90 cm ao invés de 140 cm. A média de leite foi de 14 litros por vaca a 90 cm, enquanto em 140 cm a produção foi de 10,8 litros.
Na ILP, a presença do gado no pasto é positiva quando se realiza juntamente com o sistema plantio direto (SPD). Um fator importante é a altura de pastejo para a massa de palhada. O efeito da altura da Brachiaria ruziziensis na massa de palhada teve melhor resultado em 35 cm, com produção de 6,8 toneladas de massa, com 96 cm de altura de plantas e produção de soja de 4.240 kg (70 sacas por hectare).
Em 15 cm, foi de 4,1 toneladas, 88 cm de altura e 3.930 kg (65 sc/ha). Com o pasto a 50 cm,  a altura da planta foi de 87 cm e 3.900 Kg (65 sc/ha)."Colocar boi "na roça" é bom. A soja produz mais com o pastejo, por estimular o perfilhamento, a ciclagem de nutrientes e crescimento radicular", afirmou o pesquisador.
O bom manejo das pastagens tem outras vantagens: reduz a emissão de gases de efeito estufa, protege o solo e aumenta a produtividade de grãos no sistema de integração lavoura-pecuária-floresta, entre outros fatores.
É uma via de mão dupla: um solo bem manejado é um ambiente propício para pastagens de qualidade, e pastagens de qualidade contribuem para a construção de uma boa estrutura do solo. "Nosso equipamento de produção do produtor rural é o solo; o boi e os grãos são os produtos."
Zimmer também falou sobre a importância da suplementação em sistemas de produção com idades de abate decrescentes (pasto, suplemento, confinamento). A suplementação na seca é feita com sal mineral nas águas e proteinado de baixo consumo na seca, sendo o abate aos 29 meses. Na suplementação na seca mais águas, o suplemento deve ser proteico-energético de baixo consumo nas águas e proteinado de baixo consumo na seca (abate aos 27 meses).
Com a terminação realizada em semi-confinamento, a recomendação é que o sumplemento seja proteico-energético de baixo consumo nas águas e proteinado de baixo consumo na seca e terminação em semi-confinamento, avançado (1,8% do peso vivo em concentrado) e abate em 21 meses.
O abate aos 19 meses acontece quando se faz a suplementação proteica-energética de baixo consumo nas águas e proteinado de baixo consumo na seca e terminado em confinamento.
O resultado desses sistemas acima em integração lavoura-pecuária (ILP) possui desempenhos superiores e o abate é feito entre 14 e 20 meses.
Mais forrageiras – Com a Brachiaria híbrida BRS Ipyporã (Brachiaria ruziziensis com Brachiaria brizantha): na altura ideial, 30 centímetros, possui alto valor nutricional (de 11% a 12% de proteína) - ganha da marandu, mas perde em capacidade de suporte; possui digestibilidade de 60%; aguenta ataque de cigarrinha da pastagem e cigarrinha da cana (ela é a exceção, porque nenhuma brachiaria tem resistência).
Panicum maximum cv BRS Quênia (híbrido de panicum) - no Bioma Cerrado, o desempenho animal (grama por animal/dia) nos primeiro e segundo anos, no período das águas e melhor que a mombaça, mas é menor que a na seca,
Mas, no terceiro ano, o desempenho é maior que a mombaça nos dois períodos, mostrando que é uma cultivar persistente. Já a proteína bruta e a digestibilidade são maiores tanto no período de chuva quanto na seca.
Bem estar animal - "Bem-estar animal é fazer certo", disse a pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, Fabiana Villa Alves, no início de sua palestra. Ela enfatizou que valorizar a ambiência não é somente para suínos e aves -  com estruturas construídas para manter o animal longe do estresse -, mas também para o gado de corte e de leite.
Para proporcionar o bem-estar, é necessário seguir cinco diretrizes: o animal deve estar livre de fome e sede; de desconforto; de dor, lesões e doenças; de medo e estresse; e estar livre para expressar comportamento. "Tudo que diz respeito a estresse causa diversas alterações", afirmou.
As principais são queda de dezempenho reprodutivo, redução da ingestão de alimentos; aumento do consumo de água; diminuição na produção de leite, redução da libido e da espermatogênese; redução da fertilidade; aumento da mortalidade embrionária; e diminuição de peso dos neonatos", listou Fabiana.
Um exemplo em relação ao bem-estar animal é o número de animais para formação de lotes. O ideal é que cada lote tenha de 120 a 150 animais. Segundo a pesquisadora, é preciso manter animais dominantes em lotes separados.
"Existe uma hierarquia entre os animais. Não se deve misturar os lotes ao transportar os animais. Se dois dominantes estiverem no mesmo lote , eles vão brigando até o frigorífico e a carne terá problema e será configurada com defeito de carne por estresse", alertou.
ILPF - A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é mais uma ação importante para o bem-estar animal. Além da sombra proporcinada, que pode reduzir a temperatura de 2ºC a 9ºC, as árvores aumentam a umidade do ar e do solo. À sombra, seja a natural proporcionada pelas árvores ou por sombrite, a produção de leite aumenta aproximadamente em 30%.
Mas o componente floresta ainda proporciona outras vantagens como a ação contra os ventos; redução das amplitudes térmicas, resultando em bem estar e conforto térmico; além da fixação de nitrogênio, ciclagem de nutrientes no solo e créditos de carbono.
Também existe o enriquecimento cênico. "Na Europa, já se paga para visitar os locais, porque é bonito, é bucólico. Aqui no Brasil talvez se dê valor a esse atributo somente daqui a 15 anos, que é um excelente nicho de mercado", opinou a pesquisadora. Outro benefício apontado é que com a adoção de forma adequada da ILPF pode dar à carne o selo de "Carne Carbono Neutro" (CCN), uma iniciativa da Embrapa Gado de Corte.
Escolha da espécie - Para a escolha da da espécie de árvore, é necessário analisar as condições edafoclimáticas, o tipo de solo e o mercado. "Em Mato Grosso do Sul, o ideal é o eucalipto, que cresce cerca de 12 cm por ano, que se adapta bem em solos arenosos e ácidos, e que possui bom mercado para a venda da madeira", afirmou Fabiana.
Fonte: Embrapa Gado de Corte

