Previsão de clima nos Estados Unidos não é boa e mercado já aposta em prejuízos. No Brasil preços da oleaginosa sobem R$ 1 por saca, nos portos
Daniel Popov, de São Paulo
A sessão eletrônica da Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o complexo soja vem operando com preços significativamente mais altos. O mercado busca suporte na previsão de poucas chuvas para o Meio Oeste dos Estados Unidos nesta semana, o que pode causar estresse no desenvolvimento final das lavouras nos estados de Iowa e Illinois. O Furacão Irma, que está se aproximando da Flórida, pode afetar regiões produtoras do Delta americano, e também traz suporte à oleaginosa, assim como a boa demanda pelo produto norte-americano.
Os boletins meteorológicos indicam volume de chuvas abaixo da média para os próximos 14 dias, o que poderia causar algum estresse à planta e prejuízos em termos de produtividade. Além disso, a chegada do furacão Irma em parte do sudeste da região produtora causa preocupação.
Abertura Nacional do Plantio da Soja 2017/2018
No contrato com maior liquidez, com vencimento em novembro, os preços fecharam o dia valendo US$ 9,68 por bushel, alta de 2% ante os US$ 9,49 de ontem. O contrato com vencimento em janeiro de 2018, registrou alta de 1,98%, a US$9,78.
Nos subprodutos, a posição setembro do farelo encerrou com alta de US$ 9,60 (3,27%), sendo negociada a US$ 302,80 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em setembro eram cotados a 35,10 centavos de dólar, com perda de 0,21 centavo ou 0,59%.
No mercado físico brasileiro os preços ainda expressaram estas altas obtidas em Chicago e os valores nos portos ficaram na casa de R$ 71 por saca. Segundo o analista de mercado da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez, o clima seco que afeta o meio oeste dos Estados Unidos é uma das principais razões para esta alta, aliada é claro ao fator furacão. “Por enquanto o mercado comprou a ideia de que estes fatores podem afetar a produção. Se amanhã ou depois voltar a chover, por exemplo, os preços podem voltar a cair”, diz ele.
Outro fator que vinha sustentando as altas dos preços era o volume de exportações de soja americanas. Segundo Gutierrez, os Estados Unidos fecharam o ano comercial 2016/2017 com um volume embarcado de 57,7 milhões de toneladas , contra os 51 milhões do ano passado. “Essa elevação nas exportações ajudou a segurar os preços também. No Brasil, acreditamos que venderemos 12 milhões de toneladas a mais. Portanto a demanda tem ajudado a segura os preços, sim”, conta ele.
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