Em 29/08/2017 no site MilfPoint
Mimosa, Malhada, Boneca, Princesa ... não são nem cinco horas, o galo ainda não cantou, muito menos o sol raiou. Faça chuva ou faça frio, de segunda a segunda, feriado ou dia santo, dia após dia. E assim começa mais um amanhecer antes mesmo do início da retirada do leite.
Talvez debaixo de um cobertura rústica, de chão de terra batido, ou mesmo ao relento, mesmo após a chuva, com barro nas canelas, com as mãos calejadas do trabalho da lida na roça, seu Manuel, Joaquim dentre tantos outros, chamam seus bezerros que respondem com um berro e vêm correndo com o rabo levantado, balançando. Eles passam por todas as vacas e vão direitinho ao encontro de sua mãe para tomar o seu tão esperado e gostoso leite. Um por um é chamado e o contato com a vaca traz calmaria - o que favorece a posterior retirada do leite.
Podem ser cinco, doze, quem sabe vinte e duas, mas são vacas das mais variadas cores: pretas, brancas, marrons, vermelhas, pretas e brancas, vermelhas e brancas, malhadas ou tigradas, isso não importa. Elas possuem vários tamanhos, umas têm chifres outras não, em sua maioria são magras, já com a idade avançada com a cara cheia de pelos brancos, algumas jovens ou de meia idade, com o pelo brilhante, liso ou um pouco mais gordas. Além disso, algumas produzem 4 litros de leite, outras 8. Outras não dão mais que um pouco para o sustento de seu bezerro, isso sem falar nos inúmeros e incontáveis carrapatos. Mas como muitos dizem, a atividade está no 'sangue', é uma paixão, é uma vida.
Ano após ano, no verão ou no inverno, na seca ou em tempos de chuvas fartas, com dificuldades, trabalho árduo, mas com perseverança e dedicação, os produtores conseguem o leite de cada dia. Um pouco mais quem sabe quando os pastos estão verdes por causa do ano bom de chuvas ou um pouco menos, ou bem menos, por causa do inverno ou seca prolongada.
Então, começamos a imaginar e refletir tal situação. Claro que cada caso é um caso, mas todos com um mesmo objetivo em comum, o leite. O precioso leite, o alimento mais completo, que sustenta a vida do nascimento ao desmame dos bezerros (às vezes com 8 meses de idade, como vemos em muitos casos).
Mesmo com todos os problemas existentes, como a baixa produtividade por animal, a carência de seleção genética, a falta de manejo alimentar, a não recuperação de pastagens (que inclui a não adubação ou mesmo uma simples calagem), o leite de todo dia está na prateleira, seja da pequena venda ao maior supermercado. Apesar de toda a simplicidade e rusticidade da vida no campo, sabemos da sua verdadeira origem.
O que fazer? Como fazer? Quando fazer?
Para melhorar e aumentar a produtividade dos nossos animais, não basta o governo aprovar leis e exigir que se cumpram sem nos dar nenhum tipo de suporte. Temos que começar a olhar para nossos defeitos e dificuldades e não só para os nossos vizinhos, do outro lado da cerca. Não podemos esperar que façam por nós o que nós mesmos não fazemos. Não podemos mais ficar esperando que caia chuva em tempos de seca, como se isso fosse resolver os problemas de produção, mesmo sabendo que entra ano e sai ano a seca vai existir de alguma forma: seja pela falta de chuva, seja pelo frio. Os problemas existem e todos nós conhecemos quais são, mas por outro lado às soluções para eles também. Basta começar a por em prática, a tirá-las do papel para que possamos mudar - mesmo que lentamente - a realidade da maioria da nossa querida leiteria.
Sabemos que em todos os anos existe seca e por que não nos prevenimos dela? Seja reservando uns piquetes de pastagem para o inverno, plantando cana ou fazendo silagem para alimentar os animais nas épocas mais severas. Por que não jogar calcário e, se possível (e necessário) adubar as pastagens existentes? Mesmo que seja aos poucos, por hectare/ano, garantindo um melhor alimento para os animais, que é o pasto. Por que não?
Para produzir qualquer tipo de lavoura e para se obter retorno, mesmo que seja uma horta “caseira”, o adubo é necessário. Com nossas pastagens não é diferente. Se quisermos um pasto com boas produtividades de massa, ou seja, se quisermos ter alimento para o gado e que ele continue a produzir leite, temos que cuidar dos alimentos fornecidos, e só existe uma maneira para isso. Portanto, temos que primeiramente analisar o solo e corrigir o que for necessário.
Inseminação artificial por tempo fixo (IATF) é melhorar a genética e produtividade em pouco tempo, mas, somente após tendo um bom pasto e uma boa alimentação é que deveríamos pensar em melhorar a genética dos animais, seja pela IATF ou por meio da compra de animais. Pois de que adianta ter um animal com alto potencial e produtividade leiteira e este passar fome? Não seria mais fácil ter duas vacas com boa genética e produtividade de leite em boas pastagens, do que ter seis vacas de baixa produtividade em um pasto rapado, passando fome e estando propícias a doenças e carrapatos?
Não podemos mais perder tempo ficando na mesmice. Não podemos ficar lamentando as dificuldades e perdas causadas pela seca, ou pior ainda, as geradas por nós mesmos. Temos que realizar no presente medidas pensando no futuro próximo. Sabemos como fazer e temos gente capacitada para isso. Nós somos capazes, basta querer, mas isso só depende de nós mesmos.