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Por princípio sou compra benefícios e desonerações de impostos para qualquer setor, o que o país precisa é de uma verdadeira reforma tributária. Todos os estados estão ou "quebrados" ou em dificuldades financeiras e, portanto, precisando de dinheiro para fechar as contas. O que não tenho visto de nenhum governante é um programa sério de corte de custos, diminuição da burocracia, fim de privilégios e racionalidade administrativa. Mais uma vez teremos aumento da carga tributária para pagar as irresponsabilidades dos governantes. Com relação à produção de carnes provavelmente teremos uma reversão na retenção de matrizes o que em aproximadamente dois anos teremos mais um ciclo de alta no preço da carne. JEPAlayon.


Pecuarista deve ser o primeiro elo da cadeia a sofrer o impacto da cobrança de imposto de 11% na venda de carne ao consumidor final

Alisson Freitas
A grave crise econômica instaurada no País tem feito os órgãos públicos revisarem os benefícios concedidos a diversos setores. No fim de dezembro o governador Geraldo Alckmin extinguiu a isenção de ICMS das carnes em São Paulo, estabelecendo a cobrança de 11% do tributo nas vendas ao consumidor final e 7% para a indústria a partir de 1º de abril de 2017.
Em nota, a Secretaria da Fazenda do Estado alega que “os ajustes estão fundamentados em estudos realizados pela Secretaria da Fazenda que indicaram a necessidade de modular a desoneração tributária com foco na manutenção do emprego, estímulo à atividade econômica e sustentação da arrecadação”.
Para o analista de mercado da Scot Consultoria, Alex Lopes, é impossível prever de que forma os preços serão repassados no varejo. “É um momento delicado, em que o consumo já está baixo, e aumentar o preço da carne deve acarretar em mais produtos parados na prateleira”.
Ele explica também que o mercado passou por uma situação parecida no segundo semestre do ano passado, onde mesmo com as cotações em alta, o varejo segurou os preços repassados ao consumidor para evitar uma redução maior de consumo.
Em termos de impacto na cadeia produtiva, Lopes acredita que o primeiro elo a sentir a cobrança do ICMS será o pecuarista. “Com isso a indústria deve comprar menos animais para o abate e aumentar a pressão de baixa na cotação da arroba”.
A situação para o produtor pode ser ainda mais dificil, caso se confirme as projeções de aumento de oferta de animais terminados a partir do segundo bimestre de 2017. “Com o preço do bezerro bem menos atrativo em relação a anos anteriores, os pecuaristas não devem pensar duas vezes antes de mandar as fêmeas para o abate. Com mais animais terminados no mercado, os frigoríficos ganham mais poder de barganha e os produtores ficam sem muitas alternativas”, concluiu o analista.
Fonte: Portal DBO

Agrolink - IGC eleva previsão para safra de grãos 2016/17; estoques finais devem crescer

