sábado, 8 de abril de 2017

SEMANA: Chicago em baixa pressiona preços da soja no Brasil

Porto Alegre, 7 de abril de 2017 – O mercado brasileiro de soja teve uma semana de poucos negócios e de preços mais baixos. Com o dólar perto da estabilidade, os contratos futuros em queda na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) pressionaram os preços domésticos.
     A saca de 60 quilos recuou de R$ 62,00 para R$ 59,50 em Passo Fundo (RS), entre os dias 30 de março e 6 de abril. No mesmo período, o preço baixou de R$ 61,00 para R$ 59,50.
     Em Rondonópolis (MT), o preço recuou de R$ 56,50 para R$ 54,50. Em Dourados (MS), a cotação passou de R$ 55,00 para R$ 52,50. Em Rio Verde (GO), a saca caiu de R$ 57,00 para R$ 54,00.
     Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com entrega em maio recuaram 2,23%, caindo de US$ 9,63 para US$ 9,41 ½ por bushel. A ampla oferta mundial da oleaginosa e a expectativa de área recorde nos Estados Unidos pressionaram as cotações.
     A área a ser plantada com soja nos Estados Unidos em 2017 deverá totalizar 89,5 milhões de acres, conforme o relatório de intenção de plantio do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Se confirmada, esta será a maior área plantada da história daquele país, crescendo 7% sobre o ano anterior.
     O número superou a expectativa do mercado, que era de 88,13 milhões de acres e também ficou acima do estimado pelo USDA em fevereiro durante o seu Fórum Anual, em 88 milhões de acres.
     Produção
     A produção brasileira de soja em 2016/17 deverá ficar em 111,512 milhões de toneladas, com aumento de 14,8% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 97,150 milhões de toneladas. A previsão faz parte do novo levantamento de SAFRAS & Mercado.
     Na comparação com o relatório anterior, houve uma elevação de 4,12%. Em fevereiro, a estimativa era de 107,095 milhões de toneladas. “Podemos considerar que estamos vendo uma safra brasileira perfeita, a exemplo do que foi a safra norte-americana em 2016”, afirma o analista de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Roque.
     SAFRAS indica uma área plantada de 33,735 milhões de hectares, crescendo 1,7% sobre o total cultivado em 2015/16, de 33,015 milhões de hectares. A produtividade deverá passar de 2.943 quilos para 3.322 quilos por hectare.
     A produção do Mato Grosso deverá passar de 27,558 milhões para 30,799 milhões de toneladas, com aumento de 11,8%. No Paraná, o aumento será de 15%, passando de 16,595 milhões para 19,083 milhões de toneladas. A safra gaúcha deverá totalizar 17,025 milhões de toneladas, com aumento de 4,3% sobre o ano anterior.
     “As condições das lavouras foram e são excelentes em praticamente todos os estados produtores do país. O clima foi positivo ao longo de todo o desenvolvimento das lavouras, além de ter sido favorável para a antecipação do plantio e boa evolução dos trabalhos de plantio e colheita”, avalia o analista.
      As regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste estão colhendo as maiores produtividades já registradas. Nestas regiões, destaca-se a recuperação das produtividades do Paraná e Mato Grosso frente às perdas enfrentadas na safra passada. E o Paraná está registrando uma produtividade média estadual jamais vista no país. Santa Catarina e Rio Grande do Sul também registram produtividades recordes. Goiás e Minas Gerais colheram novamente uma safra cheia, com grandes produtividades.
      O clima seco, que assustou o Norte e o Nordeste do país no último trimestre de 2016, deu lugar, em um momento-chave, a um clima positivo, com chuvas regulares e volumosas a partir do início de 2017, o que salvou a maior parte do potencial produtivo dos estados. Assim, as lavouras destas regiões também se desenvolveram bem, com registro de produtividades muito satisfatórias.
     “Tudo isso levou o Brasil a colher a maior safra de sua história. Uma safra cheia e recorde. Uma supersafra”, completa o analista.
     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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