quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Brasil e China decidem se tecnologia CRISPR é OGM

Por:  -Leonardo Gottems 


Resultado de imagem para organismo geneticamente modificado

Considerada revolucionária por permitir a manipulação de genes com maior precisão, rapidez e menor custo, a tecnologia CRISPR (do inglês Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats) foi pauta do XX Congresso Brasileiro de Tecnologia de Sementes. O pesquisador da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno, apresentou as possibilidades de aplicação e o impacto para o mercado. 
O grande diferencial da tecnologia CRISPR, descoberta há apenas cinco anos, é que os híbridos de milho gerados a partir de edição genômica não são considerados transgênicos em diversos lugares. Isso facilita a liberação e autorização para comercialização, por exemplo, em países como Estados Unidos e Argentina. 
“Esse precedente pode influenciar os aspectos regulatórios que estão sendo definidos para essa tecnologia atualmente em vários países, inclusive o Brasil. O que deve levar à rápida introdução no mercado de plantas genomicamente editadas que não contém fragmentos de DNA de outras espécies e/ou grandes alterações na sequência de DNA endógena”, explica Nepomuceno.  
O pesquisador da Embrapa Soja destaca que o menor custo de produção e a agilidade de comercialização poderiam resultar na descentralização do mercado de sementes: “Ao reduzir o custo para o desenvolvimento de novas cultivares, a tecnologia permite a entrada de novos players no mercado”.
De acordo com o especialista, o objetivo é “olhar as estratégias e adaptações desenvolvidas pela natureza para que sejam utilizadas no desenvolvimento de plantas com características que sejam de nosso interesse”. Brasil e China devem decidir nos próximos dias se irão classificar as culturas com tecnologia CRISPR como OGMs (Organismos Geneticamente Modificados). Especialistas apontam que o posicionamento desses dois países deve balizar a aceitação global dessa inovação.

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