9/01/17 - 16:45 
Os estoques globais ao fim da safra 2016/17 estão estimados em um total de 507 milhões de toneladas
O Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês)elevou nesta quinta-feira sua projeção para a safra global de grãos em 2016/17 ante uma previsão anterior já recorde, com a evolução impulsionada em parte por melhoras nas perspectivas para a safra de milho da China e para a produção de trigo na Austrália.
A produção total de grãos em 2016/17 deverá subir para 2,094 bilhões de toneladas, 10 milhões de toneladas acima da projeção anterior, divulgada em novembro, e 4 por cento acima dos 2,005 bilhões da temporada anterior.
"A alta resultante na oferta global está altamente ligada a um aumento na projeção do consumo", disse o IGC em relatório, estimando que o consumo global de grãos subirá em 4 por cento, para 2,062 bilhões de toneladas.
Os estoques globais ao fim da safra 2016/17 estão estimados em um total de 507 milhões de toneladas, ante projeção anterior de 504 milhões de toneladas e um total de 475 milhões no ano anterior.
A produção mundial de milho em 2016/17 foi revisada em 3 milhões de toneladas para um recorde de 1,045 bilhão de toneladas.
A China, segundo maior produtor de milho do mundo, deverá ter safra de 219,6 milhões de toneladas, ante projeção anterior de 217 milhões, mas ainda abaixo dos 224,6 milhões de toneladas da safra anterior.
A produção mundial de trigo em 2016/17 foi estimada em 752 milhões de toneladas, ante projeção anterior de 749 milhões e dos 736 milhões da safra anterior.
A maior revisão foi para a Austrália, onde a safra foi estimada em 33,5 milhões de toneladas, ante estimativa anterior de 28,3 milhões e 24,2 milhões de toneladas na safra anterior.
Já a produção global de soja em 2016/17 deverá ser de 334 milhões de toneladas, com retração ante os 336 milhões estimados anteriormente, mas ainda um recorde.
"Além de uma enorme colheita nos Estados Unidos, a produção no Brasil deverá ter um novo recorde, mais do que compensando a queda em outros países, principalmente a Argentina", disse o IGC.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

MilkPoint - Interesses chineses no Brasil

Por Marcos Sawaya Jank, especialista em questões globais do agronegócio, para a Folha de São Paulo (edição de 07/01/17).

Num mundo em desglobalização, precisamos saber quais são os maiores interesses de nossos grandes parceiros, com quem e como vamos jogar.

Nesse contexto, a China é hoje o país com maior dependência e vontade de incrementar as relações com o Brasil. Para entender os seus mais recentes movimentos no país, vale ler o relatório “Investimentos Chineses no Brasil 2014-2015”, publicado em novembro pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC).

A internacionalização das empresas chinesas é evidente, com vultosas aquisições nos setores de tecnologia, energia, agronegócio, financeiro, imobiliário, automotivo, eletrônico e de entretenimento. China e Hong Kong já investem globalmente mais de US$ 250 bilhões por ano, ou cerca de 20% do total mundial. No caso do Brasil, o interesse estratégico chinês de longo prazo concentra-se basicamente em três áreas: energia, agronegócio e infraestrutura.

No início, a China tentou investir direto em recursos naturais – terras agrícolas e minérios –, mas a estratégia não deu certo em razão das restrições impostas pelo governo brasileiro. Mas em 2014 começa uma nova fase, na qual a China passa a se interessar não mais pela produção primária, mas pelo controle das cadeias de suprimento das principais commodities que ela demanda, a chamada “originação”.

Na área de genética vegetal e defensivos, a ChemChina adquire a gigante Syngenta, com grande presença no Brasil. Na área de grãos, açúcar e terminais portuários, a estatal COFCO compra a Nidera e a Noble Agri. Recentemente, o grupo privado Shanghai Pengxin adquire a Fiagril, empresa mato-grossense de insumos, grãos e logística.

Recentemente, surgem oportunidades para adquirir empresas-chave em setores afetados pela crise econômica e/ou por políticas regulatórias equivocadas. O caso mais notório é o da geração e transmissão de energia elétrica, com a aquisição da Cesp, de Furnas, da Eletronorte e da Duke Energy pelas estatais chinesas State Grid e China Three Gorges (CTG). Não resta dúvida de que a Operação Lava Jato vai gerar grandes oportunidades para os chineses adquirirem empresas de construção civil e infraestrutura no Brasil.

São imensos os interesses chineses no Brasil, e hoje há muitas oportunidades para parcerias e aquisições. Mas erra quem pensa que esses interesses são comandados por uma estrutura hierárquica única e uniforme.

No excelente livro “The Political Economy of China-Latin America Relations in The New Millenium”, recém-lançado nos Estados Unidos, Margaret Myers e Carol Wise utilizam a teoria agente-principal para explicar o funcionamento do modelo de investimento. A China tem um único ator, que são os princípios e objetivos definidos pelo Partido e pelo governo. Mas a execução das diretrizes fica a cargo de múltiplos agentes – as companhias chinesas estatais e privadas –, que atuam com diferentes motivações e interesses, de forma competitiva e descoordenada. A isso se somam as imensas diferenças linguísticas, culturais e de identidade entre a China e a América Latina.