Talvez debaixo de um cobertura rústica, de chão de terra batido, ou mesmo ao relento, mesmo após a chuva, com barro nas canelas, com as mãos calejadas do trabalho da lida na roça, seu Manuel, Joaquim dentre tantos outros, chamam seus bezerros que respondem com um berro e vêm correndo com o rabo levantado, balançando. Eles passam por todas as vacas e vão direitinho ao encontro de sua mãe para tomar o seu tão esperado e gostoso leite. Um por um é chamado e o contato com a vaca traz calmaria - o que favorece a posterior retirada do leite.
Podem ser cinco, doze, quem sabe vinte e duas, mas são vacas das mais variadas cores: pretas, brancas, marrons, vermelhas, pretas e brancas, vermelhas e brancas, malhadas ou tigradas, isso não importa. Elas possuem vários tamanhos, umas têm chifres outras não, em sua maioria são magras, já com a idade avançada com a cara cheia de pelos brancos, algumas jovens ou de meia idade, com o pelo brilhante, liso ou um pouco mais gordas. Além disso, algumas produzem 4 litros de leite, outras 8. Outras não dão mais que um pouco para o sustento de seu bezerro, isso sem falar nos inúmeros e incontáveis carrapatos. Mas como muitos dizem, a atividade está no 'sangue', é uma paixão, é uma vida.
Ano após ano, no verão ou no inverno, na seca ou em tempos de chuvas fartas, com dificuldades, trabalho árduo, mas com perseverança e dedicação, os produtores conseguem o leite de cada dia. Um pouco mais quem sabe quando os pastos estão verdes por causa do ano bom de chuvas ou um pouco menos, ou bem menos, por causa do inverno ou seca prolongada.
Então, começamos a imaginar e refletir tal situação. Claro que cada caso é um caso, mas todos com um mesmo objetivo em comum, o leite. O precioso leite, o alimento mais completo, que sustenta a vida do nascimento ao desmame dos bezerros (às vezes com 8 meses de idade, como vemos em muitos casos).
Mesmo com todos os problemas existentes, como a baixa produtividade por animal, a carência de seleção genética, a falta de manejo alimentar, a não recuperação de pastagens (que inclui a não adubação ou mesmo uma simples calagem), o leite de todo dia está na prateleira, seja da pequena venda ao maior supermercado. Apesar de toda a simplicidade e rusticidade da vida no campo, sabemos da sua verdadeira origem.
O que fazer? Como fazer? Quando fazer?
Para melhorar e aumentar a produtividade dos nossos animais, não basta o governo aprovar leis e exigir que se cumpram sem nos dar nenhum tipo de suporte. Temos que começar a olhar para nossos defeitos e dificuldades e não só para os nossos vizinhos, do outro lado da cerca. Não podemos esperar que façam por nós o que nós mesmos não fazemos. Não podemos mais ficar esperando que caia chuva em tempos de seca, como se isso fosse resolver os problemas de produção, mesmo sabendo que entra ano e sai ano a seca vai existir de alguma forma: seja pela falta de chuva, seja pelo frio. Os problemas existem e todos nós conhecemos quais são, mas por outro lado às soluções para eles também. Basta começar a por em prática, a tirá-las do papel para que possamos mudar - mesmo que lentamente - a realidade da maioria da nossa querida leiteria.
Sabemos que em todos os anos existe seca e por que não nos prevenimos dela? Seja reservando uns piquetes de pastagem para o inverno, plantando cana ou fazendo silagem para alimentar os animais nas épocas mais severas. Por que não jogar calcário e, se possível (e necessário) adubar as pastagens existentes? Mesmo que seja aos poucos, por hectare/ano, garantindo um melhor alimento para os animais, que é o pasto. Por que não?
Para produzir qualquer tipo de lavoura e para se obter retorno, mesmo que seja uma horta “caseira”, o adubo é necessário. Com nossas pastagens não é diferente. Se quisermos um pasto com boas produtividades de massa, ou seja, se quisermos ter alimento para o gado e que ele continue a produzir leite, temos que cuidar dos alimentos fornecidos, e só existe uma maneira para isso. Portanto, temos que primeiramente analisar o solo e corrigir o que for necessário.
Inseminação artificial por tempo fixo (IATF) é melhorar a genética e produtividade em pouco tempo, mas, somente após tendo um bom pasto e uma boa alimentação é que deveríamos pensar em melhorar a genética dos animais, seja pela IATF ou por meio da compra de animais. Pois de que adianta ter um animal com alto potencial e produtividade leiteira e este passar fome? Não seria mais fácil ter duas vacas com boa genética e produtividade de leite em boas pastagens, do que ter seis vacas de baixa produtividade em um pasto rapado, passando fome e estando propícias a doenças e carrapatos?
Não podemos mais perder tempo ficando na mesmice. Não podemos ficar lamentando as dificuldades e perdas causadas pela seca, ou pior ainda, as geradas por nós mesmos. Temos que realizar no presente medidas pensando no futuro próximo. Sabemos como fazer e temos gente capacitada para isso. Nós somos capazes, basta querer, mas isso só depende de nós mesmos.
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