Em 26/10/2017 no site MilkPoint
No início dos anos 2000, foi a silagem de cana-de-açúcar que passou a ser o centro das atenções. Ela veio acompanhada do desenvolvimento de maquinários específicos para a sua colheita, bem como do surgimento de aditivos para controlar as perdas fermentativas. Foi também neste período que as colhedoras autopropelidas começaram a ser tornar realidade nas propriedades, principalmente por meio do serviço terceirizado. O serviço terceirizado também nos trouxe a opção do silo bolsa, o qual atualmente nos serve para armazenar silagens e grãos secos.
Nos últimos anos, as silagens de grãos reidratados de milho e de sorgo passaram a figurar como opções no plano alimentar dos animais. E, atualmente, a silagem de espigas de milho se torna uma realidade. Cabe também ressaltar que os vagões misturadores com fresa, utilizados para desabastecer o silo passaram a ser melhorados e ainda tiveram os seus preços reduzidos, o que tem impulsionado o uso desses equipamentos para a confecção da ração total. Outras tecnologias também surgiram, tais como lonas e aditivos, o que tem promovido a redução de perdas em silagens.
Percebam que com o passar dos anos as tecnologias para a produção e uso de silagens foram sendo desenvolvidas pelos pesquisadores e implementadas por produtores e nutricionistas. Desse modo, no presente momento, é comum encontrarmos na dieta de vacas em lactação silagem de planta inteira de milho, pré-secado e milho úmido ou reidratado, ou seja, três alimentos distintos, mas todos são silagens. Se ainda considerarmos esta dieta como exemplo, é possível perceber que mais de 60-80% do consumo diário do rebanho é proveniente de silagem. Cabe ainda ressaltar que a silagem da ração total (forragem + concentrados) vem ganhando espaço. Então, neste caso, 100% da dieta seria a base de silagem.
Este cenário nos mostra que as silagens estão em evidência como nunca estiveram e, com o passar dos anos, a tendência é que as mesmas se tornem mais importantes, basicamente por dois motivos:
i) As propriedades terão que produzir os seus alimentos, ou seja, deverão depender menos da compra deles;
ii) Novas tecnologias estarão disponíveis, as quais facilitarão o manejo e promoverão a redução de perdas.
Por fim, as silagens têm definido a magnitude da receita que uma propriedade pode obter. Isso ficará cada vez mais evidente num futuro próximo. Portanto, deixo aqui uma mensagem para aqueles que produzem ou que pensam em produzir forragens ou grãos conservados: capacite-se quanto aos procedimentos de confecção e uso de silagens, e, então, você será hábil em produzir o alimento do futuro.
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