A expressão “negócio da China” tem sido usada sempre que alguém obtém grande vantagem em um acordo. O termo remonta aos lucros fabulosos que os comerciantes europeus obtinham com a venda de especiarias chinesas há mais de cinco séculos. Mas hoje a situação se inverteu e é o mundo que está oferecendo grandes “negócios para a China”.

Em suma, a China sabe o que quer do Brasil, agora e daqui a 50 anos. E nós, o que queremos dela? Vamos reduzir o nosso imediatismo doentio e olhar o longo prazo? Vamos nos organizar direito, com o governo e o setor privado refletindo e atuando em conjunto?

Adendo MilkPoint: 
Em dezembro de 2016, o MilkPoint foi convidado para participar de um evento de comemoração pelos 60 anos do Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural). Na ocasião, também foi lançado o Pedeag 3 (Plano Estratégico da Agricultura Capixaba 2015-2030). O encontro foi promovido pelo Governo do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).

Um dos palestrantes convidados foi Waldemar Carneiro Leão, ex-embaixador do Brasil na China. Segundo ele, de 2000 a 2015, o Brasil aumentou em dez vezes o volume de produtos agrícolas exportados para os chineses. "A China é uma ótima oportunidade para o Brasil, mas, temos que tratar esse mercado de forma especial, pois a demanda por alimentos cresceu muito – junto com o aumento de renda – e há uma grande preocupação com a segurança alimentar. A China produz alimentos, mas é muito ineficiente, uma vez que a produção é majoritariamente extensiva”. De acordo com ele, o padrão do consumo chinês está mudando, passando de arroz para proteínas de origem animal, como os lácteos, o que abre oportunidades para outros países.

“Há muito espaço ainda para ser conquistado entre os chineses. As terras já sofrem com seu limite físico e o uso excessivo de fertilizantes contaminou os lençóis freáticos. O crescimento populacional continua intenso, assim como o êxodo rural. A cada ano, 10 milhões de pessoas saem do campo e vão para as cidades. Para abastecer toda a população, a política está se flexibilizando e a autossuficiência está sendo deixada de lado”. As visitas recentes realizadas pelo ministro Blairo Maggi ao país são um ponto bastante positivo na visão do ex-embaixador. “Temos que ter em mente que qualquer falha aumenta muito as chances de ocorrer um embargo, mas, as expectativas são muito boas”.

Para ler o resumo completo do evento, clique aqui. 

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Portal DBO - Como garantir alimento para o gado de leite na seca?

Pesquisadora fala sobre necessidade de planejamento ainda no período das águas para não faltar volumoso quando cessam as chuvas

