*Por Amanda Neri de Souza. Estudante de Medicina Veterinária, estagiária da Labor Rural, estagiária do Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira - PDPLe Programa de Capacitação de Especialistas em Pecuária Leiteira - PCEPL.
A utilização de sistemas robotizados na pecuária leiteira tem se tornado uma realidade cada vez mais próxima. Diversos modelos de alimentadores automáticospara bezerras estão disponíveis no mercado, e a demanda pelos mesmos surge da necessidade de se padronizar o sistema de criação, resolver problemas de manejo e falta de mão de obra. O uso dos alimentadores permite a otimização da mão de obra dentro da propriedade ou mesmo a redução da necessidade da mesma.
O sistema permite que cada bezerra receba a dieta individualmente, sendo possível programar a máquina para fornecer quantidades diferentes da dieta líquida (leite e/ou sucedâneo) de acordo com a idade do animal, consumo de concentrado, e até mesmo status sanitário. Além disso, é possível fornecer aditivos na dieta líquida, como promotores de crescimento, medicamentos, misturas minerais e vitaminas. Diversos itens podem ser acoplados ao equipamento, como sensor de temperatura no bico, balança que funciona como um método de monitorar o crescimento e ajustar as taxas de alimentação e também o alimentador de concentrado, o qual pode ser ligado ao alimentador de leite/sucedâneo de modo que o fornecimento da dieta líquida seja reduzido com base no aumento do consumo de concentrado.
Fonte: https://pppindustries.co.nz
A quantidade de vezes que o animal receberá a dieta no alimentador pode ser limitada ou não, sendo o mais usual, que cada animal possa se alimentar até 4 vezes ao dia. O ideal é limitar a quantidade de vezes que o animal pode se alimentar no dia. Segundo (Jensen, 2004) os bezerros que receberam 6,4 l em 4 porções ao invés de 8 porções ocuparam o alimentador menos tempo por dia. Dessa forma, o uso do alimentador é otimizado.
Alguns pontos como incidência de doenças devido ao agrupamento, necessidade de abrigo coletivo, ocorrência de mamada cruzada, competição, e o custo de aquisição podem ser considerados entraves na implantação dessa tecnologia. Muitos desses pontos já foram assuntos de experimentos, e há muitas variáveis que determinam a ocorrência dessas situações ou não, sendo elas possíveis de serem controladas com ajustes de manejo. Quando se pensa em custo de implantação desse sistema, a primeira pergunta que surge é: é viável para o meu sistema de produção?
Baseado num período de aleitamento de 75 dias, com fornecimento médio de 4 litros/dia por bezerra, foi realizada uma análise simulada de custo por bezerra desaleitada, considerando os custos operacionais efetivos e custos fixos de dois diferentes métodos de criação de bezerras. Um sistema utilizando o alimentador automático e outro sistema de bezerreiro modelo contínuo, sem automatização. Foram considerados todos os gastos com infraestrutura, dieta líquida, manutenção e mão de obra, além da depreciação e custo de oportunidade do capital investido.
As tabelas a seguir apresentam os custos de cada sistema considerados nessa análise:
Alguns pontos como incidência de doenças devido ao agrupamento, necessidade de abrigo coletivo, ocorrência de mamada cruzada, competição, e o custo de aquisição podem ser considerados entraves na implantação dessa tecnologia. Muitos desses pontos já foram assuntos de experimentos, e há muitas variáveis que determinam a ocorrência dessas situações ou não, sendo elas possíveis de serem controladas com ajustes de manejo. Quando se pensa em custo de implantação desse sistema, a primeira pergunta que surge é: é viável para o meu sistema de produção?
Baseado num período de aleitamento de 75 dias, com fornecimento médio de 4 litros/dia por bezerra, foi realizada uma análise simulada de custo por bezerra desaleitada, considerando os custos operacionais efetivos e custos fixos de dois diferentes métodos de criação de bezerras. Um sistema utilizando o alimentador automático e outro sistema de bezerreiro modelo contínuo, sem automatização. Foram considerados todos os gastos com infraestrutura, dieta líquida, manutenção e mão de obra, além da depreciação e custo de oportunidade do capital investido.
As tabelas a seguir apresentam os custos de cada sistema considerados nessa análise:
A medida em que se tem incremento no número de bezerras em aleitamento, o sistema automático torna-se mais vantajoso em relação ao sistema convencional. Em um sistema com 180 bezerras/mês a adoção do sistema automático representa uma economia de 36,9 % no custo da bezerra desaleitada, enquanto que com 50 bezerras/mês a economia é de 10%. No sistema com 20 bezerras/mês em aleitamento não houve economia em optar pelo automático, sendo o sistema convencional economicamente mais viável. A economia ao optar pelo sistema automático é atribuída em maior parte à menor necessidade de mão de obra, quando comparado ao sistema convencional.
Conclui-se que a medida em que se tem um maior número de bezerras em aleitamento, há redução do tempo em anos para pagar o investimento. Sistemas de alimentadores automáticos não se mostraram viáveis nessa simulação para produtores com 20 bezerras/mês em aleitamento, visto que em sistemas de produção com maior número de animais há diluição dos custos fixos, tornando assim a adoção do sistema viável.
Referências bibliográficas:
- Computer-Controlled Milk Feeding of Dairy Calves: The Effects of Number of Calves per Feeder and Number of Milk Portions on Use of Feeder and Social Behavior, M.B. Jensen, 2004.
- Os valores dos equipamentos foram fornecidos pela Delaval.
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