Em 04/08/2017 no site Portal DBO
O Biodrop tem formato e tamanho parecidos com o de uma bola de tênis e pode ser feito de diversos materiais, entre eles celulose e bagaço de cana. “O principal diferencial é que a cápsula tem uma aerodinâmica que facilita a liberação aérea. Ela tem orifícios para saída dos parasitoides na parte de cima e como embaixo é mais pesada, cai de forma que essas aberturas fiquem para cima e não sejam obstruídas”, explica Silva. Atualmente, a empresa faz a liberação com drones, mas o objetivo é utilizar aviões ou helicópteros no futuro. O controle biológico de pragas vem ganhando força nos últimos anos e, com isso, surgem novas tecnologias de apoio. Uma delas é o Biodrop, cápsula biodegradável criada pela startup Agribela para a liberação de inimigos naturais de pragas. "O produto foi pensado para o controle da broca da cana-de-açúcar, porque eu via os parasitoides sendo liberados em copos plásticos e me incomodava não ter alternativas para isso”, conta Gabriela Silva, doutora em entomologia e fundadora da Agribela.
Apesar de ter sido idealizado para a cana, o Biodrop pode ser adaptado para outras culturas como soja e milho. “O que vai diferir de uma cultura para outra é a espécie do inimigo natural colocado na cápsula”. Os testes em campo nesses culturas vão começar na próxima safra em parceria com a Embrapa Soja e a Milho e Sorgo no norte do Paraná, onde a empresa está sediada.
No caso da broca da cana, o parasitoide utilizado é a Cotesia flavipes, mais conhecida como vespinha cotesia. O preço fica em torno de R$ 40 por hectare, já com os parasitoides e serviço (distribuição com drone). Em cada hectare, são necessárias cerca de 12 cápsulas no caso desta praga. No momento, o produto está em pré-comercialização, ou seja, apenas para parceiros de testes. “A programação é começar a operar comercialmente a partir de outubro”, diz a pesquisadora.
Outros produtos - A Agribela têm mais dois produtos em desenvolvimento: uma estação meteorológica portátil e um bico pulverizador. A primeira conta com pluviômetro e tem até 1,5 m de altura para que o produtor possa mudá-la de lugar se preciso. “A estação transmite os dados diretamente para uma plataforma, onde o agricultor vai poder acompanhar sua lavoura e ter maior exatidão dos processos, quando plantar, quando colher e o volume de chuvas no período”. De acordo com a sócia da Agribela, a estação e o sistema são simples, de fácil instalação e manuseio. “O próprio produtor consegue acessar todos os dados e também oferecemos o suporte necessário”. Segundo ela, ainda poucas unidades foram vendidas para áreas-teste, mas o preço final deve ficar por volta de R$ 1.500.
Já o bico funciona por compressão de ar e está em testes para o controle da cigarrinha da cana-de-açúcar. “Mas ele tem vários usos. Pode ser utilizado também para inoculação de bactérias e, devido ao funcionamento, permite concentração maior do produto, então consegue diminuir as doses”. Como está em uma fase mais inicial, ainda não há valor estimado.
Atualmente, a empresa está incubada na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Universidade Estadual de Londrina e é liderada por Silva e Luís Guilherme Arruda, também biólogo e agrônomo que cuida do desenvolvimento de novas soluções. Todos os produtos já tiveram suas patentes depositadas.
Fonte: Portal DBO
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