Mariana Magalhães Campos
Ter oferta de alimentos volumosos de qualidade e em quantidade adequada no período de seca é um desafio a ser enfrentado pelos pecuaristas e que afeta o sistema de produção. O uso de forrageiras adaptadas à região aliado ao manejo adequado das pastagens podem amenizar ou reduzir os efeitos da sazonalidade climática sobre a produtividade do capim e dos animais, mas não evitam ou eliminam esse problema.
Durante os períodos de escassez, o sistema de produção de leite a pasto inclui, obrigatoriamente, um suplemento volumoso que forneça ao animal os nutrientes que a pastagem não consegue fornecer naquele momento. Sem essa estratégia, além da perda em produção, as vacas em lactação, principal categoria do rebanho, ficam prejudicadas em sua condição corporal e reprodutiva, comprometendo as próximas gestação e lactação, e a viabilidade econômica da atividade. Sendo assim, nesses períodos, as principais alternativas utilizadas para suplementação volumosa são o plantio da cana-de-açúcar e a produção de silagem (de milho, sorgo, capim ou cana-de-açúcar). Opções para suplementação que, para estarem disponíveis na seca, demandam um planejamento ainda no período chuvoso.
Para planejar bem uma dieta, deve-se ter em mãos as informações corretas sobre as exigências dos animais. Além de fazer o levantamento de todos os insumos que estão disponíveis em uma determinada região, conhecendo os fatores que podem limitar o uso de cada um deles, e os preços. Outro detalhe importante é considerar o caráter sazonal de alguns insumos, que devem ser comprados com antecedência e estocados.
Qual alternativa escolher? - Para definição da melhor alternativa de suplementação na seca, deve-se levar em consideração diversas características do sistema de produção como, por exemplo, condições climáticas, relevo, disponibilidade de terra, maquinário, mão de obra, assim como as exigências nutricionais dos animais que serão suplementados (nível de produção, categoria, ordem de lactação, condição corporal).
Cana-de-açúcar - Dentre as várias características que justificam sua utilização na alimentação de ruminantes, estão: o alto teor de sacarose; moderado teor de fibra insolúvel em detergente neutro (FDN) quando comparada a outros volumosos; alta produção de matéria seca por unidade de área; simplicidade do cultivo e de tratos culturais; relativa resistência a pragas e doenças; facilidade de compra e venda e caráter semiperene, além de ser cultura tradicional entre os produtores rurais brasileiros.
O fato de atingir o máximo valor nutritivo durante o período seco do ano, quando a disponibilidade de pasto é baixa, tem impulsionado sua divulgação como forrageira para cultivo em fazendas que utilizam pastagens e que visam minimizar o uso de tempo e capital em práticas de conservação de forrageiras.
Mas, se existem também limitações, uma delas seria a necessidade de mão de obra para fazer os cortes diários e questões de ordem nutricional – em função dos baixos teores de proteína, minerais (principalmente, enxofre, fósforo, zinco e manganês), pequeno aporte pós-ruminal de aminoácidos e glicose e baixa degradação ruminal da sua fração fibrosa. Essas limitações são corrigidas de maneira relativamente fácil por meio de formulações de dietas feitas por nutricionistas.
Os carboidratos estruturais da cana-de-açúcar, por sua vez, são fonte potencial de energia de baixo custo para ruminantes. No entanto, seu aproveitamento como fonte de energia é limitado devido às suas baixas digestibilidade e taxa de degradação e, consequentemente, baixo consumo voluntário. Este fato está relacionado, principalmente, à estrutura da parede celular, que protege os nutrientes nela contidos da digestão microbiana no rúmen.
Planejamento para uso da cana - No caso da escolha pela cana, o produtor deve plantar variedades de boa produtividade e capacidade de rebrota da soqueira, que sejam resistentes ao tombamento e possuam alto teor de açúcar. As condições de relevo e a fertilidade do solo também devem ser consideradas nessa escolha. Já em relação à época de plantio, para as variedades precoces, o momento adequado é de setembro a novembro, para que a colheita ocorra próxima ao período seco. De janeiro a março, plantam-se as variedades médias/tardias e a colheita se dá na seca do ano seguinte.
Silagem - A ensilagem de forrageiras é um processo biológico de conservação de alimentos volumosos, cujo objetivo é o de maximizar a retenção dos nutrientes presentes na forragem original pela sua conservação em meio ácido.
O uso de silagem representa a principal forma de suplementação de volumosos para o rebanho bovino nacional nos diversos sistemas de produção, com destaque para as silagens de milho e sorgo.
Os objetivos do melhoramento do milho foram, por muito tempo, limitados por critérios agronômicos, como a produção de grãos por hectare, resistências a doenças, pragas e aos estresses climáticos. Porém, a utilização do milho na forma de silagem da planta inteira é crescente no mundo todo, o que demanda a seleção de genótipos de milho especificamente para a produção de silagem de alta qualidade nutritiva.
Para produção de silagem, o sorgo tem se destacado por sua facilidade de cultivo, pelos altos rendimentos e pela menor exigência hídrica. Além disso, tal como o milho, tem uma boa qualidade de fermentação decorrente da alta concentração de carboidratos solúveis, essenciais para a fermentação lática, dispensando o uso de aditivos estimulantes da fermentação. Seu valor nutritivo é semelhante ao da silagem de milho.
A maneira mais eficiente para produzir silagem com menor custo é investir em lavouras de alta produtividade. O produtor deve ter em mente que planejamento e ganhos de eficiência nos processos, desde o plantio até o cocho, proporcionam melhores resultados, reduzindo custos e tornando a atividade mais rentável.
Alguns fatores justificam o emprego dessas duas espécies para a produção de silagem, sendo eles:
- Facilidade de cultivo
- Tecnologia disponível e de amplo conhecimento
- Grande número de cultivares disponíveis no mercado, adaptadas às diferentes regiões do Brasil
- Bom rendimento da matéria seca
- Facilidade de fermentação (dispensa o uso de aditivos)
- Volumoso com alto teor de energia
- Massa verde produzida
- Alto consumo pelos animais
A época ideal para plantio de milho para silagem varia conforme a região, sendo preferível optar pela janela de primeira safra, já que o risco do plantio na safrinha é maior. A principal limitação para uso da cultura é a necessidade de maquinário.
Planejamento para produção de silagem - Vale lembrar ainda que para fornecer uma silagem com os valores nutricionais adequados deve-se considerar que esse processo se inicia com o planejamento da produção da forragem na propriedade leiteira e isso envolve o conhecimento de quanto e como produzir.
O planejamento permite calcular o tamanho da lavoura que será plantada e o escalonamento de seu plantio, tendo em vista a quantidade de alimento necessária para o rebanho num determinado período e o tamanho dos silos que serão abastecidos. O cálculo da silagem a ser produzida a cada ano baseia-se, portanto, no total de animais que se quer alimentar associado à quantidade média que cada animal consome, na perda que ocorre no cocho e no número de dias que os animais receberão a silagem. Importante ressaltar que a mão de obra da propriedade, que irá trabalhar com a produção da forragem, em todas as suas etapas, deve receber treinamento adequado, além de ter um acompanhamento técnico para verificação do andamento das atividades.
O planejamento adequado possibilita um incremento na produtividade (em toneladas de silagem por hectare) proporcionando uma melhor rentabilidade da atividade leiteira. Com técnicas simples e de baixo custo – que envolvem apenas a mudança e/ou a introdução de novos conceitos de produção de forragem – é possível alcançar maior produção de silagem e consequentemente um menor custo unitário por tonelada produzida.
Na maioria das situações, as etapas necessárias para se produzir silagem de qualidade abrangem procedimentos de verificação do relevo, profundidade e fertilidade do solo; preparo do solo; escolha da cultivar; colheita e trituração da forrageira; transporte da forragem picada até o silo; descarga e distribuição da forragem no silo; compactação da forragem e a vedação do silo. O sucesso do processo de ensilagem, ou seja, a maximização na retenção dos nutrientes disponíveis na forragem original depende da execução adequada dos procedimentos em cada etapa. 

*Mariana Magalhães Campos é pesquisadora em Nutrição Animal da Embrapa Gado de Leite.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Milkpoint - Utilização de cruzamentos em bovinos leiteiros

or Nathã Carvalho e Emmanuel Veiga de Camargo 
postado há 2 dias atrás


Sobre a prática de cruzamentos nas espécies de interesse zootécnico, Kinghorn (2006) afirma que as indústrias de bovinos leiteiros e de ovinos de lã são exceções devido à disponibilidade de uma excepcional raça pura em cada indústria. Embora seja uma estratégia consagrada em espécies como aves, suínos, ovinos de corte e bovinos de corte, a adoção de cruzamentos na bovinocultura leiteira ainda não é difundida na mesma intensidade, mas vem sendo impulsionada principalmente nas regiões tropicais.

Nos trópicos as raças taurinas puras apresentam na maioria das vezes, problemas de sobrevivência e menores índices produtivos (VACCARO, 1990). Nessas localidades, já é histórica a utilização de cruzamentos entre zebuínos (Bos taurus indicus) e taurinos (Bos taurus taurus) para a produção de animais mestiços com maior adaptabilidade e consequentemente, melhor desempenho.

No entanto, diversos autores em diferentes partes do mundo relatam a superação de limitações relacionadas à fertilidade, saúde e sobrevivência, rusticidade e adaptabilidade, facilidade de parto, resistência a mastite e composição de sólidos no leite em rebanhos resultantes de práticas de cruzamento tanto de raças zebuínas com taurinas, como aqueles ocorridos entre raças taurinas. Knob (2015) pressupõe que o cruzamento entre raças pode, através da complementaridade e do vigor hibrido, melhorar o desempenho do rebanho aumentando a lucratividade da atividade leiteira.

produção de leite na faixa tropical do Brasil está alicerçada na utilização de mestiças de taurinos com zebuínos, que respondem por uma proporção estimada na ordem de 80% da produção nacional (LEDIC e TETZNER, 2008). Na pecuária leiteira brasileira, os mestiços são aqueles animais conhecidos por serem derivados do cruzamento de uma raça taurina pura, como por exemplo, a Holandesa, com uma raça zebuína, como por exemplo, a Gir Leiteiro (EMBRAPA GADO DE LEITE, 2005). Para Mariante et al. (2003), animais mestiços, de vários grupos sanguíneos, oriundos do cruzamento de diferentes raças taurinas e zebuínas, correspondem a cerca de 95% do número de vacas ordenhadas no Brasil.

Madalena (2012) ressalta que no Brasil, os sistemas de produção predominantes são baseados em pastagens com suplementação e com vacas mestiças, ordenhadas com apojo do bezerro. Acrescenta ainda que os produtores estejam mantendo um rebanho mestiço (durante décadas) na ordem de 16 milhões de vacas, sendo um dos maiores rebanhos mestiços do mundo. Mariante et al. (2003) reforça que a produção de gado de leite na parte tropical do Brasil está baseada majoritariamente em animais mestiços de Bos taurus taurus x Bos taurus indicus, sendo o Holandês a principal raça taurina. Ratificando, McManus et al. (2008) observaram melhores desempenhos nas características produtivas com animais ½ Holandês/Gir e ¾ Holandês/Gir em Goiás, relatando que a exploração de sistemas de cruzamento pode beneficiar o desempenho produtivo e reprodutivo da atividade leiteira.

Conforme Miranda e Freitas (2009) existem resultados de pesquisas científicas mostrando heterose para produção de leite variando de 17,3% até 28% nos cruzamentos entre animais da raça Holandesa e animais das raças zebuínas. Em trabalho descrito por Madalena (2012), baseado na avaliação do desempenho de mais de 600 novilhas de diferentes graus de sangue do cruzamento de Holandês vermelho e branco com zebuínos Guzerá, produzidas pela Embrapa e distribuídas em 67 fazendas cooperadoras da região sudeste, os resultados mostraram efeitos relevantes da heterose na produção de leite, de proteína e de gordura, fertilidade, mortalidade, vida útil, peso, peso/altura, preço da vaca de descarte e resistência aos carrapatos, principalmente em propriedades de baixo nível de manejo.

cruzamento entre raças especializadas vem ganhando destaque em diversos países, com ênfase para a Nova Zelândia, onde o cruzamento entre animais das raças Jersey e Holandês é largamente utilizado (KNOB, 2015). De acordo com a autora, esta prática envolvendo estas duas raças também é uma das mais disseminadas pelo mundo. Felippe (2013), acrescenta ainda que atualmente os animais cruzados já predominam nos rebanhos neozelandeses com 40,8% do rebanho, ficando à frente do Holandês puro, que representa algo em torno de 38,2%. 

cruzamentos de bovinos leiteiros
Estima-se que atualmente 40,8% dos rebanhos neozelandeses sejam de animais cruzados, principalmente Holandês x Jersey

A abordagem de Neto et al. (2013) corrobora ao observar resultados sobre incremento na lucratividade com a utilização de cruzamentos entre raças especializadas, principalmente Holandês x Jersey, em sistemas de produção baseados em pastagem na Nova Zelândia. Já na Dinamarca, Sorensen et al. (2008) relataram heterose substancial (+18%) para a vida produtiva de vacas mestiças em comparação com vacas de raça pura.

Conforme o estudo, a heterose para características de valor econômico para três tipos de cruzamentos foi superior a 21%. A pesquisa dinamarquesa concluiu que o cruzamento sistemático contribui para um aumento substancial do desempenho econômico dos sistemas de produção leiteira, mostrando claramente que existe heterose para as características economicamente mais importantes na produção de leite, cujo ganho adicional obtido é mais pronunciado para as características funcionais. Além disso, os níveis de consanguinidade (endogamia) apresentaram um rápido aumento na maioria das raças de leite e o cruzamento entre raças pode ter um ótimo efeito para reduzir este impacto nas propriedades comercias de leite (WEIGEL e BARLASS, 2003).

De acordo com Weigel e Barlass (2003) alguns produtores americanos passaram a realizar experiências com cruzamento entre raças por causa da preocupação com fertilidade, facilidade de parto, saúde e longevidade em seus rebanhos de raças puras. Heins et al. (2006) reforçam em sua publicação que o declínio da fertilidade e sobrevivência de vacas Holandesas puras tem levado a um aumento de produtores adeptos a utilizar cruzamentos. Na Nova Zelândia, país referência em produção de leite, Neto et al. (2013) ressaltaram que com a viabilidade da implantação de políticas de pagamento por componentes do leite, somado à crescente preocupação com sanidade e fertilidade, observou-se maior interesse pelo cruzamento. Nesse país, experimentos mostraram que os sistemas de cruzamento adotados determinaram maior lucratividade por animal e por área (PIZZOL, 2012).

Pesquisas sobre o desempenho econômico de raças alternativas de taurinos (Bos taurus taurus) em cruzamentos, nos sistemas de produção brasileiros aparecem como uma necessidade premente (MADALENA, 2012). De acordo com Neto et al. (2013) esforços de pesquisa sobre cruzamentos entre raças leiteiras especializadas foram intensificadas nos países de pecuária leiteira avançada. Conforme o autor, apesar da intensificação atual de estudos sobre o tema, ainda existe diversas lacunas de conhecimento a serem preenchidas.

Em razão das perdas já mencionadas, em especial nos rebanhos puros, Ledic e Tetzner (2008) sugerem que se deve tentar a utilização de diferentes raças taurinas nos cruzamentos, em especial, as raças que estão sendo selecionadas para aumento de sanidade de úbere e aumento de sólidos totais. Os autores citam como exemplos as raças Jersey, Sueca Vermelha e Branca, Simental e Normanda. Cabe salientar, que exatamente estas raças, têm sido amplamente utilizadas em estratégias de cruzamentos com o Holandês em diferentes partes do mundo, inclusive no Brasil. Também se observa a utilização das raças Norueguesa Vermelha, Montbeliárde, Pardo Suíço, Ayrshire e Guernsey. Entre as zebuínas, o Gir Leiteiro, o Guzerá, o Indubrasil e o Sindi (principalmente no Nordeste) são as raças mais utilizadas para a produção de F1 leiteiras pelos produtores brasileiros (LEDIC e TETZNER, 2008). 

cruzamentos de bovinos leiteiros
No Brasil, a grande maioria dos animais ordenhados são oriundos do cruzamento entre zebuínos Gir Leiteiro e Holandês

Alguns produtores do Sul do Brasil, observando a utilização de cruzamentos entre raças especializadas no exterior, iniciaram programas de cruzamentos em suas propriedades (NETO et al., 2013). Em estudo realizado por Knob (2015) nos estados de Santa Catarina e Paraná, com um criador que cruzou vacas Holandesas com Simental, as fêmeas meio sangue apresentaram maior produção de leite, com maior qualidade, mediante menor escore de células somáticas e maior teor de sólidos, além de desempenho reprodutivo superior. De acordo com Neto et al. (2013), esses produtores buscam nas possibilidades de cruzamentos solucionar deficiências nos rebanhos da raça Holandesa referentes à composição do leite, saúde, fertilidade, longevidade e facilidade de parto.

Nos próximos artigos, discutiremos de forma mais ampla e profunda os impactos da utilização de cruzamentos em rebanhos leiteiros comerciais.

Referências bibliográficas 
FELIPPE, E. W. Comparação de vacas mestiças das raças Holandesa x Jersey com vacas puras quanto à eficiência produtiva e reprodutiva. 2013. 55 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal)-Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, 2013.

HEINS, B. J.; HANSEN, L. B.; SEYKORA, A J. Calving difficulty and stillbirths of pure Holsteins versus crossbreds of Holstein with Normande, Montbeliarde, and Scandinavian Red. Journal of Dairy Science, v. 89, n. 7, p. 2805–10, jul. 2006a.

KINGHORN, B. Melhoramento Animal: Uso de novas tecnologias. Piracicaba: FEALQ, 2006. 367 p.

KNOB, D. A. Crescimento, desempenho produtivo e reprodutivo de vacas Holandês comparadas às mestiças Holandês x Simental. 2015. 100 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal)-Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, 2015.

LEDIC, I. L.; TETZNER, T. A. D. Grandezas do Gir Leiteiro: O milagre zootécnico do século XX. Uberaba: 3 Pinti, 2008. 324 p.

MADALENA, F. E. A contribuição da F1 de gado de leite e as estratégias de sua utilização. In: Simpósio Brasileiro de Melhoramento Animal, 9., 2012, João Pessoa: SBMA, 2012. Disponível em: < http://sbmaonline.org.br/anais/ix/palestras/pdf/Palestra01.pdf>. Acesso em 26 set. 2012.

MARIANTE, A. S.; McMANUS, C.; MENDONÇA, J. F. Country report on state of animal genetic resources Brasil. Brasília: Embrapa Genetic Resources and Biotechnology, 2003. 121 p. (Documentos, 99).

McMANUS, C. et al. Características produtivas e reprodutivas de vacas Holandesas e mestiças Holandês × Gir no Planalto Central. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 37, n. 5, p. 819-823, 2008.

MIRANDA, J. E. C.; FREITAS, A. E. Raças e tipos de cruzamentos para a produção de leite. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2009.12p. (Circular técnica 98).

NETO, A. T.; RODRIGUES, R. S.; CÓRDOVA, H. A. Desempenho produtivo de vacas mestiças Holandês x Jersey em comparação ao Holandês. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v.12, n.1, p. 7-12. 2013.

PIZZOL, J. G. D. Comparação entre vacas da raça Holandesa e mestiças das raças Holandesa x Jersey quanto à sanidade, imunidade e facilidade de parto. 2012. 55 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal)-Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, 2012.

SØRENSEN, M. K. et al. Invited Review: Crossbreeding in Dairy Cattle: A Danish Perspective. Journal of Dairy Science, v. 91, p. 4116–4128, 2008.

VACCARO, L.P. Survival of European dairy breeds and their crosses with zebus in the tropics. Animal Breeding Abs, v. 58, p. 475-494, 1990.

WEIGEL, K. A; BARLASS, K. A. Results of a producer survey regarding crossbreeding on US dairy farms. Journal of Dairy Science, v. 86, n. 12, p. 4148–54, 2003.

Saiba mais sobre os autores desse conteúdo

Emmanuel Veiga de Camargo    Santa Maria - Rio Grande do Sul






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